segunda-feira, 29 de junho de 2009

Horoscopo Semanal do Motorista « ..:: Você Acredita Em Que?? ::..

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CENSURA NA INTERNET

Microsoft corta acesso a MSN em países embargados pelos EUA. Que terror, não é mesmo?


Microsoft corta acesso a MSN em países embargados pelos EUA

Cuba, Síria, Irã, Sudão e Coréia do Norte

não podem mais usar o MSN

A política americana parece ter chagado de vez à internet.

Segundo nota publicada pelo site Digital Trends, a gigante Microsoft cortou o acesso de países que sofrem sanções americanas ao seu sistema de mensagens instantâneas, o Windows Live Messenger.

Foram afetados Cuba, Síria, Irã, Sudão e Coréia do Norte.

Além de serem países embargados economicamente pelos Estados Unidos, os usuários de internet desses locais também não poderão mais se comunicar pelo Live Messenger, ou MSN , seu antigo nome.

O Windows Live Messenger é um dos comunicadores mais utilizados da internet.

Qualquer usuário desse país que tentar se conectar ao sistema recebe a seguinte mensagem:

“810003c1: Estamos impossibilitados de conetá-lo ao . NET Messenger Service. Razão: A Microsoft descontinuou o serviço de Mensagem Instantânea em certos países sujeitos à sanções dos Estados Unidos. Detalhes dessas sanções estão disponíveis no Escritório de Recursos Estrangeiros dos Estados Unidos.”

O blog All About Microsoft do site ZDnet entretanto, não sabe dizer o porquê de a empresa de Bill Gates ter cortado o acesso desses países ao MSN só agora, uma vez que os embargos já existem há anos.

“Eu posso confirmar que o anúncio está correto” foi a única informação conseguida junto a um portavoz da empresa.

Entretanto, apesar da Microsoft e dos Estados Unidos, a internet ainda é um local livre.

Para os que não podem mais se comunicar pelo MSN , é possível ainda utilizar o GTalk, mensageiro instantâneo da Google, o microblog Twitter e até antigos canais, como ICQ e IRC .

Fonte: www.geek.com.br / Por Stella Dauer

MENSAGEM DO MOCHILEIRO

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”. Amir Klink

sábado, 27 de junho de 2009

DESABAFO DA MASSA POPULAR

AGORA VAMOS XINGAR INTERNACIONALMENTE EM ALTO ESCALAO!

Não devemos mesmo exagerar nas palavras de baixo "escalão", no palavreado chulo, mas de vez em quando o palavreado é tão apropriado...!!!

Esse palavreado chulo, é o ponto alto de fato, que traduz a indignação, a dor e o desespero, pela falta de respeito ao próximo, aos povos de todas as Nações.



RÉQUIEM A TODOS OS POLÍTICOS





Filha da puta escuta o que eu vou te dizer


Você está no poder agora, mas um dia vai se fuder


Você está numa boa, rindo à toa, cheio de graça


Mas todos nós ainda vamos ver a sua desgraça,


Você se esconde em Brasília: essa ilha cercada de filha da puta


De político fajuto _ Me escuta, seu puto


Aprovando leis só para vocês e sua cambada


Arranjando obras superfaturadas...


Eles te exploram te chupam o sangue,


Só pensam no lucro da sua gangue


Então, escuta, pensa e responde a pergunta:


_Todo político é um filha da puta!





A terra tá soterrada de violência


De guerra, de sofrimento, de desespero


A gente tá vendo tudo tá vendo a gente


Tá vendo no nosso espelho na nossa frente


Tá vendo na nossa frente aberração,


Tá vendo tá sendo visto, querendo ou não,


Tá vendo no fim do túnel escuridão


Tá vendo no fim do túnel escuridão


Tá vendo a nossa morte anunciada


Tá vendo a nossa vida valendo nada


To vendo, chovendo sangue no meu jardim


Tá lindo o sol caindo que nem granada


Tá vindo um carro bomba na contramão


Tá vindo um carro bomba na contramão


Tá rindo um suicida na direção





E como o tempo tá fechando,


eu estou ficando preocupado


Ih! Choveu!Pronto tudo alagado


Uns vão nadando... Outros morrendo afogados


E enquanto na favela tem barraco


caindo, não é que passa o prefeito sorrindo


E se o nosso e-presidente estivesse aqui


Ele certamente estaria num belo jet-ski


Mas como nós não temos embarcação pra todo mundo


Essa triste situação está parecendo o Fim do Mundo


Prá quem tá de carro, prá quem tá de ônibus


Nesse Rio-Babilônia No Brasil do abandono


E enquanto os governantes vão boiando sorridentes


Vamos remando...Bola prá frente...





Vamos celebrar os preconceitos,


O voto dos analfabetos,


Comemorar a água podre de todos os impostos


Queimadas, mentiras e sequestros


Nosso castelo de cartas marcadas, trabalho escravo, nosso pequeno


Universo


Vamos celebrar a nossa Bandeira,


Nosso passado de absurdos gloriosos,


Tudo o que é gratuito e feio.


Tudo o que é normal,


Vamos cantatr juntos o Hino Nacional,


a lágrima é verdadeira...





Nas favelas e no Senado


Sujeira pra todo lado.


Ninguém respeita a Constituição,


Mas todos acreditam no futuro da Nação


Na miséria das favelas, injustiça social


Traficante vira espelho, e criança marginal.


No Congresso Brasileiro votam uma Constituição


E se não tiver propina que se dane o povo então





Estão nas mangas

Dos Senhores Ministros

Nas capas

Dos Senhores Magistrados

Nas golas

Dos Senhores Deputados

Nos fundilhos

Dos Senhores Vereadores

Nas perucas

Dos Senhores Senadores...



Senhores! Senhores! Senhores!

Minha Senhora!

Senhores! Senhores!

Filha da Puta! Bandido!

Corrupto!Ladrão! Senhores!

Filha da Puta! Bandido!

Senhores! Corrupto! Ladrão!...



Sorrindo para a câmera

Sem saber que estamos vendo

Chorando que dá pena

Quando sabem que estão em cena

Sorrindo para as câmeras

Sem saber que são filmados

Um dia o sol ainda vai nascer

Quadrado!...



Estão nas mangas

Dos Senhores Ministros

Nas capas

Dos Senhores Magistrados

Nas golas

Dos Senhores Deputados

Nos fundilhos

Dos Senhores Vereadores

Nas perucas

Dos Senhores Senadores...



Senhores! Senhores! Senhores!

Minha Senhora!

Bandido! Corrupto

Senhores! Senhores!

Filha da Puta! Bandido!

Corrupto! Ladrão! Senhores!

Filha da Puta! Bandido!

Corrupto! Ladrão!...



-"Isso não prova nada

Sob pressão da opinião pública

É que não haveremos

De tomar nenhuma decisão

Vamos esperar que tudo caia

No esquecimento

Aí então!

Faça-se a justiça!"



Sorrindo para a câmera

Sem saber que estamos vendo

Chorando que dá pena

Quando sabem que estão em cena

Sorrindo para as câmeras

Sem saber que são filmados

Um dia o sol ainda vai nascer

Quadrado!...



-"Estamos preparando

Vossas acomodações

Excelência!"



Filha da Puta!

Bandido! Senhores!

Corrupto! Ladrão!

Filha da Puta!

Bandido! Corrupto! Ladrão!

Filha da Puta!

Bandido! Corrupto! Ladrão!

Filha da Puta!

Bandido! Corrupto! Ladrão!...


Vossa Excelência
Titãs
Composição: P. Miklos, T. Bellotto, C.Gavin




Político, criatura abominável que se alimenta do sangue do povo, mais conhecidos como FDP essa espécie é altamente primitiva e ainda não consegue fazer coisas fáceis como: falar (a não ser no horário político), escrever, etc. Mas essa espécie tem algumas habilidades comuns nos dias de hoje como roubar e sugar, o que vem causando um ampla proliferação da espécie pelo mundo, em especial nos países mais pobres onde a população gera as condições ótimas para o desenvolvimento de alcatéias e ordas de políticos.


O modo de vida do político é bem conhecido: ele aparece alguns meses antes da eleição (caçada) prometendo dar moradia, trabalho, comida, roupa lavada, acabar com a miséria, parar as guerras, eliminar a corrupção, dar saúde e educação, gerar empregos, salvar a economia e tudo o mais que for possível; a seguir beijam crianças, apertam mãos, andam em ruas da periferia, tiram fotos, reclamam do sproblemas da população, visitam igrejas, comem em lugares populares, ou seja, são buona gente (banho de álcool é indispensável após o contato com o povo); a seguir passam a aparecer em rede nacional falando, chingando, prometendo e ao final de toda essa estratégia de domínio da presa, os elege como seus novos vampiros executivos e legislativos.



Político é malandro mesmo e se você vacilar, vai passar uma fita em você!


Este artigo é no naipe dos elementos e cachorras que gostam de fazer academia subindo o morro e não dá mole pra mané.



