domingo, 6 de julho de 2014

PALESTINOS CONTINUAM SENDO MORTOS E FERIDOS POR ISRAELENSES

Autoridade Nacional Palestina acusa governo israelense por incitar contra árabes:
“Israel é responsável pela morte de jovem palestino”
A Autoridade Nacional Palestina, através do presidente, Mahmud Abbas, condenou os colonos (os que vivem em terras assaltadas aos territórios palestinos) por "matarem e queimarem um jovem".
"É preciso que os assassinos sejam condenados pelo crime. Israel precisa fazê-lo se realmente deseja a paz".
No dia 2, Muhamed Abu Khdeir, um jovem palestino de 16 anos, foi sequestrado à porta de uma mesquita no bairro de Shoafat, localizado na Jerusalém árabe (sob ocupação israelense).
O pai do jovem, Hussein Abu Khdeir, informou que – conforme lhe informaram pessoas presentes ao local – duas pessoas desceram de um carro e forçaram o rapaz palestino a entrar nele. Os pais de Muhamed foram imediatamente informados e alertaram a polícia israelense.
Cerca de duas horas depois o corpo do rapaz, carbonizado, foi localizado em um bosque localizado na Jerusalém judaica, em Givat Shaul. Os pais passaram por testes de DNA e a polícia confirmou que o corpo localizado era de Muhamed Khdeir. Até o fechamento desta edição o corpo não foi devolvido à família.
Assim que a notícia da morte do jovem foi confirmada, um levante de jovens palestinos eclodiu no bairro e continuou até altas horas da noite.
Enquanto os jovens atiravam pedras sobre os policiais israelenses e construíam barricadas, ateando fogo em pneus, a polícia respondia com balas de borracha em profusão e granadas sonoras. Em outros bairros da cidade a exemplo de Beit Hanina, Issawiya e Silwan, também ocorreram confrontos entre palestinos e policiais.
170 palestinos ficaram feridos, informa a agência de notícias, Ma’an News, 35 dos quais por balas de borracha.
Além da morte do ente querido, os pais e irmãos do jovem linchado ficaram revoltados com a declaração da polícia de Israel de que ‘ainda não se sabe se o assassinato foi feito por extremistas em vingança aos assassinatos de três jovens israelenses, enterrados na terça, ou se foi por motivos criminais".
O bairro de Shoafat é conhecido por ser um bairro de palestinos com melhor renda, um bairro tranqüilo. Além disso, como disse o primo do adolescente, Mahmud, "nossa família não está envolvida em quaisquer conflitos e ele era um bom rapaz. Foi um linchamento e isso tem que ficar muito claro".
A família do jovem atacado declarou haver entregue o número da placa do carro à polícia e um vídeo filmado por uma câmara em uma loja vizinha ao local do seqüestro onde se vê um carro da marca Hiundai se aproximando do jovem palestino. "Fosse um israelense e os assassinos já teriam sido localizados". O pai do rapaz também protestou contra a negligência da polícia pois segundo ele, o celular de seu filho possuía um aplicativo que permitia sua localização. Para ele a polícia teria condições de salvar o rapaz.
O primeiro-ministro israelense, Bibi Netaniahu, pediu que a polícia agisse "rápido para encontrar os criminosos", mas até agora nenhum suspeito foi detido. Bibi também pediu aos israelenses para "não tomarem a lei em suas próprias mãos".
Num comportamento de ocupante, a polícia interrogou os dois amigos que estavam com o jovem pouco antes do sequestro por longas horas.
Já o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld, disse que as investigações estavam ocorrendo para descobrir se o motivo do assassinato seria "criminoso ou nacionalista". A motivação racista não foi aventada.
Pichações nos muros de Shoafat, e em várias aldeias palestinas dentro de Israel, que apareceram depois do seqüestro do jovem palestino, evidenciando a razão da barbárie: "O preço da vingança – árabes fora".
Membros da família Zalum, no mesmo bairro, declararam que no dia anterior já tinha ocorrido uma outra tentativa de seqüestro; o jovem chegou a ser agredido e ficou arranhado no pescoço e se salvou por resistir e por que sua mãe que estava presente começou a gritar desesperadamente.
Turbas de israelenses, sempre aos gritos de "Morte aos árabes" saíram às ruas em vários pontos de Jerusalém no momento em que o funeral era televisionado. Uma delas entrou gritando em um restaurante localizado em Pisgad Zeev e espancou o funcionário Khalid Atiyeh, de 24 anos.
Na aldeia de Aqabra, ao sul da cidade palestina de Nablus, uma casa foi incendiada e em um muro próximo a inscrição "Vingança de judeus – Maomé morreu".
Uma outra turba de israelenses se concentrou na entrada da Jerusalém Árabe aos gritos de: "O povo exige/ punição coletiva", ou seja, ‘mais nazismo; mais nazismo’.
Neste aspecto, o governo de Netaniahu não tem sido nada parcimonioso. Além do premiê dizer que agora vai agir "até acabar com o Hamas", mandar suas tropas bombardear dezenas de objetivos civis em Gaza, fazer mais de 500 prisões em duas semanas, demolir casas, a exemplo da de Ziad Awwad (em cuja família há um suspeito pela morte de um policial israelense) com a declaração oficial de que a demolição "deter os terroristas e constitui um severo aviso a seus cúmplices de que suas ações trarão duras consequências". As tropas de ocupação também assassinaram um jovem palestino em Jenin ao atirarem com munição viva sobre manifestantes. Abu Zagha faleceu após ser atingido no peito.
Até mesmo os governos dos Estados Unidos, Inglaterra e França se sentiram na necessidade de repudiar o crime e exigir medidas para conter a violência israelenses. É verdade que debalde, pois se o exemplo vem do governo ao qual fazem vista grossa e até apóiam...

NATHANIEL BRAIA
http://www.horadopovo.com.br/

sábado, 26 de abril de 2014

A COMPRA DE PASADENA - PERGUNTAS E RESPOSTAS

Dez perguntas e respostas para entender a compra de Pasadena

24.Abr.2014








1 – Qual foi o objetivo da compra da refinaria de Pasadena?
O propósito da Petrobras era capturar as altas margens do petróleo processado nos Estados Unidos na época. Como o petróleo proveniente do campo de Marlim era pesado e valia menos, era necessário processá-lo em uma refinaria mais complexa. Assim, após o refino tradicional, seria possível transformar os derivados pesados em produtos mais leves e mais valorizados.
Foi realizado um mapeamento de oportunidades nos Estados Unidos e duas consultorias de renome apontaram efetivas oportunidades de operação no Golfo do México. Essas informações indicavam a viabilidade da compra da refinaria de Pasadena. Logo em seguida, a planta deveria ser modernizada e ampliada para processar o petróleo de Marlim.
2 – Quanto a Petrobras pagou pela refinaria?
Foram desembolsados US$ 554 milhões com a compra de 100% das ações da PRSI-Refinaria e US$ 341 milhões por 100% das quotas da companhia de trading (comercializadora de petróleo e derivados), totalizando US$ 895 milhões.
Adicionalmente, houve o gasto de US$ 354 milhões com juros, empréstimos e garantias, despesas legais e complemento do acordo com a Astra. Desta forma, o total desembolsado com o negócio Pasadena foi de US$ 1,249 bilhão.
3 – Qual foi o preço pago pela Astra pela refinaria?
A Comissão de Apuração Interna, instaurada em março pela companhia, apurou que a Astra não desembolsou apenas US$ 42,5 milhões pela compra da refinaria. Este suposto valor, a propósito, nunca foi apresentado pela Petrobras.
Até o momento, análises da Petrobras indicam que a Astra desembolsou pelo conjunto de Pasadena aproximadamente US$ 360 milhões. Deste valor, US$ 248 milhões foram pagos à proprietária anterior (Crown) e US$ 112 milhões correspondem a investimentos realizados antes da venda à Petrobras.
Cabe destacar que a operação não envolvia apenas a compra da refinaria, mas sim um negócio bem mais amplo e diversificado. A unidade industrial de refino era parte menor de um complexo empreendimento que envolvia, também, um grande parque de armazenamento, estoques nos tanques, contratos de comercialização com clientes e contratos com a infraestrutura de acessos e escoamento. Envolvia, ainda, conhecimentos sobre o mercado e demais competências para operar no mercado norte-americano, em uma das zonas mais atrativas dos Estados Unidos.
4 - Afinal, a compra foi um bom ou um mau negócio?
Na época da compra, o negócio era muito vantajoso para a Petrobras, considerando as altas margens de refino vigentes e a oportunidade de processar o petróleo pesado do campo de Marlim no exterior e transformá-lo em derivados (produtos de maior valor agregado) para venda no mercado americano.
Posteriormente, houve diversas alterações no cenário econômico e do mercado de petróleo, tanto brasileiro quanto mundial. A crise econômica de 2008 levou à redução do consumo de derivados e, consequentemente, à queda das margens de refino. Além disso, houve a descoberta do pré-sal, anunciada em 2007. Assim, o negócio originalmente concebido transformou-se em um empreendimento de baixo retorno sobre o capital investido.
