quarta-feira, 29 de julho de 2009

MÁXIMAS DE SABEDORIA

A poesia de Eduardo Galeano

O Direito ao Delírio


Eduardo Galeano
(tradução livre Rodrigo Espinosa Cabral)


Que tal começarmos a exercer O direito de sonhar?
Que tal se delirarmos um pouquinho?
No próximo milênio, o ar estará limpo
de todo veneno
O televisor deixará de ser
o membro mais importante da família
As pessoas trabalharão para viver,
em vez de viver para trabalhar.
Os economistas não chamarão
nível de vida o nível de consumo,
nem chamarão qualidade de vida
a quantidade de coisas.
Ninguém será considerado herói
ou tolo só porque faz aquilo que
acredita ser justo, em vez de fazer
aquilo que mais lhe convém.
A comida não será uma mercadoria,
nem a comunicação um
negócio, porque comida e comunicação
são direitos humanos.
A educação não será um privilégio
apenas de quem possa pagá-la.
A polícia não será a maldição
daqueles que não podem comprá-la.
A justiça e a liberdade, irmãs
siamesas condenadas a viverem separadas,
voltarão a juntar-se, bem unidas
ombro com ombro.
E os desertos do mundo e os desertos
da alma serão reflorestados.


Que eu me torne em todos os momentos, agora e sempre,
um protetor para os desprotegidos,
um guia para os que perderam o rumo,
um navio para os que têm o oceano a cursar,
uma ponte para os que têm rios a atravessar,
um santuário para os que estão em perigo,
uma lâmpada para os que não tem luz,
um refúgio para os que não tem abrigo,
um servidor para todos os necessitados.








A JORNADA E OS PRECONCEITOS

Afastai de vós os preconceitos.
Pois a ninguém é dado julgar os seus irmãos. E o sábio não emite opiniões sobre as coisas que desconhece.
Abençoai as diferenças entre vós, que formam o mundo tal como o conheceis; como o colorido das plantas cria a beleza do jardim.
Sobre todas elas, o Universo derrama o calor do sol e o refrigério da chuva; não há distinções entre os filhos de Sua essência. E, se assim é, nenhum direito vos assiste de julgar-vos superiores àqueles que o Infinito colocou em vossa estrada.
Juntos, formais a caravana. E ao viajante cabe o dever de estender a mão, para aquele que ao seu lado caminha; é repartindo o pão e a água, que juntos chegareis ao fim da jornada.
Pois, enquanto o pranto de um único homem correr sobre a terra, nem o riso de todos os outros será suficiente para alegrar o coração do Universo. E, como não repousa o pai diligente até que o último filho à casa retorne, não descansará o Infinito, até que reunidos estejam todos os Seus filhos.
Buscai, portanto a união. E, para que possais atingi-la, sabei que, como as terras da vossa propriedade, os vossos direitos terminam onde começam os do vizinho.
Respeitai os direitos dos outros; como respeitais as vossas fronteiras. Pois o homem que não respeita os direitos alheios, não pode esperar que sejam os seus respeitados.
E não vos limiteis a defender os vossos próprios direitos; o abuso que hoje vitima o vosso irmão, amanhã poderá bater à vossa porta. Se juntos estiverdes, com mais forças resistireis.
É no conhecimento, que encontrareis a Paz.
Porque com ele viaja a aceitação. E necessitais aceitar as pessoas como verdadeiramente são; só assim vencereis os vossos preconceitos e afastareis a inquietude, que a todos os momentos ronda o vosso verdadeiro Eu.
Juntos, caminhais. E de vós dependerá o tempo da jornada. Buscai, pois, o calor do entendimento; para que em vossos corações não mais exista o gelo da desconfiança.
E possa florir a primavera da compreensão.
Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...

...na dimensão da luz...
"Eu já fui pedra
nesses caminhos do mundo
fui verdes pastos,
sombra e alimento a tantas bocas
Tempos depois
eu fui um peixe
nadando em muitas águas e
quando o sol sumiu nos montes
amanhecí um pássaro
E só então, depois de muitas eras
Eu fui um índio que conheceu a Natureza até
que hoje ressuscitado eu sou um bicho-homem.
Agora eu sigo procurando
a etapa do Universo
em que essas vidas tantas todas
vão se dar num anjo.
Um anjo de Luz... "
Letra de uma canção minha, chamada ´A Humana Idade´.

domingo, 26 de julho de 2009

S.O.S. HAITI


O símbolo da miséria no Haiti é um biscoito feito de barro, água e manteiga.
Batizado de “Té”, a receita serve para tapear a fome.
Mulheres desesperadas coletam restos de construção e misturam com água e manteiga em tinas de plástico e metal velhas e sujas.
Quando não há manteiga, elas usam apenas água. Raras vezes põem sal, produto de luxo.
A massa encardida, da cor de argila, é espalhada em tablados de madeira ou metal e ganha a forma de biscoitos, parecidos com pequenas panquecas.
As mulheres usam colheres para espalhar centenas desses biscoitos pelo chão para que sequem ao sol.
Por causa da água, eles incham e depois endurecem.
Crianças comem o biscoito de barro ao longo do dia para, segundo Marie Timouche, 33 anos, ‘espantar a fome’.
Ela diz que também vende um pouco da produção para outros moradores.
“Dá até para ganhar um pouco de dinheiro”, diz ela, que é mãe de quatro crianças pequenas. Quando a família não recebe doações, o “Té” é a única refeição do dia.
O valeparaibano flagrou a produção do biscoito de barro em Cité Gerard, zona da grande Cité Soleil, a maior e mais violenta favela do Haiti. Lá vivem perto de 400 mil pessoas, 90% delas sem emprego formal e lutando diariamente para fugir da fome.
“Mange, mange, bon bagai”, dizem os haitianos ao recepcionar brasileiros nas ruas de Cité Soleil. Em creole, língua oficial do Haiti, a frase é quase um pedido desesperado: “Comida, comida, sangue bom”. Por causa do relacionamento de cinco anos com as tropas militares do Brasil, “bom bagai” (sangue bom) é o apelido que os brasileiros ganharam dos haitianos.
O futuro do Haiti está atrelado à luta contra a fome “mangu” em creole. “Mangu, mangu”, dizem as crianças pelas ruas, passando as mãos secas e enrugadas pela barriga inchada.
Todo o resto gravita em torno do combate à desnutrição crônica que afeta a população, em especial as crianças.
“Sem elas, o que será do futuro do país?”, pergunta o médico Antonio Cyrise, que atende mulheres pobres no Centro de Saúde e Nutrição Rosalie Rendu, em Cité Soleil, administrado por religiosas brasileiras.
No país, a mortalidade infantil chega a atingir 60% das crianças menores de cinco anos.
Na “Cozinha do Inferno”, como os brasileiros chamam a feira popular em Cité Soleil que atende 200 mil pessoas por dia, em meio à sujeira absoluta, Leanie Point Du Jour, 48 anos, luta contra a miséria vendendo pratos de ensopado com batata, inhame, banana e carne de boi.
Cada refeição custa 5 gourdes, equivalente a R$ 0,24.
“Vendo a panela toda”, comemora Leanie, mas reclamando que o dinheiro é insuficiente para sustentar a família.

Qualquer imagem de um país miserável fictício perderia para a realidade haitiana.

O que deve ser combatido primeiro?
O presidente René Garcia Préval tem dificuldade em responder à pergunta formulada pelos próprios haitianos.
Ele conta com a colaboração da ONU (Organização das Nações Unidas), que administra desde 2004 a missão de paz no Caribe, e espera a chegada de recursos internacionais.
Em abril, em Washington, diversos países prometeram ajudar o Haiti com US$ 324 milhões. Préval acredita que os recursos serão suficientes para gerar até 300 mil empregos.
Até o final de junho, porém, nenhum centavo havia chegado aos cofres do país.

O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) aprovou investimentos de US$ 120 milhões para doações ao Haiti em 2010 a fim de ajudar o país a fazer investimentos em setores essenciais como infraestrutura, serviços básicos e prevenção de desastres. Atualmente, o BID financia 22 projetos no Haiti com um orçamento total de US$ 675 milhões.

Será suficiente?
O general brasileiro Floriano Peixoto Vieira Neto, comandante da Minustah, acredita que a frágil estabilidade na segurança precisa ser mantida e ampliada para atrair investimentos internacionais.
Por outro lado, gangues armadas estão se unindo e esperando a criação de empregos e mudanças no plano social.
Eles prometem pegar em armas caso a situação do país não mude.

Alexandre Alves, enviado Especial a Porto Príncipe
21 julho, 2009




Haiti-The Untold Story

A short documentary
I've created for my African Diaspora and
the World Level 112 Course
expressing both
the past and present state of
Haiti.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

HISTÓRIA DA PALESTINA

Entrevista com Rawan Damen (Parte 1)

Rawan Damen, produtora e diretora da TV Al Jazeera, fala sobre a história da Palestina e o filme produzido por ela sobre o assunto.
Categoria:
Notícias e política



Entrevista com Rawan Damen (Parte 2)


Rawan Damen, produtora e diretora da TV Al Jazeera, fala sobre a os historiadores Benny Morris e Ilan Pappé, limpeza étnica, obrigatoriedade do serviço militar israelense, paz e ocupação.




Entrevista com Rawan Damen (Parte 3)

Rawan Damen, produtora e diretora da TV Al Jazeera, fala sobre a as semelhanças entre a cultura árabe e a América Latina. E sobre a divisão do mundo árabe em países independentes.

Entrevista com Rawan Damen (Parte 4)
Rawan Damen, produtora e diretora da TV Al Jazeera, fala quem são os palestinos, o que é ser um palestino e a dificuldade de ter uma nacionalidade sem ter uma pátria. Ela também fala sobre o processo de apagar a Palestina do mapa e transformar a região em um país exclusivamente composto por judeus.