Há várias teorias sobre a origem dessa praga abominável, e desprezível. Uma delas é de que uma das pragas do Egito (a 171ª praga, o enxame de politicus corruptus) tenha migrado em um comboio de macarrão instantâneo para o Brasil e se espalhado para o resto do mundo. No Brasil ela começou com a monarquia e se espalhou posteriormente no senado.



A teoria mais aceita pela ciência é a de que seja uma contaminação pelo vírus FDP Human vírus. Essa doença é extremamente contagiosa entre partidários políticos, que torna o recipiente num vampiro insaciável sugador de dinheiro, verbas públicas e peitos de estagiárias. É incurável, pois é (inexplicavelmente) fortalecida pelo povo de 4 em 4 anos.



la.drão adj. e s. m. 1. Que, ou aquele que furta ou rouba. 2. Que, ou aquele que de qualquer maneira fraudulenta se apodera do alheio. 3. Maroto, tratante, político, petista, corintiano, presidente. S. m. 1. Cano ou orifício das caixas de água por onde se escoa o excedente do líquido. 2. Vaso onde se recolhe o líquido que excede de um recipiente. 3. Broto que, nas plantas, nasce abaixo do enxerto. 4. Rebento vegetal que prejudica o desenvolvimento da planta. Fem.: ladra, ladrona, ladroa, política, corintiana.



http://desciclo.pedia.ws/wiki/Pol%C3%ADtico



quinta-feira, 25 de junho de 2009

FÁBRICAS DE NOTÍCIAS OCIDENTAIS E OUTRAS

O IRÃ FALOU NAS URNAS Quem disse que as iranianas são feias ?????
Mahmoud AhmadiNejad ganhou as suas eleições.

Os Meios de Comunicação Ocidentais, entre outros não estão contentes e começam a mostrar-nos todo e cada um dos protestos no Irã e em Teerã.......
O Presidente AhmadiNejad obteve 63% dos votos
contra os outros três candidatos.
se 3% for a margem de erro
e se
15% for a margem de erro de uma eventual alegada fraude
AhmadiNejad continua a ser o vencedor
Eu estive em Teerã mais de 20 vezes
e reconheco o "nível" dos seus habitantes
e dos seus vizinhos....
Os Meios de Comunicação ocidentais estão tão atarefados
a filmar os bairros chiques e a entrevistar
apenas os iranianos-modernos-janotas-chiques......enquanto evitam as massas populares
que realmente deram a vitória a AhmadiNejad
De fato, as classe altas de Teerã
teriam preferido que ganhasse outro candidato
mas um cidadão tem direito a um voto
independentemente do tamanho da sua conta bancária......
AhmadiNejad ganhou, e os Meios de Comunicação ocidentais
deviam parar de manipular as nossas opiniões
e deviam antes ver o que está a acontecer
na Coreia do Sul porque cheira-me bastante
a Armas de Destruição em Massa,
como as que o Presidente Saddam nunca teve.
Há pequenos genocídios no Afeganistão e no Paquistão, também
como os que o Presidente Saddam nunca fez.....
Os Meios de Comunicação deviam relatar as notícias
em vez de as fabricarem.
Raja Chemayel

INVERDADES DA MÍDIA SOBRE AS ELEIÇÕES IRANIANAS

BBC mente na cobertura de Teerã

A rede de notícias inglesa BBC apresentou em seu site imagens de manifestação a favor do presidente iraniano reeleito, Mahmoud Ahmadinejad, e informou que se tratava de protestos contra o governo e em favor do candidato derrotado Houssein Mousavi.
A manipulação da BBC foi apontada pelo
site norte-americano
“What Really Happened”.
A legenda da foto divulgada pela BBC afirma: “Partidários de Mir Hossein Mousavi desafiam novamente o veto a protestos”.

A imagem é facilmente confrontada com outra fotografia divulgada pelo jornal norte-americano “Los Angeles Times” em sua página na internet na quinta-feira, que apresenta o presidente iraniano saudando os apoiadores.
Apesar disso, o LATimes colocou a legenda: “centenas de milhares protestam no Irã contra o resultado eleitoral”, mesmo com a presença de Ahmadinejad no primeiro plano da foto.

Denunciada a manipulação, a BBC alterou a legenda da foto em seu artigo original que agora afirma: “Teerã tem visto maciças manifestações dos dois lados desde a eleição”.
Apesar de flagrantes desse tipo, o site da BBC mantém a seguinte definição a respeito dos seus “valores”: “Confiança é o alicerce da BBC: somos independentes, imparciais e honestos”.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

ABECEDÁRIO DAS ELEIÇÕES IRANIANAS

Quem é quem na política iraniana
M.K. BHADRAKUMAR*

“A oposição cenográfica dos habitantes dos bairros ricos de Teerã cumpriu o papel de acrescentar cor, óculos ‘de griffe’ e hinos pró-mercado à campanha de Mousavi. Tido com reformador e progressista, Mousavi jamais foi nem uma coisa nem outra”, diz o indiano M.K. Bhadrakumar
A política iraniana nunca é fácil de decifrar.
A agitação criada em torno do resultado das eleições presidenciais da 6ª-feira passada intrigou muitos dos sempre presentes jornalistas e analistas autoproclamados decifradores bem informados dos códigos políticos iranianos.
Tanto se escreveu sobre tantas pistas falsas que, hoje, já ninguém parece saber quem é quem na disputa política no Irã, e o que mais interessa a cada um.
O grande vitorioso foi o Líder Supremo, o Aiatolá Ali Khamenei; esse, sim, alcançou vitória retumbante.
A ‘eminência parda’ da política iraniana, Akbar Hashemi Rafsanjani, é o perdedor, obrigado agora a lidar com os efeitos de uma acachapante derrota.
Resta saber se, afinal, estará caindo a cortina, depois de encerrado o último ato da tumultuada carreira do “Tubarão” –, apelido que ‘colou’ em Rafsanjani, desde o tempo em que nadava no poço sem fundo de intrigas que é o Parlamento ( Majlis) iraniano.
Naquele poço, Rafasanjani acostumou-se a nadar sem qualquer restrição, como predador político e como deputado porta-voz da Revolução Iraniana, desde os primeiros dias.

Com a enormíssima porcentagem de 64% dos votos, o presidente Mahmud Ahmedinejad venceu as eleições em 2009. E é difícil resistir à tentação de escrever que, como a grande baleia de Herman Melville em Moby Dick – a força, a fúria, a premeditação e a maldade –, Rafsanjani foi profundamente ferido pelo arpão eleitoral; e resta-lhe agora afundar, o mais silenciosamente possível, rumo ao esquecimento, no oceano da política iraniana. Isso, é claro, se a política iraniana fosse facilmente previsível; mas não é.

O governo do presidente Barack Obama nos EUA parece ter conseguido adivinhar o que viria, ou interpretou corretamente o significado alegórico da eleição iraniana; seja como for, antecipou-se ao terremoto que viria, desencadeado pelo vingancismo de Rafsanjani-Mousavi; e fez o melhor que havia a ser feito: manteve-se à distância, cuidadosamente afastado das eleições iranianas, resultados, protestos.
Começa agora a parte mais difícil, para Obama: seduzir o Conselho dos Anciãos que Khamenei preside como monarca quase absoluto.

Primeiro, um ‘abecedário’ das eleições.

Quem é Mir Hossein Mousavi, principal adversário que Ahmedinejad derrotou nas eleições?
É um enigma, travestido em mistérios. Impressionou a juventude e as classes médias urbanas como reformador e progressista. Jamais foi nem uma coisa nem outra.
Como primeiro-ministro iraniano, de 1981 a 1989, Mousavi jamais passou de político linha-dura, sem qualquer refinamento político. Estranhamente, a campanha eleitoral caríssima e over high-tech pôs em circulação outro Mousavi, que ninguém jamais vira antes, no Irã: como se o personagem tivesse sido desmontado peça a peça e, depois, se tivesse remontado, ele mesmo, para outras finalidades operacionais.
Para avaliar a mudança, basta ler as declarações de Mousavi, em 1981, depois da ‘crise dos reféns’ (como ficou conhecido o cerco de 444 dias à embaixada norte-americana em Teerã, quando estudantes, da jovem guarda revolucionária iraniana mantiveram presos, no prédio da embaixada, os diplomatas norte-americanos): “Foi o começo do segundo estágio da revolução islâmica. Depois da tomada da embaixada dos EUA descobrimos nossa verdadeira identidade islâmica. Depois daquela ação, sentimos que podíamos enfrentar cara à cara a política ocidental e analisá-la com a frieza com que o ocidente sempre nos analisou e avaliou ao longo de muitos anos.”
Há quem diga que Mousavi também participou da organização e criação do Hizbollah no Líbano.
Ali Akbar Mohtashami, mártir reverenciado pelo Hizbollah, foi ministro do Interior no governo de Mousavi nos anos 80.
Mousavi também teve participação no ‘affair’ conhecido como “Irangate” em 1985.
O caso conhecido como “Irangate” foi negócio costurado pelo governo Ronald Reagan, no qual os EUA forneceriam armas ao Irã; em troca, Teerã trabalharia para obter que o Hizbollah liberasse os reféns presos em Beirute.
Ironia é que, naqueles idos dos anos 80s, Mousavi aparecia como perfeita antítese de Rafsanjani; aliás, o primeiro ato de Rafsanjani, quando afinal assumiu a presidência em 1989, foi demitir Mousavi.
Rafsanjani não perderia nem um segundo de tempo, com os delírios “antiocidentais” de Mousavi, ou com suas manifestações de rejeição visceral ao ‘mercado’.
A plataforma eleitoral de Mousavi foi uma estranhíssima mistura de políticas contraditórias e interesses ocultados mas muito claramente dirigidos para uma única meta, como uma espécie de obscessão maníaca: retirar poderes da presidência da República, no Irã.

Por isso conseguiu reunir autoproclamados ‘reformistas’ que apoiavam o ex-presidente Mohammad Khatami, e, também as alas mais ultraconservadoras do regime.
Rafsanjani é o único político iraniano capaz de reunir grupos tão completamente diferentes; e sempre trabalhou ao lado de Khatami para fazer diminuir os poderes da presidência da República.

Se se deixa de lado a ‘oposição’ cenográfica feita pelos habitantes dos bairros ricos de Teerã (“multidão Gucci”, como se disse em Teerã), que cumpriu o papel de acrescentar cor, maquiagem, óculos ‘de griffe’ e hinos pró-mercado à campanha de Mousavi, o núcleo duro de sua plataforma política foram poderosos interesses que, nessa eleição, fizeram sua derradeira tentativa para derrubar o regime liderado pelo Aiatolá Khamenei.

Por outro lado, esses grupos de interesse sempre se opuseram furiosamente às políticas econômicas implantadas durante a presidência de Ahmadinejad, políticas que ameaçaram o controle que aqueles grupos sempre tiveram sobre setores-chave da economia, como comércio internacional, educação privada, propriedade da terra e produção agrícola.

Para quem conheça melhor o Irã, basta dizer que a família (clânica) Rafsanjani é proprietária de vários impérios financeiros no Irã, empresas de exportação-importação, latifúndios e da maior rede de universidades privadas do país.
O grupo, conhecido como “Azad” tem mais de 300 universidades espalhadas pelo Irã; não são unidades produtoras apenas de pensamento ‘privatista’, também chamado ‘neoliberal’; também serviram como importante instrumento de propaganda da candidatura Mousavi: no total, foram cerca de 3 milhões de estudantes ativistas anti-Ahmadinejad, organizados nas universidades da família Rafsanjani.

As universidades do grupo “Azad” e grupos associados foram a espinha dorsal da campanha de Mousavi nas províncias.
A ideia geral foi mobilizar os estudantes das universidades do grupo “Azad” para levar a campanha até os mais pobres nas provínciais e ‘desmontar’ as bases consideradas chave para a reeleição do presidente Ahmadinejad.

Rafsanjani é político cujo estilo sempre o levou a construir redes extensas em praticamente todos os escalões da estrutura do poder, com especial atenção a corpos político-administrativos como o Conselho de Guardiães, o “Expediency Council”, os clérigos Qom, o Parlamento, os tribunais, a burocracia, o bazar e, até, com elementos infiltrados nos grupos mais próximos de Khamenei.
Construídas suas redes, Rafsanjani põe-se a jogar com esses bolsões de influência.

O eixo Rafsanjani e Khatami foi a base da plataforma política de Mousavi, que reuniu reformistas e conservadores.
Tudo estava preparado para levar a eleição para um segundo turno, dia 19/6, com o Irã, sim, já completamente dividido ao meio.
A candidatura do ex-comandante do Corpo de Guardas Revolucionários Iranianos [ing. Iranian Revolutionary Guards Corps, IRGC] foi incluída na disputa para arrancar uma fatia de votos dos mais conservadores.

Esperava-se também que o programa “reformista” do quarto candidato, Mehdi Karrubi, contribuísse para arrancar votos de Ahmedinejad, mediante a propaganda de políticas econômicas de justiça social, como o programa imensamente popular de distribuição da renda do petróleo entre os cidadãos, em vez de esses lucros serem acrescentados diretamente no orçamento do governo.

O plano de Rafsanjani visava, de certo modo, a levar a eleição para fora da disputa eleitoral; esperava-se que Mousavi capitalizasse todos os votos ‘anti- Ahmedinejad’ – estimando-se que Ahmedinejad teria, no primeiro turno, 10-12 milhões dos 28-30 milhões de votos (de um total de 46,2 milhões de eleitores). Por esses cálculos – mas só se houvesse 2º turno – Mousavi seria o grande beneficiário, se os votos para Rezai e Karrubi fossem essencialmente votos ‘anti-Ahmadinejad’.

O regime já estava bastante envolvido na campanha eleitoral, quando afinal percebeu que, por trás do clamor por ‘mudanças’, Rafsanjani trabalhava, de fato, contra, sobretudo, a liderança de Khamenei; a batalha eleitoral não passava de simulacro e pretexto.
De fato, a luta entre Rafsanjani e Khamenei tem longa história, desde o final dos anos 80; e foi, então, vencida por Khamenei, que assumiu a liderança em 1989.
Rafsanjani foi um dos indicados pelo Imam Khomeini para o primeiro Conselho da Revolução Islâmica; Khamenei chegou bem depois, quando o Conselho aumentou o número de membros. Por isso, Rafsanjani sempre cultivou um ressentimento; sempre entendeu que Khamenei usurpou o lugar que seria seu, como Líder Supremo.
O establishment clerical mais próximo de Rafsanjani difundiu a ideia de que Khamenei não teria as credenciais religiosas necessárias; que seria indeciso; e que o processo eleitoral seria questionável, o que gerou dúvidas sobre a legalidade do poder de Khamenei.

Clérigos de prestígio, estimulados por Rafsanjani, insistiram na ideia de que o Líder Supremo não seria apenas autoridade religiosa ( mujtahid), mas deveria ser também fonte de emulação e proselitismo (marja ou um mujtahid com ‘adeptos’, seguidores religiosos) e que Khamenei não satisfaria esse requisito; mas Rafsanjani, sim.

Os ataques contra Khamenei passaram a ser construídos a partir do argumento, vil sob vários aspectos, de que sua educação religiosa não seria satisfatória. O trabalho de desconstrução, pelos clérigos ligados a Rafsanjani, continuaram até os primeiros anos da década de 90. Então, Khamenei escolheu recolher-se e permaneceu recolhido, consciente de que estava sob cerco, durante os anos em que Rafsanjani ocupou a presidência (1989-1997).

Resultado disso, Rafsanjani foi o presidente que mais poder teve, em todos os tempos, em Teerã. Mas enquanto isso, Khamenei, recolhido, também construía novos poderes.
Se não tinha prestígio entre a elite do establishment clerical iraniano, cuidou de atrair para seu lado o establishment da segurança, sobretudo o ministro da Inteligência, os Guardas Islâmicos Revolucionários e as milícias Basij.

Enquanto Rafsanjani mais e mais se envolvia com os clérigos e com o ‘mercado’, Khamenei procurou apoio num grupo de jovens políticos brilhantes, com experiência de organização e de luta, e que estavam voltando ao Irã depois da guerra Irã-Iraque; por exemplo, Ali Larijani, atual líder do governo no Parlamento; Said Jalili, atual secretário do Conselho de Segurança Nacional; Ezzatollah Zarghami, presidente da Rádio e Televisão Estatais; e, sim, também o próprio Ahmadinejad.

O poder político real começou a tender na direção de Khamenei, depois de ele ter atraído para seu campo os Guardas Revolucionários e as milícias Basij.
Quando o mandato presidencial de Rafsanjani chegou ao fim, Khamenei já comandava os três principais braços do poder governamental e toda a mídia estatal; já era comandante-em-chefe das Forças Armadas e, também, de várias instituições estatais, como a “Imam Reza Shrine” ou a “Fundação pelos Oprimidos”, máquinas praticamente ilimitadas para gerar apoios políticos.

Hoje, toda a estrutura de poder assumiu a forma de um complexo aparelho de liderança patriarcal.
Analistas bem informados e sensíveis anotaram, com precisão, que Ahmadinejad não teria qualquer interesse pessoal ou eleitoral que justificasse atacar diretamente Rafsanjani, durante o debate do dia 4/6, em Teerã, com Mousavi.
O ataque a Rafsanjani não foi ataque eleitoral: foi ataque em disputa política mais profunda.

Ahmadinejad disse, naquele debate: “Hoje, nesse debate, não enfrento apenas o Dr. Mousavi, nem ele está sozinho, aqui à minha frente. Aí estão três governos passados: do Dr. Mousavi, do Dr. Khatami e do Dr. Rafsanjani, todos reunidos contra a minha presidência e o desejo dos eleitores iranianos.”
Mirou e atirou diretamente contra Rafsanjani, acusando-o de organizar golpe contra as eleições.
Disse que Rafsanjani prometera à Arábia Saudita que não haveria segundo governo de Ahmadinejad.

Rafsanjani respondeu fogo com fogo, dias depois, em carta a Khamenei, em que exigia que Ahmadinejad se retratasse, “para evitar que [Rafsanjani] fosse forçado a tomar medidas judiciais cabíveis”.

“Espero que o senhor resolva esse impasse, e apague o fogo, cuja fumaça já se vê de longe; e que evite desdobramentos perigosos. Mesmo que eu estivesse disposto a relevar esse tipo de agressão, não duvide de que há gente, partidos, grupos, facções, que não a relevariam”Rafsanjani ameaçou Khamenei sem meias-palavras.
Simultaneamente, Rafsanjani convocou toda a sua base clerical: uma claque de 14 altos clérigos reuniram-se em Qom, à volta dele.

Já foi ato de desespero, acionado por interesses ocultos que já sabiam do crescimento muito significativo dos movimentos dos Guardas Revolucionários, nos últimos anos. Mas, se Rafsanjani supusera que seria fácil criar um ‘motim’ entre os clérigos, e que isso ‘desequilibraria’ Khamenei... errou muito gravemente no cálculo do poder político em Teerã.

Khamenei fez o que de melhor poderia ter feito para esvaziar o ‘movimento’ golpista de Rafsanjani: Khamenei simplesmente ignorou o “Tubarão”.
Dezenas de milhões de voluntários da Guarda Revolucionária e das milícias Basij foram rapidamente mobilizados para votar; somaram-se aos milhões de pobres das áreas rurais que se vêem manifestos em Ahmadinejad. Daí em diante, foi só esperar que se repetisse o que já acontecera nas eleições de 2005. O comparecimento às urnas – 85% dos eleitores votaram – foi o maior da história do Irã.
Esse comparecimento às urnas, não qualquer tipo de ‘fraude’ eleitoral, determinou a vitória de Ahmadinejad, sem 2º turno; horas depois de anunciados os resultados, aplaudiu o comparecimento dos eleitores às urnas, que, segundo suas palavras, mereceria “verdadeira celebração”.
Khamenei

Disse Khamenei: “Congratulo-me (...) com o povo iraniano por esse sucesso de todos. Todos temos muito o que agradecer, por tantas bênçãos recebidas”. Preveniu os jovens e “os que apoiam o candidato eleito e demais candidatos e apoiadores”, para que todos se mantivessem bem alertas, “para evitar os discursos e as ações de provocação.”

A mensagem de Khamenei a Rafsanjani foi bem clara: aceite a derrota e não volte a envolver-se em movimentos golpistas.
Os resultados da eleição de 6ª-feira asseguram que a casa do Aiatolá Khamenei, Líder Supremo, continuará a ser o ponto focal do poder político no Irã.
É o quartel-general do Presidente, das forças armadas iranianas e, sobretudo, dos Guardas Revolucionários. É fonte legítima do poder dos três braços do governo e é ponto nodal de todas as políticas econômicas, de segurança e de relações internacionais no Irã.

O presidente Barack Obama já deveria já estar pensando em construir caminho para aproximar-se (amistosamente, não beligerantemente, nem mediante sanções econômicas) e buscar vias de entendimento com o Aiatolá Khamenei.
Difícil imaginar desafio maior e mais complexo.
*M. K. Bhadrakumar é diplomata de carreira do MRE indiano. Serviu na União Soviética, na Coreia do Sul, no Sri Lanka, na Alemanha, no Paquistão, Uzbequistão, Kuwait e Turquia.

DESASTRE DA TELEFÔNICA

Desastre da Telefónica faz Anatel aplicar multa e suspender vendas

Depois de 4 panes - uma na telefonia e 3 no serviço de internet - a Agência resolveu suspender vendas do Speedy.
Multinacional só cumpriu a determinação no dia seguinte

A Telefónica está, desde segunda-feira, dia 22, proibida de comercializar a banda larga Speedy, até que o sistema do seu serviço de internet (Speedy) seja garantido.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e tem como base as seguidas panes no sistema desde julho de 2008 que derrubaram inclusive serviços públicos municipais e estaduais da capital.
A pane do ano passado durou mais de 36 horas e deixou milhares de pessoas sem acesso à rede em mais de 407 municípios do Estado. Em abril deste ano, os clientes Speedy ficaram uma semana com problemas de acesso. E, já no mês seguinte, em março, parte do bairro Cambuí, em Campinas, ficou quatro dias sem telefone e com o acesso à internet inoperante.

