segunda-feira, 5 de maio de 2008

FATOS HISTÓRICOS X MÍDIA OCIDENTAL

Iraque: perguntas sem
respostas
Os fatos que a mídia ocidental nunca discutirá

É um importante avanço o fato de que, na maioria dos países
ocidentais, não existem mais questionamentos sobre qualquer tipo
de “sucesso no Iraque” – trata-se de uma guerra perdida.


Mas
muitas questões não questionadas merecem ser discutidas.



Mas
apesar da falta de análises por parte da
mídia corporativa ocidental
sobre aspectos cruciais da guerra, do desaparecimento do Iraque
das primeiras páginas de revistas e jornais e da onda de relatórios
do Pentágono sobre o “sucesso do aumento de tropas” em Bagdá,
muitas questões não questionadas merecem ser discutidas.
Após 5 anos do início invasão ao Iraque, a guerra se mantém como
um pesadelo para os Estados Unidos.



Em abril de 2003,
tropas
entraram em Bagdá sem qualquer resistência por parte do exército
de Saddam Hussein ou grupos independentes.
George W. Bush
comunicou a sua nação sobre a “missão cumprida” no país.



Entretanto, ainda hoje, batalhas sangrentas continuam nas ruas
iraquianas, entre soldados fortificados com a última tecnologia
disponível, e resistentes que não se diferem de qualquer civil
iraquiano.




A última semana deste mês de abril foi marcada pelo
mais alto número de mortes estadunidenses no ano, um reflexo das
batalhas contra o Jaish al-Mahdi.


Mesmo com a guerra perdida, os Estados Unidos não deixarão o
Iraque, pois nunca foi projetada uma estratégia de saída – e ainda
não existe.

As forças estadunidenses chegaram ao Iraque com
quatro mega-bases desenhadas em seus mapas, planejadas para
abrigar cerca de 30 mil tropas, assim como forças aéreas, por um
futuro indefinido.

Nos planos do Pentágono, as bases são intituladas
“campos duradouros”, visando evitar discussões sobre “bases
permanentes”.

Em uma recente visita ao Iraque, Guy Raz, da Rádio
Pública Nacional (NPR) dos Estados Unidos, descreveu as bases
como “construções gigantescas, com ruas, calçadas e estruturas
que se assemelham a uma fortaleza no centro de Bagdá, tudo com
os olhos nas próximas décadas”.


Assim como as bases, a “nova embaixada” dos Estados Unidos no
Iraque,
construída sobre o antigo palácio de Saddam Hussein, não
é uma embaixada.

Um projeto “do tamanho do Vaticano”, conforme
descrito por oficiais estadunidenses, onde é investido anualmente
1,2 bilhão de dólares, com 20 edifícios “anti-bombardeios”, bunkers
para mais de mil oficiais, fornecimento de eletricidade e água
independentes, sistema próprio de defesa antiaérea, e tudo isso no
centro da capital iraquiana, o local mais nobre de todo o país – não
pode ser chamado de embaixada.


Trata-se de, no mínimo, um
monumento do sonho da administração Bush para dominar o
Iraque
, e, mais logicamente, um símbolo da permanência
estadunidense no país.



Nesse contexto, é importante deixar claro que o atual governo
iraquiano
é somente um fantoche manipulado pela Casa Branca.




A
mídia ocidental se recusa a reconhecer tal realidade, mas os fatos
são claros.




O regime de Nuri al-Maliki, colocado em poder pelos
estadunidenses,
não tem poder de ação fora da “Zona Verde” de
Bagdá, o único local de “segurança máxima” no país; não controla
os serviços públicos
– isso é parte do lucro da ocupação,
denominada “a reconstrução do Iraque”; e nem sequer gerencia seu
próprio petróleo.




Tudo está relacionado na Ordem 17, assinada por
Paul Bremer, líder da Autoridade Provisória da Coalizão (CPA), que
liderou o Iraque em nome da Casa Branca durante a transição, e
deu lugar a Maliki, em junho de 2004.




Trata-se de uma ferramenta
de colonização
, em que as forças ocupantes e “empresas privadas
aliadas têm a liberdade de ser imunes ao processo judicial iraquiano
ou à lei iraquiana”.
Portanto, quem controla o que existe de valor no
Iraque
são os interesses ocidentais.