Entrevista com Rawan Damen (Parte 5)

Rawan Damen, produtora e diretora da TV Al Jazeera, conversa sobre seu documentário sobre a história da Palestina (chamado Al Nakba). Nesta quinta parte da conversa, ela fala sobre a limpeza étnica na Palestina.




aljazeerachannel
النكبة - الجزء الثاني - سحق الثورة



O título é "Al Nakba" ("A Catástrofe").
NA primavera de 1948, no coração do Oriente Médio, ocorreu um genocídio, uma operação de limpeza étnica, conhecida como “Al Nakba”, "La Catástrofe". Quinhentos e trinta e uma cidades e povos foram destruídos, crianças, adultos e anciãos, assassinados. Oitenta e cinco por cento da população foram expulsos de suas terras. Setenta por cento deste mesmo povo foi forçado ao exílio, condenado a uma vida miserável em acampamentos provisórios que se mantêm até hoje.
En la primavera de 1948, en el corazón del Medio Oriente, ocurro un genocidio, una operación de limpieza étnica, conocida como “Al Nakba”, la catástrofe. 531 ciudades y pueblos fueron destruidos, niños, adultos y ancianos asesinados. 85% de la población fueron expulsados de sus tierras. 70% de este mismo pueblo fue forzado al exilio, condenado a una vida miserable en campamientos provisorios que perciben hasta el día de hoy.


http://www.dailymotion.com/video/x5l74d_…

MOMENTOS DE REFLEXÃO - OS EUA NO AFEGANISTÃO

4.000 soldados aero-transportados do Ocidente invadiram um vale no Afeganistão. O que é que isso nos trará?


4.000 soldados aero-transportados do Ocidente

invadiram um vale no Afeganistão

e o que será conseguido ??

o que é que isso nos trará ???

mais Democracia, ou melhor, Ópio ??

A nós, nada. Aos EUA, $$$$$! EUA lançam ofensiva com milhares de soldados contra reduto taleban no Afeganistão Com tanques e helicópteros, cerca de 4.000 fuzileiros navais e marinheiros norte-americanos e 650 soldados afegãos avançaram em vilas afegãs, na primeira grande operação feita sob a nova estratégia do governo de Barack Obama para "ESTABILIZAR" o Afeganistão. A ofensiva foi lançada pouco depois da 1h na Província de Helmand, um reduto taleban no sul do país que é a maior área produtora de papoula -- flor utilizada para a produção de ópio -- do mundo. O objetivo é tirar os insurgentes do vale do rio Helmand, antes da eleição presidencial, marcada para o próximo dia 20 de agosto. O sul do Afeganistão é um reduto taleban, mas também uma região onde o presidente afegão, Hamid Karzai, que busca manter-se no cargo por mais um mandato, está buscando os votos de membros da etnia pashtun. O Pentágono está mobilizando mais 21 mil homens no Afeganistão até as eleições e espera que o número total de soldados norte-americanos no país chegue a 68 mil até o fim deste ano -- o dobro do número que havia em 2008, mas metade do número de soldados norte-americanos que ainda estão no Iraque. O Taleban, que governou o Afeganistão entre 1996 e 2001 foi afastado do poder por uma coalizão internacional liderada pelos EUA que invadiu o país após os atentados de 11 de Setembro, com o pretexto de pegar Bin Laden. Na época dos ataques, atribuídos à rede terrorista Al Qaeda, o terrorista saudita e seu grupo eram "hóspedes" dos talebans. Nos dois últimos anos, o grupo conseguiu se fortalecer e contra-atacou, conseguindo o controle de grande parte do sul e do leste do país, e expandindo seus domínios para áreas tribais no Paquistão, o que obrigou os EUA a enviar mais tropas para o país. No fim de março, Obama anunciou a nova estratégia para o Afeganistão e o Paquistão, colocando a luta contra a rede Al Qaeda e o grupo fundamentalista Taleban como prioridade da política de segurança nacional, reduzindo tropas e recursos para o Iraque. Segundo ele, as tropas vão se reunir com líderes locais (ENTREGUISTAS, CLARO!), ouvir quais são as suas necessidades ($$$, poder...) e agir em relação e elas. "Não queremos que as pessoas da Província de Helmand nos vejam como um inimigo, queremos protegê-las contra o inimigo", disse. ISSO SÓ PODE SER PIADA, NÃO É? "As forças de segurança vão construir bases para fornecer segurança para a população local para que ela possa realizar todas as atividades com este cenário favorável, e tocar sua vida em frente em paz", disse o governador Gulab Mangal, de acordo com um comunicado do Pentágono. Não há prazo para a retirada das tropas americanas do Afeganistão, e a Casa Branca não divulgou estimativas de quantos bilhões de dólares o plano vai custar. Ieda

É a política de remoção de tropas do Obama. E os otários acreditaram. Fabricio P

Democracia é que não vai ser...Que modo que o Tio Sam tem de impor a sua pseudo-democracia pelo mundo, hein?Ópio?Os EUA deveriam se preocupar com as suas plantações de maconha.E elas são numerosas...Abraços do DNL! Ψ DNL ♫ Cavaleiro !

ENCONTREI ISSO AQUI E ACHEI MUITO BOM:

Saddam Hussein não nos trouxe nenhumas das suas Armas de Destruição Massiva.

George Bush não nos trouxe nenhuma Democracia

Os Talibãs não nos trouxeram o Ópio

As Marionetas da Zona Verde não nos trouxeram de volta o Iraque

As eleições iranianas não nos trouxeram outra Geórgia

O bombardeamento de Gaza não nos colocou de joelhos

Obama não nos trouxe nenhuma mudança

Nathaniahu não nos trouxe nenhuma das habituais-mentiras-credíveis

Dois aviões de fabricação francesa saídos da mesma fábrica

caíram no mar: o que era propriedade de franceses foi apelidado de "acidente" e o de propriedade iemenita foi apelidado de "sucata"!

ISSO AÍ É PRA SER PENSADO. Mimi

Sexta-feira, 24 de Julho de 2009

O AFEGANISTÃO PRECISA SE LIVRAR DOS INVASORES E OCUPANTES QUE MASSACRAM SEU POVO!

Vocês acham que os EUA estão procurando Bin Laden por lá????

AFEGANISTÃO LIVRE JÁ!

EUA invadiram o Afeganistão e ainda não conseguiram controlar o cultivo e a produção de ópio?


Olha que tem gente que pensou que os EUA estavam procurando BIN LADEN no Afeganistão!!!!!Então, EUA estavam "de olho" no ópio dos Afegãos?!Que coisa feia, né mesmo?Era/é esse o "combate ao terrorismo"? Quem são esses "insurgentes" mencionados na notícia abaixo?

Para Ilustrar:

Afeganistão segue liderando produção de ópio

Um relatório do governo americano mostra que o Afeganistão continua sendo O MAIOR PRODUTOR MUNDIAL DE ÓPIO, apesar do cultivo da papoula ter caído 19% em 2008. O balanço anual sobre a "Estratégia para o Controle Internacional de Narcóticos", do Departamento de Estado, indicou que o Afeganistão produz 93% do ópio e da heroína consumidos no mundo. O CULTIVO se concentra em cinco Províncias do sul do país, nas proximidades das FRONTEIRAS com o Paquistão e o Irã. O Afeganistão foi INVADIDO pelos Estados Unidos em 2001, mas até hoje tropas americanas e afegãs NÃO CONSEGUEM controlar o cultivo e a produção, dominados por INSURGENTES.

Detalhes Adicionais
Os novos reforços militares compreendem 8 mil fuzileiros navais e 4 mil soldados de infantaria. O pessoal de apoio será constituido por 5 mil efectivos. A totalidade deste contigente será enviada para o sul do Afeganistão, onde a violência está a crescer. O Presidente Obama quer a situação sob controlo."Penso que ainda é possível vencer no Afeganistão. Penso que continua a ser possível derrotar a al Qaeda. Mas também acho que, como consequência da guerra no Iraque, tivemos as nossas atenções desviadas. Não prestámos a devida atenção à forma como lidámos com o Afeganistão."

Fonte: BBC para Africa

Analistas dizem que o anúncio do Presidente Barack Obama é, na verdade, o cumprimento de promessas feitas pela administração Bush. Entretanto, ontem as Nações Unidas disseram que 2118 civis foram mortos no Afeganistão no ano passado - um aumento de 39% em relação a 2007. Os rebeldes afegãos foram responsabilizados por 55% dessas mortes, enquanto os EUA, a NATO e as forças governamentais do Afeganistão foram responsáveis por 39% das baixas civis no país.

Embora os EUA se considerem como a “mãe” de todas as democracias modernas, por três vezes já permitiram que um candidato à presidencia - que não foi o mais votado - tomasse posse. Foi assim que a atual administração estadunidense deu início ao seu (des)governo: usurpando o poder em seu próprio país. Esse grupo, que atua agressivamente (não só nos EUA, mas em todo mundo), tomou o poder máximo para defender interesses que jamais foram do povo americano - mas de grupos que tiveram origem na Europa e em Israel.Esse grupo, através de sofismas, isto é, de traições, mentiras e argumentos baseados em fatos tidos como verdadeiros, argumentos que, aparentemente, eram lógicos - , divulgados através da mídia dominante no Ocidente e no Oriente, convenceu os povos (principalmente o norte-americano) de que a Guerra Contra Terror era imprescindível e inadiável, e deveria ser travada através das invasões do Afeganistão e do Iraque.Apresentou-se como argumentos para a invasão do Afeganistão, que o grupo que efetivamente governava aquele país, o Talibã, tinha aliança com a Al Qaeda e oferecia proteção a Osama Bin Laden. A invasão permitiria, assim, não só derrubar do comando de um país um grupo que patrocinava o terror, mas também prender o acusado como principal mentor dos atentados de 11 de setembro de 2001.Entretanto, após sete anos da derrubada daquele grupo, durante os quais milhares de civis foram brutalmente assassinados, inclusive crianças, o Talibã e a Al Qaeda não foram desmantelados, continuam ativos, e Osama Bin Laden nunca jamais foi realmente ameaçado de prisão.Os EUA argumentaram também que o Talibã era patrocinado pelo tráfico de ópio. O fato real, entretanto, é que foi justamente durante a administração Talibã - entre os anos de 1996 e 2001 - que o cultivo da papoula chegou a seus índices mais baixos - 185 toneladas, em 2001. Durante os anos de 2000-2001, o regime do Talibã criou um programa de erradicação da produção de papoula altamente bem sucedido, como se pode ver no quadro abaixo:1995 - 2.335 toneladas1999 - 4.565 toneladas2000 - 3.276 toneladas2001 - 185 toneladas2002 - 3.400 toneladas2003 - 3.600 toneladas2004 - 4.200 toneladas2005 - 4100 toneladas2006 - 6100 toneladasA grande verdade é que muitas grandes fortunas americanas e européias sempre tiveram origens sombrias, fontes que nunca foram ou são totalmente esclarecidas ou divulgadas... Desde o final do século XIX (19), negócios e interesses financeiros poderosos têm estado por trás do narcotráfico. Assim, aqueles grupos poderosos que se ramificam por todo mundo agiram para retomar a totalidade do controle geopolítico e militar das rotas de drogas - pois esse é tão estratégico quanto às rotas de petróleo e seus oleodutos. Há de observar com tento a mais um detalhe: após o comércio de petróleo e de armas, o de drogas é o que mais movimenta dinheiro no mundo - 400 a 500 bilhões de dólares por ano.Para melhor entender: no final da década passada, o total da produção mundial de bens alcançou os 25 trilhões de dólares. Em 1998, a produção das 500 maiores empresas do mundo, produzindo em todos os continentes, chegou a 11 trilhões de dólares, e os lucros foram da ordem de 440 bilhões de dólares. Liderando essa produção encontravam-se os setores da indústria automobilística (em torno de 1 trilhão de dólares), petrolífera (900 bilhões) e eletro-eletrônicos (750 bilhões) em dados da revista Fortune de 1994.A indústria do narcotráfico, por sua vez, movimentou entre 750 bilhões a 1 trilhão de dólares, o que a equipara àqueles setores líderes da economia formal. Entretanto, quanto aos lucros os da indústria do narcotráfico são muito superiores aos obtidos no conjunto por aqueles três setores. E os lucros são muito maiores por causa da enorme diferença de preço da matéria-prima: enquanto os setores da economia legalizada trabalha com matérias-primas sobre as quais incidem vários tipos de tributos, a indústria do narcotráfico trabalha com matérias-primas, como a folha de coca, por exemplo: esta era vendida, na Bolívia ou na Colômbia, por US$ 2,5 o kg.; depois de transformada em cocaína passava a valer US$ 3.000 na Colômbia, chegando em São Paulo a US$ 10.000 e alcançando o preço estratosférico de US$ 40.000 dólares no mercado norte-americano e US$100.000 no Japão. A mesma disparidade se verifica com a heroína e a maconha. Com um custo de produção alcançando somente 0,5% e o distribuição 3% do valor do produto, o narcotráfico torna-se, assim, o negócio mais rentável do mundo, com lucros superiores a 3.000%. No início da década passada, os lucros com o tráfico de drogas giravam em torno de 300 bilhões de dólares - quase 6 vezes o lucro atingido pelas indústrias petrolífera, automobilística e de equipamentos eletro-eletrônicos JUNTAS.(Cont.)
Fonte(s):
(Cont.)É claro que, de posse desses dados, aqueles grupos e seus líderes ganaciosos e inescrupulosos, viram no controle total dos quatro setores o grande “pulo do gato”. E eles perceberam que tomar posse desse controle lhes era possível porque:- já contavam com todo o poder bélico da única superpotência e da maioria das principais potências militares mundiais;- a mídia dominante em todo mundo já era por esses grupos dirigida;- não havia qualquer dúvida acerca da ajuda maciça que seria continuamente dada por parte dos milionários diretamente interessados em que o narcotráfico estivesse sob a proteção - jamais declarada, mas ostensivamente dada - dos governos mais influentes do chamado mundo globalizado;- havia o apoio silencioso de vários setores das religiões ditas cristãs, interessados no total despretígio e destruição da segunda religião que mais cresce no mundo - a islâmica. O apoio de pastores, inclusive, deu às ações daqueles grupos ares messiânicos, propiciando e promovendo até a reeleição de mr. Bush;- havia certeza de que as nações que poderiam fazer-lhes frente e impedí-los de por seu plano em prática jamais se uniriam contra eles, se limitando sempre a fazer uso do veto nas votações da ONU e dar algumas declarações contrárias, mas não enfáticas o suficiente para, ao menos, retardar suas ações.Todo o plano das invasões já vinha sendo preparado desde o final da década de 80, precisando apenas esperar o momento certo de ser iniciado. Foi um plano elaborado com muitas etapas ardilosas, oriundas da sofística, ou seja, onde inteligência foi usada para dar uma interpretação falsa aos fatos (como, por exemplo, apresentar fotos de satélites, onde é mostrada uma fábrica de leite, e afirmar que “sem sombra de dúvidas, trata-se de uma fábrica da armas químicas”, enganando, assim, a maioria despreparada, que não sabe distinguir o que vê em imagens desse tipo), para apresentar argumentos aparentemente válidos, mas que na realidade não são conclusivos, pois existe má-fé por parte de quem os apresenta; apresentar argumentos baseados em fatos tidos como verdadeiros e chegar a uma conclusão inadmissível (como no discurso do secretário de Estado norte-americano, Collin Powell, na ONU, em fevereiro de 2003, no qual apresentou supostas provas sobre os programas de armamento do Iraque e sua recusa a se desarmar).De repente, sem que o mundo pudesse nem ao menos vislumbrar a possibilidade, o “start” foi dado por um acontecimento literalmente retumbante, que ecoou por toda a mídia, chocando e estarrecendo a todos: os atentados de 11 de setembro de 2001, considerados os mais graves atentados em massa da História, e que espalharam incerteza e insegurança pelo mundo. Enquanto a maioria esmagadora da humanidade se encontrava sob enorme espanto e forte emoção, em estado de choque, sem acreditar nem entender o que via, o “grande” plano foi sendo posto rapidamente em prática, sem dar tempo para que ninguém pensasse muito. O sucesso de sua execução exigia que suas etapas se sucedessem com rapidez, aproveitando todo o assombro, todo o enorme pavor que tomou conta das populações - em particular, a americana.O plano foi posto em prática e o controle dos quatro setores mais rentáveis da economia mundial foram enfeixados nas mãos daqueles grupos.Com parte da cúpula desse grupo no comando da única superpotência do mundo porque, então, esse gigantesco império está ruindo?

Silv@ Usuário POP

http://br.answers.yahoo.com/question/index;_ylt=As2EBVVNPgg3L0M_D6zXMb7x6gt.;_ylv=3?qid=20090227202601AAjR2kQ



AFEGANISTÃO - A guerra ilegítima prossegue.


Está em marcha na província de Helmand no sul do Afeganistão a maior operação militar desde que Obama chegou ao poder. Cerca de 4.000 marines, juntamente com centenas de soldados britânicos tentam impor o controle sobre uma população de etnia pastun, que se opôs à ocupação dirigida pelos Estados Unidos, desde que a invasão de 2001 derrotou o regime talibã e instalou um regime títere.

Ao mesmo tempo, devido principalmente à coação financeira e política de Washington, o governo paquistanês lançou o seu exército numa ofensiva brutal contra o povo pastun no noroeste do Paquistão.

O seu crime é partilhar uma história, uma língua e uma cultura comum com os pastuns do Afeganistão e proporcionarem apoio à insurreição talibã através da pouco definida fronteira entre ambos os países.

O custo em vidas humanas já foi descomunal.

Num selvático castigo coletivo o exército paquistanês obrigou um mínimo de dois milhões e meio de pessoas a sair das suas casas, em organizações tribais como Bajaur e Mohmand, e do distrito do vale de Swat na província da fronteira noroeste.

Os Estados Unidos realizam ataques aéreos quase diários contra as casas de hipotéticos dirigentes insurreitos paquistaneses, particularmente nas tribos de Waziristan do norte e do sul.

Só esta semana [N. do T.: semana de 5 a 11 de julho] os mísseis estadunidenses massacraram pelo menos 80 homens, mulheres e crianças.

Depois de quase oito anos de combates na Ásia Central, Obama intensificou até um nível novo e sangrento a guerra Afeganistão-Paquistão que está em desenvolvimento nos dois lados da fronteira.

Não há indícios de caminhar para o seu termo.

David Kilcullen, ex-conselheiro do general David Petraeus, o general que contribuiu para planear a onda de tropas tanto para o Iraque como para o Afeganistão, disse esta semana ao diário britânico The Independent o que se está a discutir abertamente, tanto na Casa Branca como em Downing Street: "Estamos pensando em pelo menos 10 anos de guerra no Afeganistão e este é o melhor cenário possível e a meio do que será um combate bastante maior. Este é o compromisso necessário e isto é o que se deveria dizer aos povos estadunidense e britânico, como se deveria dizer que tudo isto tem um custo".

A verdade é que os governos dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e outros países que participam na guerra estão dizendo aos seus povos o mínimo possível.

Estão sendo ajudados por meios de comunicação corruptos que se permitem a si mesmos ser censores e apenas publicam as notícias mais asséticas.

Os jornalistas britânicos que estiveram "envolvidos" com as forças da Otan no Afeganistão disseram no mês passado ao Guardian que a cobertura da guerra era "lamentável", "indigna" e "indefensável".

Thomas Harding do The Telegraph admitiu: "Dizem-nos que tudo vai fantasticamente, que tudo vai bem, mentiram a nós e ao público. (ver: «A lack of cover» em: www.guardian.co.uk/media/2009/jun/15/afghanistan-embedded-journalists-mod).

Típico das mentiras oficiais foi a declaração, citada pelo USA Today, do comandante estadunidense no Afeganistão, o general Stanley McChrystal, que as tropas estadunidenses estavam em Helmand para "criar uma nova atmosfera para que as pessoas rejeitem os talibãs e a sua cultura de medo e intimidação".

Como reconheceu a semana passada o The New York Times, os talibãs estão ganhando apoio devido ao ódio aos ocupantes estadunidenses e à Otan, e ao seu governo títere em Cabul.

Em 3 de julho a correspondente Carlotta Gall disse que "o estado de espírito do povo afegão nalgumas partes do sul do Afeganistão se inclinou para uma revolta popular" e as pessoas "pegaram em armas contra as tropas estrangeiras para proteger as suas casas ou num momento de ira pela perda de um familiar em ataques aéreos".

