quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

GUERRA CONTRA A VENEZUELA


Venezuela - Uma guerra anunciada


Bem, Chávez não é bobo e está se precavendo comprando armamento russo.

Tem que ser assim, porque tio sam se puder invade mesmo a Venezuela usando o exército de Uribe, o ex-garoto de Pablo Escobar.



Depois de ter corrido com a DEA em 2005, a Venezuela colocou-se como terceiro país na apreensão de droga.

Isto é tão verdade como os Estados Unidos serem o maior consumidor da mesma a nível mundial.

Contudo, estas constatações não impedem as provocações de Washington.

Hugo Chávez é «negligente» no combate ao narcotráfico e «facilita» a passagem da cocaína com destino aos Estados Unidos e à Europa.

Quem o afirma é John Walter, «czar» – fracassado, claro está – da luta contra a droga.


Os círculos mais reaccionários do governo paramilitar de Uribe reforçam a agressão «denunciando» os laços de Chávez com os movimentos guerrilheiros. Quase em simultâneo, Condolezza Rice «visita» Bogotá no âmbito do Plano Colômbia, uma forma silenciosa de invadir o país e de ter um pequeno exército apontando contra a Venezuela.


Francisco Santos, vice-presidente colombiano, ameaça sequestrar o presidente da Câmara Municipal da segunda cidade venezuelana, com base numa filmagem falsificada que «demonstra» a sua conivência com as FARC.


Outro que passa pela Colômbia é Michael Mullen, chefe do estado-maior conjunto dos Estados Unidos.


Coincidências?


Estas e outras situações semelhantes são evidências crescentes de que Washington está a cozinhar um confronto militar entre os dois países.


Finalidade?


Pôr um ponto final na revolução bolivariana e controlar o petróleo de Caracas.


É uma guerra anunciada.


É o desenrolar do Plano Balboa, que, segundo exercícios da OTAN, inclui a hipótese de dividir a Venezuela em dois países... depois do assassinato de Chávez.


Entretanto, em Caracas, o presidente bolivariano está consciente dos perigos que implicam estas manobras e já denunciou que Uribe, ao permitir a presença maciça de forças militares norte-americanas no país vizinho, «transformou essa república irmã num porta-aviões contra a revolução bolivariana».


Chávez apoia-se em informações dos seus serviços de inteligência e também de «outros países da América Latina, que já nos fizeram chegar as suas preocupações».


Exercícios e realidade


Neste momento, Washington, no quadro da sua presença militar na Colômbia, tem ao seu dispor 18 mil soldados colombianos e 800 estado-unidenses e muito dinheiro: qualquer coisa como 7 mil milhões de dólares.


A desculpa é a luta contra a droga, mas a realidade é o mau exemplo que representa o governo bolivariano, constantemente acusado de ser uma ameaça militar para a região.


Vejamos alguns números.


Britto García, analista político venezuelano, recorda que, segundo o International Institute for Strategic Studies, em 2001 o exército bolivariano tinha 82 mil efectivos;

o da Colômbia andava pelos 140 mil.


Em 2005, de acordo com o World Economic Outlook, a Colômbia gastava 3309 milhões de dólares em armas, o que equivalia a 3,8% do seu PIB.


O mesmo item na Venezuela não chegava aos 1500 milhões, ou seja 1,6% do respectivo PIB.


É evidente que a Colômbia de Uribe quer fazer o frete a Washington, mas talvez não seja tão fácil como possa parecer assim à primeira vista.


Bogotá tem uma batata quente nas mãos.


Uma guerra civil que dura há mais de 60 anos e nem a oligarquia colombiana consegue derrotar a guerrilha nem esta ganhou ainda força para dominar mais do que algumas zonas do país.


Uma guerra entre os dois países não serviria os verdadeiros interesses de nenhum deles.


Viria, isso sim, muito a jeito dos círculos mais reaccionários de Washington.


Seria um grande negócio. Toneladas de milhões de dólares em armas vendidas. Outros tantos milhares de milhões mais na reconstrução de tudo o destruído: o caso presente do Iraque é um bom exemplo.


Pouco investimento em soldados estado-unidense mortos: o uso de mercenários no Iraque serve igualmente de paralelo.


E acima de tudo permitiria aos Estados Unidos uma posterior «intervenção humanitária» para pôr sob o seu controlo a indústria petrolífera da Venezuela, e quem lhe ponha a mão – se ao mesmo tempo conta com as reservas do Iraque e do Afeganistão – poderá dormir tranquilo durante pelo menos meio século, que petróleo é coisa que não lhe faltará.


Servirá a Colômbia de carne de canhão para uma nova aventura do imperialismo na América Latina?


Com Uribe no Palácio de Narino tudo pode acontecer.


Para já, conta com uma boa força dos seus paramilitares dentro da Venezuela, os quais podem funcionar rapidamente com uma poderosa quinta coluna cravada nas costas da revolução bolivariana.


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