sexta-feira, 10 de outubro de 2008

RESPOSTA DO BRASIL À CRISE


Inauguração da P-51 é resposta do Brasil à crise


“Nós vencemos a crise da plataforma e vamos vencer a crise que está tomando conta de vários países”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o batismo da Plataforma P-51, em Angra dos Reis, para mais de 7 mil metalúrgicos.

“Vamos ter que construir muitas sondas, plataformas, navios, vamos ter que fazer novos estaleiros”, disse.



Primeira plataforma construída no Brasil
é
inaugurada por Lula

“Nada no mundo fará o Brasil voltar à era do desemprego, da miséria, do abandono de milhões de trabalhadores”, disse o presidente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, no dia 7, da cerimônia de batismo da plataforma P-51, em Angra dos Reis (RJ), a primeira plataforma semi-submersível totalmente construída no Brasil.

“Durante muitas semanas ainda vai se falar em crise no mundo, em crise no país, a Bolsa vai subir e vai descer. Não se abalem, porque cada um de nós tem que passar, primeiro, a certeza de que este país se encontrou com o seu destino e que não há nada no mundo que vá fazer a gente voltar à era do desemprego, da miséria, do abandono de milhões e milhões de trabalhadores”, afirmou o presidente Lula, sendo aplaudido pela multidão de trabalhadores que lotaram o estaleiro BrasFels, durante o batismo da P-51. As obras geraram quatro mil empregos diretos e 12 mil indiretos.

A cerimônia contou com a presença dos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Edson Lobão (Minas e Energia), do governador Sérgio Cabral e do prefeito Fernando Jordão, além do presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli e diretores da estatal.
A madrinha da plataforma é a primeira-dama Marisa Letícia.

“Ainda estamos numa fase de estruturação da nossa indústria naval”, disse o presidente. “É por isso que a ministra Dilma anunciou 10 bilhões de reais, que é uma espécie de garantia para que a nossa indústria naval possa ter a certeza de que vai ter financiamento para continuar crescendo, no Brasil”, declarou Lula aos sete mil metalúrgicos que participaram do evento.
“Hoje são mais ou menos 40 mil trabalhadores, o país quer voltar a ter 50, 60, 70 mil trabalhadores na indústria naval brasileira”.
“Esse é um compromisso do nosso governo, e é um compromisso que já está consagrado, porque ninguém mais terá coragem de dizer que o trabalhador brasileiro não é capaz de fazer uma plataforma dessas”, destacou Lula.
Segundo ele, “o que é importante é que a gente tenha no Rio de Janeiro, em Pernambuco, na Bahia e no Rio Grande do Sul muitos estaleiros funcionando e gerando oportunidade de emprego para todo mundo. E isso, hoje, está muito mais claro para todos nós porque, graças a Deus, descobrimos o petróleo na camada pré-sal, vamos ter que fazer muitos investimentos até 2012, 2013, 2014. Vamos ter que construir muitas sondas, muitas plataformas, muitos navios, vamos ter que fazer novos estaleiros”, ressaltou Lula.

A P-51 foi construída nos municípios de Niterói, Rio de Janeiro, Itaguaí e Angra dos Reis e marca uma nova fase da indústria naval brasileira com o conteúdo local acima de 75% de bens e serviços adquiridos de fornecedores nacionais. As obras geraram quatro mil empregos diretos e 12 mil indiretos.

Na gestão tucana, a plataforma P-51 estava sendo encomendada no exterior.
Ao assumir o governo em 2003, Lula suspendeu a licitação que se encontrava em andamento - e também da P-52 - e determinou que a construção fosse realizada no Brasil, mandando constar no Edital um conteúdo mínimo acima de 75% de bens e serviços nacionais. Foi obra também do governo Fernando Henrique afundar a P-36 em março de 2001, a maior plataforma de produção de petróleo no mundo. Onze pessoas morreram.

PAC

Com investimentos de aproximadamente US$ 1 bilhão, a plataforma integra o Plano de Aceleração do Crescimento do (PAC) e vai operar o campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos (RJ).
Apontando para a P-51, Lula enfatizou: “Toda vez que alguém falar em crise, olhem para aquilo ali. Os mesmos que estão torcendo para a crise pegar o Brasil são os mesmos que diziam que isso aqui tinha que ser feito no exterior porque vocês não tinham competência para fazer uma obra dessas”.
Descartando a volta à política de encomenda de plataformas no exterior, porque supostamente a Petrobrás economizaria mais recursos, Lula sublinhou: “O que são 30 milhões de dólares para a Petrobrás? Não valem 10% da alegria que está gerando neste país, com a quantidade de salário, com a quantidade de empregos indiretos, com a quantidade de imposto. Então, isso é sagrado: vamos ter a maior indústria naval. Éramos a segunda do mundo. Logo, logo, queremos voltar a ser a segunda ou a primeira indústria naval do mundo”.
“Vencemos a crise da plataforma e vamos vencer a crise que está tomando conta de vários países”

Durante o batismo da P-51, Lula pediu tranquilidade diante da crise dos EUA e disse que “não terá pacote econômico”.
“Todo o povo brasileiro já sabe que essa crise está acontecendo por causa da especulação financeira que começou nos Estados Unidos da América do Norte”, ressaltou o presidente.
“A crise americana é uma crise muito profunda, talvez seja a maior crise dos últimos 50 anos, acho que só teve igual a essa a de 1929. É uma crise profunda, e está chegando na Europa, porque também os bancos europeus participavam do cassino imobiliário dos Estados Unidos”, frisou Lula.

“Quando era o Brasil que tinha problema, todo dia tinha banco dando palpite: ‘faz isso, faz aquilo’. Por que o FMI não está lá dando palpite? Por que não estão na Europa dando palpite? É porque a crise é deles”, afirmou o presidente.
“Fui agora ao G-8. No G-8 tentei discutir duas vezes a crise, e eles não quiseram discutir: ‘vamos discutir meio ambiente’. Querem falar da Amazônia, mas não querem falar da crise”, ironizou Lula.

“Com a mesma hombridade que estou falando para vocês que estamos cuidando da crise, quero dizer para vocês: continuem trabalhando, acreditando neste país, porque já vencemos a crise da plataforma e vamos vencer a crise econômica que está hoje tomando conta de vários países”, enfatizou Lula.
“Somos capazes de fazer isso e muito mais do que isso’.
Um abraço.
Que Deus abençoe.
E vamos vir aqui inaugurar outra plataforma”.



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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

NOSSOS PEITOS, NOSSOS BRAÇOS SÃO MURALHAS DO BRASIL

PERIGO NA AMAZÔNIA
Artigo publicado no jornal Monitor Mercantil em 27.03.2003.
Prof. Marcos Coimbra
Professor Titular de Economia junto à Universidade Candido Mendes, Professor na UERJ e Conselheiro da ESG.
Com o pretexto de combate ao narcotráfico, os americanos já estão na parte colombiana da floresta amazônica.
Não é de hoje que a rica região amazônica brasileira é alvo da cobiça internacional.
A estratégia atualmente adotada pelos "donos do mundo" para conquistar a Amazônia não é pelo confronto direto e sim por via indireta, como, por exemplo, através da demarcação de terras indígenas.
Já existem precedentes bem conhecidos por todos nós, brasileiros.
Em 1850, os EUA já pregavam a ocupação internacional da região.
Em 1930, o Japão defendeu a tese de abrigar naquela área excedentes populacionais. Em 1949, a UNESCO sugeriu a criação do Instituto Nacional da Hiléia Amazônica, com funções executivas.
Em 1960, o Instituto Hudson defendeu a tese da criação de sete lagos na região.
Em 1992, a chamada ECO-92 (Conferência Internacional), realizada no Rio de Janeiro, avançou o processo.
A seguir, constatamos a realização, em maio de 1993, de manobras das Forças Armadas dos EUA, a menos de 100 km de nosso território, sob a desculpa de combate ao narcotráfico, ao mesmo tempo em que construíram gigantesca base aérea no Paraguai e adestraram uma divisão especial para combate na selva.
Em novembro de 1993
, a ONU proclamou a Declaração Universal dos Direitos dos Índios, já preparando a criação da chamada "nação yanomami", a ser transformada posteriormente num "estado soberano".
O Conselho Mundial das Igrejas, em seu documento "Diretrizes para a Amazônia", prescreve a internacionalização da área.
O ex-presidente François Mitterand declarou que "alguns países deveriam abrir mão de sua soberania em favor dos interesses globais".
O ex-presidente Gorbachev afirmou "O Brasil deve delegar parte de seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais".
O ex-vice-presidente dos EUA, Sr. Al Gore, bradou: "a Amazônia é um patrimônio da humanidade e não dos países que a ocupam".
E o homem da guerra do Vietnã, Sr. Henry Kissinger, enfatiza: "não devemos permitir que surja, ao sul do Equador, mais um tigre asiático".
Todos na linha da defesa da extinção do Estado Nacional Soberano brasileiro, da restrição da soberania, da reunião das nações indígenas, do desmonte das Forças Armadas brasileiras, da prevalência das questões ecológicas.
Qualquer semelhança não é mera coincidência.
E há "brasileiros" que estão de acordo com isto. Por muito menos Joaquim Silvério dos Reis passou à História como traidor.
Na atual conjuntura, o Brasil não tem nem poder nuclear, nem mais indústria bélica própria, enquanto os EUA e a Grã-Bretanha massacram um país soberano, sem o aval da ONU, contra a vontade dos seus aliados, de um grande número de norte-americanos e até do Papa.
No passado recente, a OTAN aniquilou um país soberano.
E amanhã?
Sabemos que numa guerra convencional não temos chance, só restando a guerrilha na selva, pois aos invasores não interessa a destruição das riquezas existentes através de bombardeios.
O senador republicano Paul Coverdell, presidente do subcomitê de relações exteriores do Senado norte-americano para assuntos do hemisfério ocidental, pregou, no dia 25.02.99, em Washington-EUA, a intervenção direta, de maneira unilateral, na América Latina, a pretexto de "proteger" a democracia.
O senador afirmou que as ações da OEA (Organização dos Estados Americanos) na região têm sido insuficientes e chegou a afirmar que a América Latina atingiu um estágio em que golpes militares já não são aceitos.
De acordo com ele, os EUA "devem ir mais fundo no combate a golpes em câmara lenta, em que um líder eleito livremente esmaga a democracia em seu país".
Como exemplo, o senador citou Peru e Venezuela, onde, segundo ele, os presidentes Alberto Fujimori e Hugo Chávez teriam adotado medidas para concentrar o poder em suas mãos, passando por cima de controles constitucionais. As idéias de Coverdell serão difundidas no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, de tendência conservadora.
A história mostra que, ao longo do tempo, os EUA já realizaram diversas intervenções diretas militares, como no Panamá e Granada, mas a maior parte é feita através de ações indiretas, como, recentemente, no Paraguai e no Equador, quando ameaçaram impor sanções econômicas, chegando até a perspectiva de um bloqueio de comércio, a exemplo do ocorrido em Cuba, além de empregar na coação administrações caudatárias, como a do Brasil.
No Paraguai, o objetivo explícito era esmagar o general nacionalista Lino Oviedo, próximo de empalmar o poder, pois elegeu, com seu apoio, o candidato vencedor, obrigado a renunciar.
No Equador, chegaram a derrubar, em questão de horas, a junta constituída após a renúncia formal do presidente deposto, depois de "dolarizar" a economia, para mantê-la.
Contam com a cumplicidade, a subserviência, a vassalagem de grande parte das elites dos países periféricos.
Por intermédio dos "neoentreguistas", bem como dos velhos entreguistas, dominam a economia, controlam os centros de irradiação de prestígio cultural (meios de comunicação de massa, universidades, teatro, cinema), financiam os seus servos em campanhas a cargos eletivos, de vereador a presidente, elegendo os mais dóceis ao seu comando.
Basta o leitor olhar para as administrações de vários países integrantes da América Latina, para constatar a realidade.
E, não satisfeitos, chegam ao acinte de empregar seu aparato de inteligência, braço do complexo militar-industrial norte-americano, para, em cooperação com países cúmplices (anglo-saxões), praticar espionagem industrial de seus próprios "aliados", inclusive na Europa, por meio da NSA (Agência Nacional de Segurança), capaz de interceptar as comunicações de qualquer natureza, seja qual for o meio utilizado.
É a rede Echelon.
Até o Projeto SIVAM foi alvo destas ações, beneficiando a Raytheon e afastando a concorrente francesa.
Querem roubar-nos a Amazônia para usar suas incomensuráveis riquezas (solo, subsolo, água, biogenética) como reserva técnica do primeiro mundo.
Nós, brasileiros, não permitiremos que tal crime seja perpetrado, A Amazônia brasileira é nossa e continuará sendo, a qualquer preço!
Afinal "nossos peitos, nossos braços são muralhas do Brasil".

terça-feira, 7 de outubro de 2008

MÁXIMA DA MADRUGADA

Uma entrevista
Em Jerusalém, uma repórter vai ao "Muro das Lamentações" para entrevistar um velho palestino.
Chegando ao local, vê que ele está rezando.
Depois de uma hora, o ancião pára de rezar e quando se prepara para deixar o local, ela o aborda:
- Bom dia, senhor! Eu queria entrevistá-lo. O senhor é a pessoa mais antiga que vem diariamente rezar aqui no muro. Há quanto tempo o senhor vem aqui para rezar?
- Ahh... Há uns 80 anos - responde o provecto senhor.
- Nossa! 80 anos! E o senhor rezou pedindo o quê, nestes anos todos?
- Rezo pela Paz entre judeus, muçulmanos e cristãos, rezo para que o ódio pare e que nossos filhos cresçam juntos em Paz e Amizade.
- E como o senhor se sente após 80 anos de orações diárias?
- Sinto-me como se estivesse falando com a parede...

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

BANDEIRA DA VITÓRIA DA NAÇÃO IRAQUIANA

Nome de Sadam será a bandeira da vitória da nação iraquiana

Presidente do Iraque e líder da maior revolução nacional em um país árabe, pela coragem e serenidade com que enfrentou o martírio, tornou-se herói de seu povo e de todos os homens livres
Sadam Hussein viveu como um homem e morreu como um homem.

Presidente do Iraque e líder da maior revolução nacional em um país árabe, só comparável àquela liderada por Nasser no Egito dos anos 50, seu nome será para sempre a bandeira da vitória do povo iraquiano e da nação árabe.
Mais do que isso, seu martírio, por algozes particularmente repulsivos, deixou claro que se trata de um daqueles grandes homens dos quais a Humanidade pode se orgulhar e, antes de tudo, se identificar.
Sadam já havia conquistado esse lugar.
Mas seu assassinato, especialmente nas condições em que se deu, fará com que pessoas até então anestesiadas ou mesmo intoxicadas pela campanha difamatória contra ele, percebam a sua grandeza, a sua estatura heróica, o seu lugar naquela galeria de onde Lumumba, Che e outros da mesma estirpe hoje iluminam a condição humana.
Como disse ele em sua última carta ao povo iraquiano (V. a íntegra na página 6),
“A escória desaparece como a espuma se esvai, enquanto o que é para o bem da Humanidade permanece sobre a terra”.
Nenhum líder popular, com exceção provavelmente de Stalin, foi tão difamado.
E por quem?
Pelo aparelho de propaganda da CIA, pelos monopólios imperialistas, por seus beleguins escritos, impressos ou televisados.
E por quê?
Porque tornara o seu país independente do imperialismo, porque nacionalizara o petróleo iraquiano, porque chefiava um Estado popular, ou seja, democrático no mais preciso sentido do termo. O Iraque era, até a primeira invasão, e mesmo depois, sob o bloqueio que matou um milhão e meio de iraquianos, o país mais avançado entre os países árabes, o de maior nível de escolaridade, o de maior produção científica, o de maior desenvolvimento das relações sociais.

ÓDIO DE CAPACHO

Realmente, seria um fenômeno miraculoso se essa ralé gostasse de Sadam.
A prova mais cabal do que verdadeiramente Sadam significa, é esse ódio alucinado que todos os inimigos do gênero humano dedicaram a ele.
Um ódio contra alguém que havia dito, na década de 80, ao jornalista egípcio Amir Iskander:
“Eu não posso imaginar que o homem possa viver sem amor. Um homem assim é mais nocivo do que o homem que decide ser nocivo. Não concebo que possa existir a vida sem amor. O amor não é somente um estado que une aos noivos ou aos esposos. O amor é um vínculo entre o homem e seus filhos, entre o homem e a Humanidade. Mas o amor maior é aquele do homem pelo povo. Não minimizo, em absoluto, a importância da relação do homem com sua esposa ou com seus filhos. Digo simplesmente que o amor que descrevi é de natureza superior e mais profundo”.

Como sempre acontece com aqueles que generosamente doam suas vidas para que seu povo e a Humanidade sejam livres, o momento de sua morte foi a condensação de sua vida.
Assim ele entrou para a imortalidade: sereno, com a coragem que sempre demonstrou na luta pela liberdade.
Ante meia dúzia de lacaios asquerosos, desclassificados, marginais e vagabundos que traíram seu país e seu povo, Sadam mostrou-se o gigante, tanto quanto aquela corja mostrou sua natureza de inseto.

O VÍDEO E O CRIME

É sintomático que, depois de divulgado o vídeo do crime, a mídia americana e suas crias aqui no Brasil e em outros países queiram agora desvincular o establishment americano do assassinato. E, em seguida, tentou a mesma coisa o próprio governo americano, aquele mesmo que tem no cargo principal um elemento que dias antes havia dito que o assassinato de Sadam era uma “vitória da democracia”. Apareceu até um general americano para dizer que quis “adiar a execução”, mas que não podia ferir a “soberania” iraquiana.
Como se as quadrilhas financeiras que dominam o Estado dos EUA se preocupassem muito com a soberania do Iraque, ao qual invadiram, destruíram, derrubaram o governo constitucional, e implantaram uma ocupação fascista. Como se os seus lacaios fizessem alguma coisa que eles não quisessem, e não ficassem instantaneamente de quatro a um mero rosnado de um general ianque - aliás, nem precisa ser um general. E como se assassinar o líder da luta pela independência e soberania do Iraque não fosse, precisamente, a tentativa de destruir aquela independência e soberania.

Por ser o líder dessa luta, Sadam é, e agora mais será, querido por dezenas de milhões dentro do Iraque. Tão querido pelo povo que, na tentativa de eliminá-lo, a maior potência imperialista, com suas dezenas de agências especializadas em tramar golpes de Estado, teve que invadir o país, bombardear barbaramente as cidades, matar centenas de milhares de homens, mulheres e crianças, destruir a economia inteira, instalar campos de concentração, torturar e assassinar milhares de prisioneiros, e, mesmo assim, quatro anos depois, não conseguiram submeter esse povo indomável. Muito pelo contrário, a luta da qual Sadam é agora o símbolo, afoga as hordas invasoras no próprio sangue. A cada mês, segundo eles mesmos, aumenta o número de soldados que voltam para casa em sacos escuros e a legião de mutilados que deambula pelos hospitais militares americanos – que hoje já está em 20 mil homens e mulheres.

CASTA IMPERIAL

O assassinato de Sadam foi um crime típico da casta imperialista que sufoca os EUA.
Até mesmo na forma, onde o linchamento e enforcamento do inocente substitui a pena do culpado, e onde a Justiça é substituída pela Ku Klux Klan.
Que essa mídia nojenta queira desvincular os EUA desse crime hediondo ao mesmo tempo em que tenta justificá-lo, apenas mostra a sua decomposição moral, ideológica e política.
Porém, mostra, ao mesmo tempo, o seu fracasso e a sua impotência diante de seres humanos decididos a serem livres.

Não por acaso o crime se deu exatamente quando as hordas invasoras estão em sangria quase desatada, com perspectiva pior do que tinham no Vietnã. Que Bush e cia. tenham a ilusão de que podem escapar desse destino com o assassinato de Sadam, apenas demonstra que tipo de débeis mentais estão agora na cúpula do império americano. Mas, além desse delírio, por que assassinaram Sadam agora, sem nem esperar pela farsa do próximo “julgamento”, que seria, segundo eles, de crimes muito piores do presidente iraquiano?
Não é apenas porque esses “crimes”, ao contrário daqueles que perpetram, são uma farsa.
É, sobretudo, porque Sadam havia esfrangalhado a farsa, e continuaria a esfrangalhá-la, a acusar e desmoralizar publicamente os acusadores, a revelar o que são eles, a que interesses eles servem. No entanto, é talvez uma ilusão pior ainda, pois a própria coragem de Sadam na hora da morte é a acusação mais irretorquível que poderiam sofrer.
Para chegar até aí, assassinaram nove advogados e substituíram quatro vezes o “juiz” que eles mesmos nomearam, e isso somente fez com que, diante do mundo, eles próprios fossem réus marcados por um crime hediondo.

Os criminosos do império ianque pagaram caro – e ainda não terminaram de pagar – pelo assassinato de Lumumba e do Che.
Foram milhões, em todo o mundo, os que se levantaram, de repente atingidos pela luz do martírio desses heróis. Mas hoje a maior parte do planeta e, sobretudo, o povo iraquiano e os árabes, já estão, de uma forma ou de outra, em levante.
O Oriente Médio, onde é abundante o petróleo que move a economia imperialista, é hoje o principal campo de batalha da Humanidade. Ao mesmo tempo, a luta e a revolução avançam no outro reservatório de petróleo do mundo, a América Latina.

Sadam é agora herói de todos os homens livres e, sobretudo, daqueles que querem ser livres.

Foi isso o que os assassinos conseguiram.

CARLOS LOPES