O governo de Nuri al-Maliki
serve somente para mascarar essa face da ocupação.



Esses são alguns detalhes que
destacam o verdadeiro papel
dos Estados Unidos no Iraque.



Infelizmente, através da mídia
ocidental, fatos como esses
jamais serão compreendidos.



Mas é vital saber que, no Iraque,





os fatos são claros e simples – o povo iraquiano sabe o que está
acontecendo.




É evidente que os sonhos imperiais são a prioridade
de qualquer líder que o país tenha e, conseqüentemente, nunca fez
parte da estratégia levar a “liberdade e democracia” para o povo
iraquiano. 



Os mortos que não são contados




A Administração dos Veteranos de Guerra dos Estados Unidos (AV)
está em uma encruzilhada – como esconder o número de veteranos
que se suicidaram após retornar dos campos de batalha no
Afeganistão e no Iraque?

Considerando o atual momento, em que o
Exército já não consegue mais atingir suas metas de recrutamento
militar, será árdua a tarefa da mídia ocidental para esconder esses
números do público.


Na segunda-feira (28), em um tribunal federal na Califórnia, foram
expostos e-mails trocados por Ira Katz, diretora dos hospitais de
sanidade mental dos veteranos, e Ev Chasen, diretor de
comunicação do grupo, tratando de como fazer “relações públicas”
sobre as “más notícias” – os suicídios entre veteranos que não
param de crescer.



A má notícia se refere ao resultado da recente
investigação da CBS News, que aponta que “uma média de 18
veteranos cometem suicídio diariamente”,
entre os que retornaram
do Afeganistão ou Iraque.

Katz afirmou em seu e-mail para Chasen que “nossos
coordenadores de prevenção de suicídios identificaram cerca de mil
tentativas de suicídio por mês entre os veteranos que atendemos
em nossos hospitais. Seria algo que nós deveríamos disponibilizar
com cautela [ao público] antes que alguém descubra?”.



É
importante ratificar que em 12 de dezembro de 2007, em
testemunho perante o Comitê de Veteranos, Katz havia desmentido
os rumores, afirmando que “tivemos sucesso em tratar problemas
de sanidade mental, prevenindo suicídios”.


Em 20 de março desse ano, a
CBS News publicou um
relatório conseguido através da
AV que apontava que “1784
veteranos que receberam
cuidados nos hospitais de
sanidade mental dos veteranos

cometeram suicídio em 2005”.
Até então, sabia-se apenas sobre os
dados de 2001, ainda antes da invasão do Iraque.

Naquele ano,
1403 veteranos cometeram suicídio.

Segundo os dados, desde a
invasão do Afeganistão em 2001, “pelo menos 6256 veteranos se
suicidaram”
ao retornar para os Estados Unidos.

As estatísticas são
chocantes, se comparadas ao total de militares estadunidenses
mortos em batalha – de acordo com fontes ocidentais, 4062
militares foram mortos no Iraque desde 2003, e outros 498 no
Afeganistão desde 2001.

Pelas explicações proporcionadas pela exposição da troca de emails
entre Ira Katz e Ev Chasen, conclui-se que “uma média de 18
veteranos cometem suicídio a cada dia”.

Em seu e-mail, Katz
compara esse dado com o número total de suicídios nos Estados
Unidos, e chega a uma conclusão chocante: “20% dos suicídios no
país são relacionados aos veteranos de guerra”. Pode-se concluir
então, baseado em claras estatísticas, que as invasões do
Afeganistão e Iraque levaram para os Estados Unidos uma
epidemia de veteranos suicidas.


Portanto, mais militares estadunidenses são mortos nos Estados
Unidos após retornarem do Afeganistão e Iraque do que nos
campos de batalha, um reflexo da derrota de ânimos, de não
superar as condições de combate impostas pela Resistência
Iraquiana e pelo Talibã, entre outros inimigos.

De fato, parece que o
maior oponente são eles mesmos, ou melhor, quem os abandonou
na “guerra contra o terrorismo”.





Nenhum comentário: