segunda-feira, 17 de março de 2008

A DESINFORMAÇÃO DA MÍDIA OCIDENTAL

As lentes da mídia
ocidental
Os valores cultivados pela desinformação da mídia

A mídia ocidental colaborou diretamente na criação do mito de que
qualquer coisa árabe ou islâmica é anti-Ocidente, principalmente
com relação aos Estados Unidos e seus aliados.
Mas qual é a base
dessa campanha de desinformação?

As lentes da mídia ocidental
A mídia ocidental colaborou diretamente na criação do mito,
baseado em falsas presunções, de que qualquer coisa árabe ou
islâmica é anti-Ocidente, principalmente com relação aos Estados
Unidos e seus mais próximos aliados na “guerra contra o
terrorismo”
.
Existem, porém, dois fatores que não podem ser
ignorados com relação à maneira que a mídia ocidental constrói tais
valores: a proliferação de uma visão parcial e ignorante quantos aos
árabes e muçulmanos, unido a uma campanha de desinformação
quanto à política externa de certas nações.
É fato que a mídia tem o poder de criar estereótipos e influenciar o
juízo público e suas opiniões.
Isso acontece em qualquer caso em
que exista uma mídia corporativa, seja no chamado “Ocidente” ou
não – com exceção de países como os Estados Unidos, que
exaltam o valor da “liberdade individual”, e representam um caso à
parte.
A mais recente pesquisa publicada pela conceituada revista
The Economist, intitulada “Communications Outlook” (algo como
“Panorama da Comunicação”), analisou a audiência média diária de
televisão em 18 países.
Obviamente, os Estados Unidos lideraram a
tabela, com média diária de 8 horas e 11 minutos por pessoa – um
choque, ao se considerar que o segundo colocado, a Turquia,
atingiu pouco menos de 5 horas diárias.
O Brasil, por exemplo,
mesmo com a forte cultura das telenovelas, ficou pouco acima das 2
horas diárias por pessoa.
Com esses dados, e reconhecendo o
poder natural da mídia, fica claro que a massiva campanha de
desinformação da mídia estadunidense representa um perigo
global.
Dessa forma, ao insistir em uma visão dos árabes e muçulmanos
como violentos e anti-estadunidenses, a mídia ocidental conseguiu,
sem muita dificuldade, criar fortes estereótipos e, ao mesmo tempo,
ignorar as causas do ressentimento desses povos.
Um exemplo
habitual dessa campanha ocidental acontece com a guerra no
Iraque – ao cobrir os casos de violência como os carros-bomba, o
Islam é sempre apresentado para contextualizar o “fanatismo” e o
“barbarismo”.
São nesses casos que a mídia ocidental ignora
abertamente os seus direitos e deveres, e passa a alienar ao invés
de informar, de criar julgamentos ao invés de explicar.
Com o declínio do imperialismo no início do século XX, a atitude do
mundo muçulmano mudou.
As pessoas se voltaram para a religião
em uma forma de se opor às políticas do Ocidente que seus
governos haviam sido forçados a implementar por tanto tempo.
Logicamente, os governos que continuaram a apoiar tais políticas
favoráveis às potências colonizadoras foram vistos como aliados
dessas forças, responsáveis por colocar os interesses de poderes
externos sobre os de seus próprios povos – um reflexo do inimigo
dentro do próprio país.
Portanto, o ressentimento do mundo
muçulmano com o Ocidente nasceu de um histórico de imperialismo
em conjunto com políticas atuais claramente injustas e opressoras.
Mas a influência da mídia ocidental aponta somente para as
diferenças de cultura (como a religião), e ignora questões vitais,
como as previamente citadas, para explicar as causas da tensão e
agressividade contra o Ocidente no mundo muçulmano.
Agora
considere isso com uma nação que assiste, em média, 8 horas de
televisão diariamente – qual o resultado?

O público em geral segue a
tendência de simplificar idéias
complexas e tirar conclusões
simples e diretas.
O único dever
e responsabilidade da mídia de
massa, portanto, deveria ser de
divulgar matérias sob uma lente

balanceada e objetiva, através da qual os receptores poderiam
verdadeiramente se informar, para então criarem seus próprios
julgamentos.
No caso da mídia corporativa ocidental, é a norma que
as políticas ocidentais e suas conseqüências no Oriente Médio são
classificadas como legítimas iniciativas de exportar os valores da
“democracia” e “liberdade” – um julgamento claramente formado,
simplesmente imposto ao público.
Nesse caso, a única saída para
clarificar a realidade sobre os estereótipos criados pela mídia
ocidental deve partir dos principais afetados, os muçulmanos.
Certamente, isso não partirá daqueles que estão mais de 8 horas
por dia sentados na frente da televisão.

Nenhum comentário: