segunda-feira, 12 de maio de 2008

BOMBAS CLUSTER DISPARADAS NO MUNDO

Entenda o que são as bombas cluster

A bomba ou munição cluster --também conhecida como bomba-cacho-- é um armamento que, disparado por terra ou ar, se abre espalhando dezenas ou até centenas de submunições explosivas sobre áreas extensas.
Freqüentemente, tais dispositivos são direcionados a alvos difusos: agrupamentos humanos, construções, instalações e veículos.
As submunições da bomba ficam acopladas à estrutura interna de um míssil e, após o lançamento, elas são liberadas e se transformam em um enxame de explosivos, que podem alvejar uma área equivalente a quatro campos de futebol.
De acordo com o major-brigadeiro Jorge Cruz de Souza e Mello, diretor de Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa brasileiro, as munições cluster têm efeito multiplicador.
"A dispersão das submunições causa danos elevados nos alvos militares inimigos", explica.

Além disso, elas permitiriam uma distância maior do alvo em relação a outros armamentos.
O tamanho de unidade explosiva da cluster é comparado ao de uma bola de tênis.
Após o impacto, seu poder explosivo isolado é pequeno, se comparado ao das minas terrestres.
Efeito retardado
Shamil Zhumatov/Reuters
Bomba cluster não-detonada na cidade de Arbil, no norte do Iraque
Um problema apontado por defensores da proibição das bombas cluster é que as submunições nem sempre explodem imediatamente depois de tocarem o solo, e podem ficar alojadas até que haja contato físico, como se fossem minas terrestres de pequeno alcance.

Segundo Daniel Mack, coordenador de políticas de controle de armas do Instituto Sou da Paz, as bombas cluster começaram a ser usadas durante a Guerra Fria, para a destruição de instalações militares e industriais. Elas foram usadas em muitos países e suas submunições que não explodiram provocaram acidentes na África, Ásia e Oriente Médio.

De acordo com o CICV, ao menos 21 Estados da África, do Oriente Médio, da Ásia e da Europa estão contaminados por munições cluster ou estiveram nas últimas cinco décadas. As submunições remanescentes provocam mortes e mutilações em quem as toca, como tem ocorrido com adultos e crianças do Vietnã, Camboja, Líbano, Afeganistão, Sudão e Etiópia.

Perigo subterrâneo
O CICV cita países como o Laos, onde as munições cluster foram muito usadas durante nove anos --1964 até 1973--, e há um perigo letal espalhado por uma superfície extensa.
Já em Kosovo o conflito durou apenas 11 semanas, mas, segundo o CICV, estima-se que entre 230 mil a 290 mil submunições tenham sido lançadas, e que aproximadamente 30 mil continuem no solo sem terem sido detonadas, mesmo depois de terminado o conflito.

De acordo com a organização internacional, foram confirmadas 13.306 mortes e ferimentos causados pelas munições cluster.
Os homens são as vítimas mais freqüentes, seguidos das crianças, que freqüentemente são atraídas pela forma, tamanho e cor das munições cluster.

Os sobreviventes dos incidentes com tais munições costumam sofrer ferimentos graves causados pela explosão ou por fragmentos dos explosivos.

Tais pessoas necessitam de tratamento a longo prazo e reabilitação, que inclui assistência médica, reabilitação física, apoio psicológico e reintegração socioeconômica.

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