Para acabar com a resistência, o corpo de marines impõe um regime de "medo e de intimidação" aos 250.000 habitantes do vale do rio Helmand.

As táticas do general McChrystal inspiram-se nos métodos de contra-insurreição que aplicou no Iraque.

As principais cidades foram postas debaixo de

controle militar.

A vida das populações nas cidades, ida aos mercados, lojas, hospitais etc. será controlada por recolher obrigatório, postos de controle e constantes registos e interrogatórios nas ruas.

Os dirigentes locais são pressionados para identificarem os insurreitos, que são assassinados ou capturados por esquadrões da morte constituídos pelas forças especiais, a que os meios de comunicação chamam diligentemente "patrulhas de combate e reconhecimento".

É surpreendente que no momento em que a administração Obama intensificou a guerra, tenha praticamente abandonado o pretexto original utilizado para a justificar.

O que é que se passou com Osama bin Laden?

Referem-no, apenas, e quando o fazem, a Al-Qaeda está cada vez mais relegada para o final da propaganda oficial e das notícias dos media. Esta não é uma questão menor.

A aparente base legal da estadia das tropas estadunidenses no Afeganistão é a "Autorização para o uso da força militar", uma resolução conjunta aprovada pelo Congresso estadunidense em 18 de setembro de 2001, uma semana depois do 11 de setembro.

A resolução autorizava a força militar com o objetivo de capturar ou destruir os dirigentes da Al-Qaeda, principalmente bin Laden, para prevenir futuros ataques terroristas.

Quase nove anos depois, já nem se finge que as tropas estadunidenses estão no Afeganistão para caçar a Al-Qaeda.

Em vez disso, declara-se que a guerra é contra os "talibãs", uma etiqueta que se aplica, indiscriminadamente, a qualquer afegão que resista à ocupação dirigida pelos EUA. No entanto, em momento algum se acusou os talibãs de estarem implicados no 11 de setembro.

A justificação da administração Bush era que os dirigentes de Cabul tinham recusado um ultimato para entregarem aos Estados Unidos os dirigentes da Al-Qaeda.

O abandono do pretexto original para a invasão coloca a questão de com que suposta justificação legal o governo estadunidense e os seus aliados continuam a intensificar a guerra.

A verdade é que não têm nenhuma, a não ser a realidade: uma guerra imperialista de saque e dominação.

A ocupação do Afeganistão dirigida pelos Estados Unidos e a terrível violência que envolve o Paquistão é o culminar de 30 anos de intrigas imperialistas estadunidenses na Ásia Central para restabelecer um domínio estratégico e econômico na região, que é rica em recursos.

A partir de 1979, os governos estadunidenses financiaram e proporcionaram os meios a uma insurreição islâmica para derrotar um governo afegão apoiado pela União Soviética.

Nos anos noventa a Casa Branca de Clinton animou o seu aliado paquistanês a ajudar a instalar os talibãs em Cabul, acreditando que estes seriam benéficos para as aspirações das companhias norte-americanas: ganharem o controle dos principais projetos petrolíferos e gasíferos no Cazaquistão e outros Estados da Ásia Central, e construir oleodutos através do Afeganistão.

Quando a guerra civil e a instabilidade impediram a realização destes planos, explorou-se a presença da Al-Qaeda que, pelo menos até 2000, serviu para preparar a conquista do país por parte dos Estados Unidos.

Os ataques de 11 de setembro proporcionaram o pretexto

para pôr o plano em andamento.

Tal como o potencial acesso aos recursos dos países vizinhos, a ocupação do Afeganistão proporciona aos Estados Unidos e aos seus aliados da Otan uma base estratégica para projetar a sua força contra rivais que aspiram a uma influência regional, como a Rússia, a China, a Índia e o Irão.

A guerra no Afeganistão-Paquistão não é uma guerra contra o terrorismo nem pela democracia nem para ajudar o há muito mártir povo afegão.

É uma guerra colonial cujo objetivo principal é converter o Afeganistão num Estado cliente dos Estados Unidos, e assegurar que o Paquistão continue ancorado sob a influência geopolítica de Washington.

A classe trabalhadora deve exigir a imediata e incondicional retirada de todas as tropas estadunidenses e estrangeiras, o fim das operações militares imperialistas na Ásia Central e o direito dos povos afegão e paquistanês a determinar o seu próprio futuro.

* James Cogan e colaborador de World Socialist Web Site: www.wsws.org/index.shtml

Fonte:Revista Fórum
Postado por BLOG DE UM SEM-MÍDIA

http://blogdeumsem-mdia.blogspot.com/2009/07/afeganistao-guerra-ilegitima-prossegue.html

COLONIZAÇÃO SIONISTA E LIMPEZA ÉTNICA

Colonización sionista y "limpieza étnica"

19 Mayo 2008 - El periodista brasilero basado en Londres Silio Boccanera, entrevista al historiador israelí Ilan Pappe, quien habla sobre la colonización sionista y la "limpieza étnica" de la población palestina. La entrevista está en inglés y el video, subtitulado en idiona portugués.
El video entero (duración: 23 minutos) puede ser visto en:
http://video.google.com/videoplay?doc... (ver abaixo)

Ilan Pappé (Haifa, 1954) es un historiador israelí, ex-profesor de la Universidad de Haifa y actualmente profesor en la Universidad de Exeter, en el Reino Unido.
Es uno de los denominados «nuevos historiadores» que, desde posiciones históricas revisionistas, han reexaminado críticamente la historia moderna del Estado de Israel y del sionismo con puntos de vista muy controvertidos.
En particular, adhiere a la tesis de que los palestinos fueron expulsados intencionadamente por el Yishuv y más tarde por las fuerzas militares israelíes siguiendo un plan elaborado incluso antes de la guerra, el Plan Dalet o Plan D.
También es muy discutido por sus posiciones políticas contra el Estado de Israel.



Silio Boccanera entrevista Ilan Pappe - 23:23 - 19/01/2009


A ONU propôs a partilha da área conhecida como Palestina, e os árabes que viviam ali não aceitam a decisão. Israel, como toda nação, desenvolveu sua narrativa oficial e os palestinos discordam.





http://video.google.com/videoplay?docid=7393572071611328722&hl=pt-BR

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A VITÓRIA DO POVO PALESTINO

Jerusalém, capital da cultura árabe - 2009

Deus Altíssimo diz no Sagrado Alcorão: “Óh homens! Certamente, Nós vos criamos de um varão e de uma fêmea, e vos fizemos nações e tribos, para que vos conheceis uns aos outros. Por certo, o mais honrado de vós, perante Allah, é o mais piedoso. Por certo, Allah é Onisciente, Conhecedor.” ( 49; 13)


Louvado seja Deus o Senhor do universo!

A VITÓRIA EM GAZA


Qual é a base para dizermos que alguém saiu vitorioso em um conflito?


A base para isto é chegar aos objetivos.


Os mártires que deram suas vidas ou a destruição de uma cidade não motivos para medir este sucesso.


Os objetivos do povo Palestino são 3:


1) Parar com a agressão violenta dos israelenses. E isto aconteceu;

2) Que as forças israelenses saíssem de Gaza. O que também aconteceu;

3) Abrir as fronteiras com os países. Este objetivo ainda não foi atingido, mas logo será.

Se este objetivo for atingido, então a vitória será assegurada.


As condições do povo palestino são incomparáveis às condições que Israel tem. Mas, com tudo isso, o povo oprimido da Palestina conseguiu se opor ao regime sionista e Israel teve de voltar atrás.


Temos uma história que veio a minha mente.


É a de um lobo que atacou um galinheiro.


As galinhas, quando viram o lobo atacando seus filhotes, abriram suas asas e com seu bico atacaram o lobo. O lobo fugiu. Um leão, quando viu o lobo fugindo das galinhas, riu e disse: “Eu não sabia que você tinha medo de galinhas!” O lobo respondeu: “Eu tenho medo é de ser ridicularizado, matar galinhas não é nenhum orgulho.”


Israel, com todo seu poder, perdeu em Gaza e centenas de crianças inocentes assassinou friamente. Obrigou-se a voltar atrás, pois matar crianças inocentes não é orgulho pra ninguém. Muito menos ocorreu uma vitória sobre o Hamas. A Resistência Palestina, com poucas condições, fez com que Israel voltasse atrás.
Hoje, a Resistência Palestina está mais convicta não só em seu objetivo para a libertação de Gaza, mas também de Al-Quds (Jerusalém), o Afeganistão e o Iraque.
Não estranhe este objetivo do Hamas
, pois o Profeta Muhammad (s.a.w), quando estava em Khandaq, pensava na divulgação do Islã na Síria, Jordânia e Egito.


“Aquele que pode nadar numa piscina pode nadar no mar também”.

Então, a resistência que se tornou vitoriosa em Gaza também pode reconquistar o restante da Palestina.

Outro ponto importante é que os países no mundo tudo observaram a agressão israelense a Gaza.


Na época em que os paises árabes falavam em paz com Israel, o rei da Arábia Saudita, Abdullah, e o Mufti do Egito se encontraram com Shimon Peres. Naquele período Israel já havia cometido este mesmo crime.
Isto nos confirma que a Resistência Palestina tem as suas razões.
E isto fez com que a reconstrução de Gaza e sua fortificação ocorresse nos últimos anos.
Eu convido a todos para realizarmos um jantar beneficente para auxiliar o povo de Gaza.
A Síria levou em consideração o pedido de seu povo e cancelou as conversações com Israel, conseguindo assim unir o povo ao governo.
A Turquia não ficou apenas assistindo o genocídio dos palestinos, mas hoje temos uma nova Turquia. Tanto o povo turco ficou a favor do povo palestino assim como o governo turco também.
A Turquia pediu que Israel fosse retirada da ONU quando Israel não acatou as suas resoluções.
O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan
, disse: “Por que temos que aceitar a participação na ONU de uma nação que não está de acordo com as suas resoluções?”


Isto foi dito quando o secretário-geral da ONU estava visitando Israel.