5 – Como a compra da refinaria foi aprovada?
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou em 2006 a compra de 50% de participação em Pasadena, pelo valor de US$ 359 milhões. A operação estava alinhada ao planejamento estratégico vigente, que determinava a expansão internacional da Petrobras, contribuindo para o aumento da comercialização de petróleo e derivados produzidos pela companhia.
6 – As cláusulas “Put Option” e “Marlim” estavam no resumo executivo?
O resumo executivo originado pelo Diretor da Área Internacional e apresentado ao Conselho de Administração sobre a compra da refinaria de Pasadena não citava as cláusulas de “Marlim” e “Put Option”, nem suas condições e preço de exercício.
7 – Por que a Petrobras comprou os outros 50% da refinaria?
A partir de 2007, houve desentendimentos entre a Petrobras e a Astra em relação à gestão e ao projeto de expansão da refinaria. Em dezembro daquele ano, a Astra enviou à Diretoria Internacional da Petrobras uma carta de intenções para a venda dos outros 50%. Em março de 2008, a Diretoria da Petrobras apreciou e submeteu a proposta de compra ao Conselho de Administração, que não a autorizou. A Astra exerceu sua opção de venda (“Put Option”) e a Petrobras assumiu o controle da integralidade da refinaria ainda em 2008, após disputa judicial. Em 2012, tomando por base laudo arbitral confirmado judicialmente, houve uma negociação final entre as partes, considerada completa e definitiva.
8 – Qual foi a razão do desentendimento entre Astra e Petrobras?
A Astra não concordou em fazer investimentos na ampliação e modernização do parque de refino. A intenção era ampliar a capacidade de Pasadena para 200 mil barris por dia, que era a solução desejada pela Petrobras e que se mostrava mais interessante para processar o petróleo de Marlim.
9 – Qual é a situação atual da refinaria?
A refinaria, que tem capacidade de refino de 100 mil barris por dia, está em plena atividade, opera com segurança e vem dando resultado positivo este ano. A unidade tem localização privilegiada, num dos principais centros de petróleo e derivados dos Estados Unidos. Opera com petróleo leve, disponível nos Estados Unidos a partir do crescimento da produção local de óleo não-convencional (tight oil).
A Petrobras já recebeu propostas pela compra de Pasadena, mas decidiu manter a refinaria fora do pacote de desinvestimentos até que sejam concluídas as investigações em curso. Só então decidirá o que fazer, considerando as condições do mercado.
10 – Como o caso está sendo apurado na Petrobras?
No dia 24 de março, foi instaurada uma Comissão Interna de Apuração na Petrobras sobre a aquisição da refinaria de Pasadena para esclarecer todas as questões que vêm sendo discutidas na sociedade. Além disso, a companhia é fiscalizada e colabora com os órgãos de controle como o TCU, a CGU e o Ministério Público. Desde novembro de 2012, foram respondidas 16 solicitações do TCU e cinco da CGU sobre Pasadena.
Postado em: [Atividades, Esclarecimentos, Institucional]
http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/dez-perguntas-e-respostas-para-entender-a-compra-de-pasadena.htm