Quer dizer, esperava-se que Ban Kim Moon expressasse sua irritação com a provocação ao órgão que preside e condenasse o bombardeiro a suas escolas. Mas, infelizmente, o secretário-geral não fez nada disso.
Quando Ban Kim Moon foi à Turquia, o primeiro-ministro turco expressou sua falta de esperança com o presidente desta organização.

Quando o secretário da ONU não tem como defender seus objetivos, como então pode querer auxiliar o povo oprimido palestino?


A ONU não é uma entidade beneficente que trabalha para auxiliar as pessoas com doações de remédios ou alimentos, apenas. A sua função principal é a de manter a paz no mundo. Mas, em todos os casos, hoje no início da manhã, Tayyip Erdogan, quando voltava da Suíça para a Turquia, foi recebido por milhares de pessoas, sendo aclamado como um grande vencedor, porque na conferência de Davos, foi energicamente contra as mentiras de Israel, deixando o salão.


30/01/2009 - A IMPORTÂNCIA DO TAKBIR/VITÓRIA EM GAZA
http://www.ibeipr.com.br/discursos.php?id_discurso=25

http://www.ibeipr.com.br/index.php

Síria e Turquia querem que Israel renuncie a territórios árabes ocupados. Certo?


O presidente sírio, Bashar al-Assad, e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, em visita à Síria, CONCORDARAM HOJE que a PAZ no Oriente Médio SÓ SERÁ POSSÍVEL quando Israel RENUNCIAR AOS TERRITÓRIOS ÁRABES OCUPADOS.A RETIRADA dos ocupantes israelenses deve incluir o recuo israelense das Colinas do Golã sírias até as fronteiras, ocupadas desde o dia 4 de julho de 1967.Ambos concordaram em continuar a intensificar esforços para acabar com o INJUSTO bloqueio israelense sobre a Faixa de Gaza e conseguir a reconciliação palestina, com o objetivo de estabelecer um Estado palestino independente
.

Engraçado, né? Quando o Estado de Israel ocupou os territórios árabes na Guerra dos Seis Dias ninguém fez nada. Ninguém falou nada. Todos "passaram o pano" e continuaram armando os israelenses.A "desculpa" israelense foi bem parecida com o quê? A teoria usuado por Hitler para a "expansão" da Alemanha Nazista (que levou à Segunda Guerra Mundial). Para quem quiser saber mais procure sobre os pensadores que escreveram sobre "Espaço Vital".Os japoneses também ocuparam grande parte da Ásia, em espcial a Coréia. Para eles os coreanos não passavam de uma ********. Chamavam os coreanos de cachorros...terrível isso. Até hoje não houve uma desculpa oficial dos japoneses com relação aos crimes de guerra.O Estado de Israel faz a mesma coisa. Para alguns judeus, os "árabes" (aí não importa qual etnia, qual religião ou qual nacionalidade) são como cachorros. São uma ******** incômoda e que se não conseguiu "tomar de volta" aquelas terras, simplesmente não as merecem. Isso é FATO. Diversos líderes israelenses disseram isso abertamente ou nas entrelinhas de seus discursos.Siria e Turquia querem seus territórios de volta mas não vão conseguir. Alguns judeus prefeririam morrer naquelas terras do que devolvê-las. Um Estado Palestino também nunca será criado pois o Estado de Israel elimina toda e qualquer estrutura que os palestinos tentam criar. E chama isso de "ataques preventivos" ou "destruição de células terroristas". Para eles, qualquer organização palestina será sempre "terrorista".Não vejo solução para o conflito. Os vendedores de armas internacionais ganham mais com o conflito do que com a paz. E muitos deles são judeus...Barbeiro

terça-feira, 21 de julho de 2009

A VERDADE SOBRE OS PALESTINOS E A LIMPEZA ÉTNICA


Entrevista com Ilan Pappé, historiador israelita: Israel quer completar a limpeza étnica dos Palestinianos


Ilan Pappé é um dos mais famosos historiadores israelitas.

Contra a opinião da UE e dos EUA, defende que apenas um Estado na Palestina, com cidadania igual para todos, é a solução.

Professor de Ciências Políticas na Universidade de Haifa até 2007, foi obrigado a abandonar Israel após repetidas ameaças de morte contra si e a sua família.

Lecciona hoje na Universidade de Exeter, em Inglaterra.


O seu trabalho enquadra-se no de uma geração de historiadores israelitas que, com base na abertura dos arquivos israelitas após 1978, começaram a contestar a versão oficial da fundação de Israel.

Qual é o sentido geral da partilha de 1947 e os subsequentes acontecimentos de 1948?

Penso que o novo olhar sobre 1947 e 1948 realça os aspectos injustos da resolução de partilha da ONU. A ideia de impor a partilha pela força a uma população indígena que constituía dois terços dos habitantes, hoje não seria aceite. Nem seria pensável hoje a ideia de partir um país em duas partes quase iguais entre a população indígena e os colonizadores. Durante anos tendemos a culpar os Palestinianos por rejeitarem esta solução injusta e nós, nomeadamente a comunidade internacional, continuamos a propor estas soluções… injustas.Creio que hoje nos apercebemos da magnitude do crime cometido contra os Palestinianos em 1948, a limpeza étnica, o silêncio do Mundo e o facto de que o Estado de Israel continua a tentar completar a total limpeza étnica dos Palestinianos.


O que pensa dos acordos de Oslo e outras negociações entre Israel e os Palestinianos?

Creio que os acordos de Oslo tiveram um aspecto positivo, a legitimação da OLP. Excepto isso, foram como a resolução de partilha, uma imposição do ponto de vista israelita aos Palestinianos. Tinham as palavras correctas, mas elas estavam apenas de acordo com a interpretação israelita, o que significou encontrar um acordo que lhes pudesse permitir aprofundar a ocupação.Foram desastrosos. Criaram expectativas onde não havia intenção de alterar a realidade miserável no terreno, ferindo profundamente a hipótese de paz e, em segundo lugar, lançaram as sementes da divisão no campo palestiniano.


Por que é que Israel atacou Gaza?

Qual foi a reacção da sociedade israelita durante esta agressão, especialmente a da esquerda?Israel atacou Gaza por várias razões. Depois da derrota no Líbano em 2006, os seus generais acreditaram que uma vitória militar com sucesso imporia medo aos países árabes. Em segundo lugar, eles desejam erradicar pela força os movimentos que na região resistem pela força aos seus planos, como o Hamas. E o seu plano para Gaza em particular era mantê-la como uma prisão a céu aberto na esperança de que muitos Palestinianos dali abandonassem a sua terra ou sucumbissem à vida sob tais condições. Os Israelitas não irão permitir que Gaza e a Cisjordânia formem um Estado livre e independente.


Qual é a situação dos palestinianos israelitas? Qual é a sua reacção aos acontecimentos em Gaza?

Verificou-se uma escalada nas acções do Governo israelita contra a minoria palestiniana em Israel. A sua cidadania, bens e liberdade estão sob um perigo crescente. A situação não é tão má como a dos palestinianos na Cisjordânia, mas para lá caminha. Como no caso de Gaza, a elite política e militar de Israel não tem solução para este problema, a não ser que os palestinianos lá [em Israel] aceitassem viver para sempre como cidadãos de segunda ou mesmo terceira categoria.


Qual é a sua opinião acerca das manifestações ocorridas em todo o Mundo contra Israel durante o ataque a Gaza?

Creio que decorrem de uma tendência crescente em que largos sectores da opinião pública não aceitam mais as políticas criminosas de Israel. Mas ainda não se traduziram em mudança de políticas por parte dos governos.


Qual foi a reacção da comunidade judaica, particularmente no país em que de momento reside, o Reino Unido?

A comunidade judaica estabelecida é ainda embaraçosamente pró-Israel, mas mais e mais indivíduos estão a começar a dissociar-se do sionismo e um número significativo está disposto a ser activo na luta pela justiça para os Palestinianos.


Onde se posiciona no debate entre as chamadas soluções de ‘dois Estados’ e de ‘um Estado’ na Palestina?

Penso que não há realmente um debate. A solução de ‘dois Estados’ desapareceu para sempre, ainda que haja pessoas que pensem que foi uma solução justa e razoável. Creio que não o é e que apenas um Estado com cidadania igual para todos é a solução. Agora temos um Estado que discrimina contra todos os palestinianos que vivem entre o rio Jordão e o mar. Eles são discriminados de diferentes formas, alguns sujeitos à ocupação diária e abusos, outros estão a ser chacinados e expulsos, mas isto não é uma democracia e não pode continuar sem mais derramamento de sangue.

ttp://www.revistarubra.org/?page_id=695

Publicado Segunda-feira, 19 Janeiro, 2009

Entrevista , Enunciado de Violência , Racismo , Violência 5 Comentários


O filósofo Paul Virilio, no seu livro Estratégia da Decepção, ao falar sobre as estratégias de guerra teletecnológica do final do século XX, diz que a informação – ou a ausência dela – é essencial para se obter a vantagem em um conflito. Fabricar uma verdade torna-se mais importante que conquistar um território. Ao menos é o que pensam os aspirantes a Göebbels do novo milênio, a despeito das derrotas fragorosas a que têm sido submetidos, desde antes do Vietnam até hoje.
E é no sentido de enfraquecer a estratégia midiática da (des)informação que este bloguinho traz a transcrição de uma reveladora entrevista com o historiador israelense Ilan Pappe (Universidade de Oxford), autor do livro The Ethnic Cleansing of Palestine – A Limpeza Étnica da Palestina, transmitida pelo programa Milênio, da tevê fechada, no meio do ano passado.

Nela, embora o repórter Silio Bocanera refira-se constantemente aos palestinos como “eles” – o outro, o inimigo, na semântica paranóide estadunidense, o relato do engajado historiador acaba prevalecendo, e traz informações relevantes para a compreensão do conflito e do massacre de Gaza.
O vídeo rolou por vários blogues ativistas e, de nossa parte, pescamo-lo do companheiro Lukas, do Casa do Noca. Você pode conferir, se tiver paciência e conexão banda larga, clicando aqui.


Silio BoccaneraA sua pesquisa para o livro indicou que havia um plano evidente de tirar da Palestina uma vasta área habitada para formação de um Estado Judeu, antes de o mesmo ter sido criado. Desde quando houve este planejamento, e quem o fez?
Ilan Pappe – A idéia de eliminar a Palestina de sua população nativa, dos árabes, surgiu como um conceito claro nos anos 1930. Foi idealizada por David Ben Gurion, que se tornou o Primeiro-Ministro de Israel. Na época, líder da comunidade judaica, na Palestina de 1948, antes de Israel existir. No entanto, a idéia de como traduzir esse desejo, essa estratégia em um plano só se desenvolveu após a II Guerra Mundial. Na realidade, o primeiro passo foi fazer um registro de todas as aldeias palestinas. É um registro espantoso. Quando o vi, mal pude acreditar. Era tão meticuloso que detalhava quantas árvores frutíferas haviam em cada aldeia e de quais frutas eram, além, é claro, dos poços que havia e da qualidade do solo nas aldeias. Foi um levantamento sério da futura propriedade do Estado Judeu.

SBComo disse, os árabes não tinham poder, porque seus líderes haviam sido eliminados na revolta de 1936. E a liderança judaica se voltou contra os britânicos após a II Guerra Mundial…

IP – Sim, absolutamente tem razão. A decisão veio porque, ao contrário do que esperavam, a Grã-Bretanha resolveu não deixar a Palestina. Buscava um tipo de acordo que envolvesse judeus e palestinos juntos, sob o poder britânico, e era contra a vontade da liderança sionista. Creio que analisaram corretamente a fraqueza da Grã-Bretanha pós II Guerra Mundial e iniciaram uma guerrilha contra os britânicos. Mas ela não durou muito, pois os britânicos já estavam de saída. Apenas ajudou as autoridades britânicas a concluírem que não queriam mais a Palestina.
“Os judeus eram 1/3 da população apenas, e a ONU lhes havia prometido metade da Palestina. A maioria dos judeus chegara 2 ou 3 anos antes e já tinha direito a metade do país”.
SBTransferiram o poder para a ONU, inclinada a favor de Israel, que decidiu por um plano de partilha. Israel concordou com o plano, os árabes não. Por que o senhor acha que não concordaram?

IP
– Pelo ponto de vista dos palestinos, os colonizadores judeus não eram diferentes dos colonizadores franceses da Argélia. Era impensável para o povo argelino concordar com a divisão do país entre os franceses e eles. Do ponto de vista palestino, seria a mesma coisa, mas há outros fatores que podem explicar a decisão palestina, embora tenha sido melhor, na época, aceitar que era uma tática. Mas é possível entender os motivos. Os judeus eram 1/3 da população apenas, e a ONU lhes havia prometido metade da Palestina. A maioria dos judeus chegara 2 ou 3 anos antes e já tinha direito a metade do país. E, acima de tudo, alguns membros da ONU sabiam que estavam oferecendo um estado judeu com muitos palestinos – quase o mesmo número de palestinos e judeus – o que era inaceitável para o movimento sionista. A tendência do movimento sionista à limpeza étnica já era conhecida de alguns no mundo árabe, e os palestinos foram contra a decisão da ONU.




SBDaí até a criação do Estado de Israel em maio do ano seguinte, em 1948, foi o momento crucial, quando a lideraná judaica se reuniu e, segundo sua pesquisa, tentou atacar os árabes. Como eles fizeram isso? Qual foi o plano?


IP
– Esse foi exatamente o período formativo. Em primeiro lugar, eles procuraram preparar os meios para o que pensaram que seria uma luta em duas frentes. Pensaram que o mundo árabe tentaria, simbolicamente, não de maneira séria, desafiar a resolução de divisão da ONU invadindo a Palestina. Precisavam de um exército que pudesse enfrentar os exércitos árabes. A segunda frente de batalha em que pensaram era na parte da Palestina que queriam transformar no estado judeu. Não conseguiram a divisão feita pela ONU. Resolveram tomar a Palestina toda. Uma parte do que hoje é a Cisjordânia, que eles prometeram ao rei Abdala, da Jordânia, o bisavô do atual rei Abdala representava 80% da Palestina, habitada por 1 milhão de palestinos. Eles, primeiro, procuraram meios de expulsar esse 1 milhão de palestinos. Em segundo lugar, eles estavam cientes de que o mundo ainda observava. Os oficiais britânicos continuaram na Palestina até maio de 1948, havia representantes da ONU no local e a imprensa ocidental continuava lá. Havia muitas pessoas ainda interessadas nos acontecimentos, principalmente nos EUA. Então, não começou em um dia. Eles procuravam os inevitáveis confrontos e tensões que aconteciam entre as comunidades palestina e judaica principalmente nos centros urbanos, onde as pessoas moravam próximas. Onde havia algum grande evento, como a resolução de partilha da ONU, ocorriam atentados em ambos os lados. Decidiram executar tais ações com os palestinos como pretexto para, primeiro, expulsar uma aldeia. Depois, expulsar duas, cinco aldeias. Não ocorreu em ritmo acelerado até uma data muito importante, 10 de maio de 1948, quando sentiram que o mandato britânico estava prestes a acabar, e eles ainda não tinham limpado a Palestina. Foi nesse momento que decidiram agir de forma mais sistemática.
“(…) não conseguiram acreditar quando o exército israelense chegou e lhes deu menos de 1 hora para levarem o que pudessem das aldeias onde moravam há milhares de anos, atirando para o alto, para acelerar a fuga, massacrando aqueles que resistissem e estuprando as mulheres”.


SBA narrativa oficial do Estado é que os árabes tomaram a decisão a partir, em parte, da propaganda árabe de transmissões de rádio e porque os países vizinhos aconseharam-nos a partir. Então, 800 mil árabes partiram por conta própria. Não é o seu ponto de vista.


IP
– Não, isso é pura mentira. Hoje em dia, entre historiadores profissionais, as pessoas hesitam em repetir essa fábula. Não existe prova de tal ordem ou transmissão. E tivemos boas fontes. Os britânicos gravavam tudo que ia ao ar desde os anos 1930 na Palestina e no Oriente Médio em geral. Eu sei que a versão popular de Israel ainda é a que citou, de que o povo fugiu voluntariamente. Mas, se pensar na linguística, seja em hebraico, em português ou inglês, é uma expressão muito bizarra a de que o povo “fugiu voluntariamente”. Só maratonistas correm voluntariamente. Quem foge não o faz voluntariamente. A imagem que está vívida em minha mente e, em muitos aspectos, embasa o livro, são as histórias que vi nas aldeias litorâneas da Palestina e, mais tarde, de Israel, pois eram próximas de onde eu morava em Israel. Nessas aldeias, as pessoas, segundo a resolução de partilha da ONU, deveriam ser cidadãs israelenses. Faziam parte do futuro estado judaico. E elas se resignaram à essa idéia. Disseram: “os otomanos nos oprimiram, os turcos e os britânicos também. Agora os judeus mandarão em nós”. Eram camponeses e fazendeiros humildes que viram apenas com outro novo governo. Mas não conseguiram acreditar quando o exército israelense chegou e lhes deu menos de 1 hora para levarem o que pudessem das aldeias onde moravam há milhares de anos, atirando para o alto, para acelerar a fuga, massacrando aqueles que resistissem e estuprando as mulheres. Para mim, como relato no livro, alguém cuja família soberviveu ao holocausto nazista, embora a minha não tenha sobrevivido, a idéia de que os judeus pudessem fazer isso três anos após o holocausto ainda hoje é incompreensível para mim.


Diminuição do território palestino, entre 1946 - 1999 (clique para ampliar).


SB
Como o senhor citou, uma das principais figuras deste procedimento que seu livro chama de “limpeza étnica” foi Ben Gurion. O senhor o vê como arquiteto da limpeza étnica?


IP – É como eu o vejo. É verdade em relação ao sionismo como um todo. Meu falecido amigo, Edward Said, dizia… Ele tinha uma visão muito peculiar e pungente. Ele dizia que o sionismo, o que também vale para David Ben Gurion, foi bom para os judeus. O sionismo salvou minha família da Alemanha. O sionismo teve muitas conquistas, e Ben Gurion foi responsável por várias delas. Mas no que se refere aos palestinos, o sionismo foi a pior coisa que poderia acontecer. Acabou com eles.

SBOutro nome que o senhor cita de forma não muito favorável nessa época é Yitzhak Rabin.

IP
– Sem dúvida.

SBO que ele fez?

IP – Ele era muito mais jovem que Ben Gurion. Tinha 40 anos a menos. Ben Gurion tinha pouco mais de 60 anos, e Yitzhak Rabin, pouco mais de 20. Ele foi responsável por uma parte da limpeza étnica, porém uma parte horrenda. No centro da Palestina haviam duas cidades, chamadas Lydda e Ramla, onde viviam cerca de 100 mil pessoas. Ele foi o responsável por erradicá-las no verão de 1948. O verão na Palestina é muito quente. Ele e seus colegas os obrigaram a marchar até a Cisjordânia, a dezenas de quilômetros. Muitos morreram no caminho, de fome e sede. Um aspecto muito desumano da limpeza étnica. Como eu disse antes, um crime contra a Humanidade.

“No centro da Palestina haviam duas cidades, chamadas Lydda e Ramla, onde viviam cerca de 100 mil pessoas. Ele foi o responsável por erradicá-las no verão de 1948. O verão na Palestina é muito quente. Ele e seus colegas os obrigaram a marchar até a Cisjordânia, a dezenas de quilômetros. Muitos morreram no caminho, de fome e sede”.

SB Menachem Begin e Yitzhak Shamir também estavam envolvidos nesta fase ou não?

IP – Esse é o grande… Não o grande, mas um dos sucessos da propaganda israelense. Os piores crimes contra os palestinos foram cometidos pelo movimento trabalhista. Eu nunca admirei Shamir e Begin. Mas pode-se dizer que fizeram bem menos que os líderes do movimento trabalhista. Mesmo quando foram primeiros-ministros, fizeram coisas horríveis nos territórios ocupados, e Begin obviamente é responsável pela destruição do Líbano em 1982. Mas ainda mal se compara ao que os líderes do movimento trabalhista fizeram em 1948.

SBPassando para os anos 1950, essa limpeza étnica prosseguiu?

IP – Ela persiste ainda hoje, neste momento. Há limpeza étnica em Jerusalém e em toda parte. Sim, ela prosseguiu nos anos 1950. O interessante é que Ben Gurion é o responsável. A limpeza étnica não se completou. Foi uma grande operação, e tiveram de deixar, pelo menos, 10% da população que desejavam eliminar. Foi assim que as minorias árabes e israelense surgiram. Para Ben Gurion e seus assessores pessoais, era um número muito alto. Ele queria um estado judeu limpo. Então, tentaram de formas diferentes, pois não havia mais guerra e o mundo estava mais sensível do que antes. Tentaram obrigar as pessoas a imigrar e, em alguns casos, como ocorreu em mais de 30 aldeias, a maioria delas pequena, continuaram com a expulsão. Não houve um dia na história da Palestina e de Israel, desde 1948, em que a máquina da limpeza étnica tenha parado. Ela funciona o tempo inteiro. Há uma definição muito interessante no meu livro, dada no site do Departamento de Estado Americano, eles dizem que após toda operação de limpeza étnica na história, foi apagada a história de seu povo. Não se limitou ao extermínio do povo, mas também apagar a sua história. Eles apagam o povo dos livros de História e do próprio local. Com Israel, não é diferente. Como explico no meu livro, há um mecanismo muito elaborado que inclui a plantação de florestas, a substituição de nomes palestinos por hebreus, o que teve início em 1948 e persiste na Cisjordânia, na grande Jerusalém.

SBSubitamente, uma nova liderança, novos movimentos nacionalistas começam a crescer no início dos anos 1960, a OLP, a Fatah, a Frente Democrática e outros grupos como esses. O senhor vê um paralelo entre o que começaram a fazer e o que o Irgun, o Haganah e o Stern fizeram?

IP – De certa forma. Há alguns paralelos entre os métodos e a luta de guerrilha. Mas há uma grande diferença entre um grupo de colonialistas modernos, colonialistas do século XX, que tentam, como ocorreu na Argélia, não permitir que o movimento entre na era pós-colonialista e um movimento anticolonialismo como o dos palestinos. É uma grande diferença a meu ver. A OLP era e continua sendo um movimento anticolonialista. O Irgun e o Haganah não eram anticolonialistas, eram um pouco como os brancos na África do Sul. Tentavam reter uma realidade aceitável no século XIX, mas não mais no mundo pós II guerra Mundial pela visão ética surgida ao menos no Ocidente.
“[A limpeza étnica] Não se limitou ao extermínio do povo, mas também apagar a sua história. Eles apagam o povo dos livros de História e do próprio local. Com Israel, não é diferente”.

SB Mas o senhor vê um paralelo com os métodos, ataques a civis por motivos políticos, é a definição básica de terrorismo.

IP – Sim, claro. E é importante lembrar isso aos israelenses quando chamam os palestinos de terroristas. Eles também já foram terroristas.

SBDeste conceito de limpeza étnica, de eliminação dos árabes, passamos para a chamada bomba demográfica que existe na região. Chamavam de ‘problema demográfico’, agora é um perigo demográfico, uma bomba. O que é essa bomba, esse perigo, pelo ponto de vista deles?

IP – É um conceito muito claro. É um consenso entre os maiores políticos de Israel ou membros principais da elite política. Há uma maneira quantitativa de saber quando os árabes se tornam um perigo. Está entre 20 e 25%. Eu sei este número porque vivem citando. Entre 20 e 25% da população de Israel. Quando determina o que é o Estado de Israel, se nesse estado houver 25 mil não-judeus, com cidadania israelense mas etnia árabe, aos olhos da elite política de Israel, será o sinal do final do Estado.

SB
E claro que o índice de natalidade é muito maior entre eles.

IP – Muito maior. Vai acontecer. Mesmo que devolvam metade da Cisjordânia ou transfiram pequenos grupos de Jerusalem Oriental. Isto me preocupa muito. Não vejo como impedir. Eu temo que os políticos populares israelenses pensem que, caso isto aconteça, pois ainda somam menos de 20%, mas que caso aconteça, podem usar de quaisquer meios à disposição deles, incluindo a limpeza étnica, para evitar esta situação. Se perguntar a qualquer israelense nas ruas, ele dirá que esse é o valor mais importante, acima da democracia, dos direitos humanos e civis.
Os israelenses não podem mais separar as populações judaicas e palestinas na região. Eles fizeram muitos assentamentos na Cisjordânia. E continuam fazendo. As comunidades estão entrelaçadas. Às vezes, a realidade pode mandar nas elites políticas. Geralmente, ocorre o contrário, mas neste caso já vemos indícios disso.

SB
É concebível que Israel desista de ser um estado judeu e seja como outros estados, acomodando crenças sem ser exclusivamente o chamado estado judeu, mas um estado mais aberto, normal e democrático?

IP – Não a curto prazo. A curto prazo, não seria possível. Mas há uma boa chance a longo prazo, por dois motivos principais. Acho que estão exagerando no momento. No passado, foram sensatos em não fazer certas coisas por achar que o mundo estava atento. Felizmente, estão exagerando agora. E acho que estão testando a paciência mundial. Quando o poder global americano diminuir, e ele vai diminuir dentro em breve, o mundo ficará ainda mais corajoso ao tentar expor o lado mais racista do estado judeu. Em outras palavras, prevejo uma pressão muito forte e até externa sobre Israel. Mas não será de imediato. Em segundo lugar, penso nas realidades locais. Os israelenses não podem mais separar as populações judaicas e palestinas na região. Eles fizeram muitos assentamentos na Cisjordânia. E continuam fazendo. As comunidades estão entrelaçadas. Às vezes, a realidade pode mandar nas elites políticas. Geralmente, ocorre o contrário, mas neste caso já vemos indícios disso. Até os israelenses mais racistas, digamos assim, acham que os filhos devem aprender árabe, e jamais quiseram isso antes. Começam a notar que fazem parte desta realidade. E até os palestinos mais fanáticos querem que os filhos aprendam hebraico, apesar do que dizem sobre matarem uns aos outros.


SBVêem uma realidade diferente no futuro. Um estado binacional.

IP – Sim. Um estado binacional, comunidades entrelaçadas. Não necessariamente começando com muito amor, não necessariamente felizes com tal realidade, mas chegando cada vez mais à conclusão de que qualquer outra situação é o que os americanos chamam de “destruição mútua”. Acho que os processos locais e a impaciência mundial com os problemas que Israel vai causar ao mundo, pois ainda não chegamos ao fim deles, sobretudo no front, contra o Irã e a Síria, um dia, não imediatamente, trarão a chance de se construir uma nova realidade na Palestina. Claro que há hipóteses bem mais terríveis, como o sucesso de Israel na eliminação dos palestinos, antes que o mundo possa agir. É, infelizmente, uma possibilidade. Mas espero… Não quero nem pensar nisso.


Ilan Pappe (http://ilanpappe.com) é judeu, perdeu toda a família sob o jugo alemão na 2ª Guerra e é Historiador, ativista de Direitos Humanos, Professor e Chair no Departmento de História da University of Exeter e co-diretor do Exeter Center for Ethno-Political Studies.
Assisti uma entrevista de Silio Boccanera, com o Professor Pappe hoje à tarde na Globo News e o relato dele é absolutamente estarrecedor. Pappe desafia a Versão Sionista dos eventos acontecidos na Palestina desde 1948.
Entre inúmeras passagens inacreditáveis ele fala do "Projeto" iniciado por Ben Gurion e a seguir por Itzhac Rabbin e o Partido Trabalhista de extermínio do povo palestino, confiscando suas terras, estuprando suas mulheres e matando impiedosamente desde 1948 e intensificado a partir de 1950 com a retirada dos Ingleses do Estado de Israel.
O próprio Pappe se emociona quando fala dizendo nunca poder imaginar que os judeus fossem capazes de fazer o mesmo que os alemães acabavam de ter feito.
Conta que em 1950, por exemplo os israelenses decididos a expandirem seu território a despeito do que foi determinado pela ONU saíram tomando as terras dos colonos palestinos chegando a determinar que estes tinham uma hora para se retirarem levando o que podiam. Davam tiros para o alto e matavam quem se lhes opunha. Mas é muito pior que isso.
A atitude beligerante do Hamas e do Hezbollah não é fruto apenas de ódio anti-semita nem tampouco insanidade de gente desequilibrada.
Os Palestinos clamam ao mundo para não serem sumariamente exterminados porque Israel já decidiu, há muito tempo, que ficará com suas terras.
Visitem o site de Ilan Pappe e entenderão o que realmente se passa no Oriente Médio.
09/01 "O GLOBO - BBC Brasil - Forças israelenses bombardearam uma casa na Faixa de Gaza onde os próprios soldados de Israel tinham colocado cerca de 110 palestinos no dia anterior, segundo um relatório da ONU.
O bombardeio, em Zeitoun, um bairro no sudeste da Cidade de Gaza, ocorreu no dia 5 de janeiro e matou cerca de 30 pessoas"."Segundo várias testemunhas, no dia 4 de janeiro soldados israelenses evacuaram aproximadamente 110 palestinos (metade destes, crianças) e os levaram para uma única residência em Zeitoun, afirmando que eles deveriam permanecer em casa", informou o escritório da ONU no relatório.
"Vinte e quatro horas depois, forças israelenses bombardearam a casa várias vezes, matando aproximadamente 30 pessoas."
Segundo a ONU, os que sobreviveram e ainda conseguiam andar caminharam dois quilômetros para a estrada principal de ligação entre o norte e o sul da cidade para conseguir transportepara o hospital mais próximo em veículos civis.
"Três crianças, a mais nova delas com cinco meses de idade, morreram na chegada ao hospital", segundo o relatório.Lendo o texto acima me vem a imagem da crueldade nazista contra os judeus na Alemanha. É idêntico. E não foi um "acidente".
Foi premeditado.
Israel terá que responder por crimes contra a Humaninade em Genebra ou outro Forum Internacional. Não adianta querer defender o indefensável.
12/01 20:30hs.GENEBRA - O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou segunda-feira uma resolução que condena Israel por sua ofensiva na Faixa de Gaza, pede o fim imediato das hostilidades e determina o envio de uma missão de investigação independente.
A resolução cria uma equipe para "investigar todas as violações das leis internacionais de direitos humanos" que Israel possa estar cometendo contra o povo palestino.
Além disso, pede que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, faça um relatório à Assembleia Geral sobre o ataque a uma escola da ONU na Faixa de Gaza, ocorrido na semana passada.

Vale a pena ver toda a entrevista (legendada em português):


Paulo disse...
O problema da Palestina não é apenas um problema de postos de controle, de abusos dos direitos humanos, do muro, da demolição das casas, da estratégia da ocupação ou do cerco de Gaza. O problema central é o roubo ilegal, a colonização e a ocupação de um país inteiro. Estes são apenas sintomas do nacionalismo judeu expressa pela ideologia sionista.Não se costuma mencionar o facto que esta terra bíblica a que os judeus modernos chamam a "sua terra" foi obtida com o genocídio dos povos de outras nações que ocupavam a terra que os judeus actuais dizem ter um direito histórico.
16 Abril, 2009 14:08
contradicoes disse...
Pois estes mesmos usurpadores dum território, admiram-se e chamam de terroristas aos seus legítimos donos da terra, quando afinal todos os demais países colonizadores tal como o nosso foi obrigado pelas Nações Unidas a devolver os territórios em África aos seus autótenes. Permitindo-se impor-se sobre o povo colonizado, Israel dizima o povo palestiniano perante a passividade do Mundo.
16 Abril, 2009 23:01
xatoo disse...
não só ocuparam e expulsaram os habitantes ancestrais dessas terras, como o fizeram de uma forma completamente terrorista - os actos de aterrorizamento dos árabes começaram logo assim que Hitler chegou ao poder, que utilizou os judeus contra os britânicos que tutelavam a Palestina. Na verdade existiu um pacto de Hitler com as Chefias judeo-Sionistas que utilizaram os judeus como arma de arremesso (exportando-os literalmente) contra o inimigo inglês.O terrorismo do Stern Gang, Irgun Zvai Leumi, etc. é um dado pouco conhecido (porque deliberadamente esquecido, excepto o Leumi que é hoje um importante banco transnacional de Israel).Há um livro recente sobre esse periodo,"Major Farran`s Hat: Murder Scandal and Britain`s War Against Jewish Terrorism 1945-1948" de David Cesarini.Ainda não li, mas deve ser interessante. Alguém que pesquise e acrescente algo.
17 Abril, 2009 01:35
xatoo disse...
ora aqui está a historia da ligação entre o terrorismo do Stern e o dito Bancohttp://www.fpp.co.uk/online/01/10/SwissBanks2.htmleste merece um post.
17 Abril, 2009 01:39
alf disse...
Bela entrevista!Que aconteceu a este tipo?Israel continua a desenvolver uma política de extermínio que ninguém denuncia, uma política a longo prazo conducente ao auto-extermínio dos palestinianos.
17 Abril, 2009 15:04
PRODUCTIONS disse...
Quanto ao livro "Major Farran`s Hat", uma das poucas referências que encontrei na internet foi isto: http://www.ft.com/cms/s/2/34cd4554-1fe2-11de-a1df-00144feabdc0.html http://www.scotsman.com/bookreviews/Book-Review-Major-Farran39s-Hat39A.5135540.jp http://www.play.com/Books/Books/4-/5481726/Major-Farran-Hat/Product.html Mais um livro de qualidade, que nunca irá vêr edição em língua portuguesa.
17 Abril, 2009 16:58

61 ANOS DE NAKBA (DESGRAÇA)
61 ANOS DE OCUPAÇÃO ISRAELITA - 61 ANOS DE "APARTHEID", LIMPEZA ÉTNICA - 61 ANOS DE RESISTÊNCIA PALESTINIANA


A 29 de Novembro de 1947 as Nações Unidas aprovaram a Resolução 181 que recomendava a Partilha da Palestina histórica em um Estado israelita para menos de 20% de habitantes representados por colonos provenientes na sua maioria da Europa sobre 51% do território e um Estado palestino nos outros 49% para um milhão de Palestinianos. Esta divisão, apesar de demograficamente desigual, nunca chegou a efectuar-se.
Entre a decisão de partilha e o dia 15 de Maio de 1948, dia oficial do fim do mandato britânico e a declaração do Estado de Israel, houve uma verdadeira guerra de limpeza étnica que foi relatada historicamente por inúmeros escritores e pensadores. Talvez tenha sido Ilan Pappe, o historiador israelita quem mais relatou e transmitiu as realidades desta guerra através do seu livro denominado
"A LIMPEZA ÉTNICA DA PALESTINA" e baseado em documentos "libertados" pelo governo israelita há mais de dois anos. Neste livro, o escritor relata palavra por palavra e detalhadamente como nasceu a questão dos refugiados, as aldeias completamente destruídas e os massacres cometidos contra o povo palestiniano.
Com a guerra de 1948, iniciou-se um processo de ocupação territorial em benefício dos emigrantes judaicos e da limpeza étnica da população palestiniana que foi seguindo o seu percurso fatídico até aos dias de hoje. O primeiro afastamento da população palestiniana foi levada a efeito por milícias sionistas provocando um êxodo massivo de 750.000 palestinianos que se converteram em refugiados. Junto com os seus descendentes, representam hoje em dia cerca de cinco milhões de pessoas refugiadas além de um milhão e meio a viverem na Faixa de Gaza, a maioria dos quais já havia sido desalojada dos territórios em 1948, 2 milhões na Cisjordania e 1 milhão e meio de Palestinianos, cristãos e muçulmanos que representam 20% da população de Israel.
Aquela primeira ofensiva das milícias sionistas (consideradas grupos terroristas pela comunidade internacional) culminou a 15 de Maio de 1948 com a proclamação unilateral do Estado de Israel por Ben Gurion. Esta data ficou gravada na memória do povo palestiniano como o dia fatídico da derrota, o massacre e o exílio forçado. É relembrada a cada 15 de Maio e conhecida pelo nome de "Nakba", a catástrofe/ a desgraça.
A resolução 194 das Nações Unidas de 11/09/1948 que exigia à comunidade internacional cumprir o direito do regresso dos refugiados palestinos e garantir a respectiva indemnização foi condição para entrada de Israel nas NU mas esta resolução continua sem implementação e a ser anualmente recordada na Assembleia Geral das Nações Unidas Sob o tema: Palestina, os Direitos Inalienáveis.
Durante estes longos 61 anos e até hoje, o Estado de Israel pratica nos Territórios Palestinos Ocupados uma politica de expansão e imposição de factos no terreno, construção de uma rede imparável de colonatos, violação dos direitos fundamentais e políticos da população civil palestiniana, anexação de terras e recursos hídricos, castigos colectivos, isolamento das populações e restrição de movimento dos cidadãos através de controlos militares (check points) cerca de 650 fixos além dos temporários, o muro de separação racista, detenções (11 mil prisioneiros alguns dos quais já ultrapassaram os 37 anos nas prisões israelita), expulsões, torturas, assassinatos, bombardeamentos.... Ignorando as resoluções das NU e de outros organismos internacionais, Israel continua praticando uma política de colonização e expulsão. Continua ampliando o número e tamanho dos colonatos israelitas na Cisjordânia e em Jerusalém onde tem vindo a instalar cerca de meio milhão de colonos.
Após 61 anos o povo palestiniano, apesar de todas as injustiças que tem vindo a sofrer, resiste firmemente aos seus direitos. Resiste contra um Estado militar e confessional que se apoia num "lobby" internacional sionista muito poderoso, que se nega a acatar as resoluções das NU especialmente a 243 e a 338 que insistem na retirada de Israel dos territórios árabes ocupados e a 194 e a 3236 que reconhecem o direito de regresso dos refugiados assim como a declaração do Tribunal Internacional de Haia de 2004 sobre o rápido derrube do muro de separação racista. Sem o apoio e consentimento internacional, o estado ocupante de Israel não poderia ter mantido todos estes anos a incomensurável injustiça contra todo um povo. Os 86 vetos americanos no Concelho de Segurança ajudaram a fazer com que Israel seja um país acima de lei.
Apesar de se recordarem agora os 61 anos da Nakba (desgraça) os palestinos não desistem, continuam e continuarão a insistir no direito ao estabelecimento do seu estado independente nos territórios ocupados em 1967 com Jerusalém oriental como sua capital e encontrar uma solução justa para a questão do regresso dos refugiados.
O Povo Palestiniano nada mais pede do que aquilo que lhe foi concedido pelas resoluções das NU, pela comunidade e legalidade internacionais de acordo com os direitos humanos se é que, e esperamos que sim, ainda exista algum respeito e consideração por aqueles conceitos e resoluções.
Ao relembramos os 61 anos da Nakba (catástrofe/desgraça), lembramos 61 anos do sofrimento que vivemos, os massacres, a tortura e a miséria nos campos dos refugiados nos países vizinhos. 61 anos da Nakba, é altura de mais uma vez exigirmos de todos o governos europeus que assumam a sua obrigação de fazer cumprir as resoluções das NU assim com as obrigações estabelecidas pelo Tribunal Internacional de Justiça sobre a ilegalidade do muro de separação racista. A criação pela União Europeia de uma comissão e tribunal especial que investigue as violações cometidas por Israel em relação aos Convénios, ao Direito Internacional e especificamente sobre o regime de "apartheid" que têm vindo a desenvolver assim como as suas violações à IV Convenção de Genebra e crimes contra a humanidade na sua campanha de isolamento e genocídio contra um milhão e meio de cidadãos que vivem na Faixa de Gaza.
Israel conta com a ideia de que os mais velhos irão morrer e os mais novos irão esquecer-se. Morrerão os mais velhos, mais os mais novos, geração após geração, continuam a ter na mão as chaves das casas dos pais e as escrituras das suas terras para um dia regressarem... As novas gerações mostram-se lutadoras e ligadas às aspirações da sua identidade e de uma pátria própria não desistindo do direito ao regresso, à independência e ao estabelecimento do Estado Palestiniano independente com Jerusalém como capital.

15 de Maio de 2009
Randa Nabulsi
Delegada Geral da Palestina em Portugal

http://www.mppm-palestina.org/index.php/opiniao/72-61-anos-de-nakba