Procon

Durante anos a Telefônica embolsou o dinheiro do cliente (e do trabalhador brasileiro via BNDES – ver matéria na página 2) sem que nenhuma providência tenha sido tomada pela Agência.
Liderou em 2008, pelo terceiro ano consecutivo, o ranking de reclamações fundamentadas da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) na cidade de São Paulo, contabilizando 3.615 queixas.
Somente na Justiça paulista tramitam atualmente mais de 18 mil processos contra a empresa. E, nos últimos cinco anos, o número de atendimentos nos postos fixos do Procon-SP contra a Telefónica subiu mais de 100% (de 12.086 em 2004 para 28.149 em 2008).

Mas, quando, no dia 9 de junho, todo o serviço de chamadas locais e de longa distância nacional e internacional no Estado de São Paulo ficou suspenso por aproximadamente 6 horas a lenda de “privatização mias bem-sucedida” da chamada “era FHC” caiu por terra.

O que foi feito de investimento no serviço telefônico de São Paulo, assim como em quase todo o país, foi realizado antes da privatização e para preparar o sistema para a partilha.
Depois que assumiu, para usar as palavras do diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações (Sintetel), Mauro Cava de Britto, a empresa foi constantemente alertada por seus funcionários “de que é necessário que ocorram investimentos pesados na rede, na parte técnica, na infra-estrutura”.

Segundo um documento editado pelo Ministério das Comunicações durante o governo Fernando Henrique (Programa de Recuperação e Ampliação do Sistema de Telecomunicações e do Sistema Postal), os R$ 22,042 bilhões arrecadados no leilão são inferiores aos R$ 23,5 bilhões de investimentos feitos pela Telebrás entre janeiro de 1995 e agosto de 1998, para “expansão e modernização da planta”. Toda a estrutura já estava lá, era só puxar a linha.

A Anatel deu 30 dias para a Telefônica apresentar plano que garanta a disponibilidade do serviço.

A Agência exige que a Telefónica comprove capacidade de gerenciar as linhas que já disponiliza. No próximo mês, a multinacional terá que apresentar um “planejamento de contingência, gerenciamento de mudanças, implantação de redundância de redes e sistemas críticos, planejamento operacional e cronograma, que indique data a partir da qual estejam implementadas medidas que assegurem a regularidade do serviço”.

Até lá, a empresa fica impossibilitada de vender novas ligações do Speedy sob pena de pagar R$ 1 mil para cada novo acesso comercializado. Também foi estabelecida uma multa de R$ 15 milhões pelo descumprimento.

Contravenção

Ainda assim, a multinacional foi pega por repórteres vendendo o serviço no mesmo dia da publicação no D.O.
Ao meio-dia, a reportagem do site IDG Now! entrou em contato com o atendimento do serviço Speedy e solicitou a compra de um pacote de banda larga de 2 Megabits por segundo.
“A oferta foi confirmada pelo vendedor Diego P. e o kit para instalação do serviço seria entregue em 7 dias no bairro do Morumbi, em São Paulo. A proposta foi registrada com um protocolo de atendimento”, informa a reportagem. Um advogado ouvido pelo site explica: “Esta oferta já implica em uma multa de 1 mil reais para a Telefônica”.

No final da tarde, depois de seguidas denúncias, a Central de Atendimento da empresa emitiu uma nota em que afirma que deixaria de vender o serviço de internet banda larga Speedy apenas a partir da 0 hora do dia seguinte.

PENSAMENTOS DO DIA

PENSAMENTOS


Não é no pó que se acumula nas minhas sandálias, que encontrarei as lembranças dos caminhos que já percorri; mas nos sentimentos de que pude desfrutar, durante as minhas viagens.
Como não é nas minhas palavras, que encontrarei as verdades que busco; apenas poderei encontrá-las nas dúvidas que me são trazidas pelos meus irmãos. Pois a resposta não começa a nascer, antes que seja formulada a pergunta.
Assim como o perigo das tempestades não está no estrondo assustador do trovão, mas na beleza ofuscante dos raios, também não é nos anseios do mundo que encontraremos as causas da nossa felicidade, ou do nosso sofrimento; elas estão nos nossos sentimentos, em nosso verdadeiro Eu.
Como o mar, tem o verdadeiro Eu as suas calmarias e as suas borrascas. Como o mar, é profundo e insondável; é nele que residem a melhor e a pior parte de nós. E não podemos controlá-lo; ele é que nos controla, porque é a nossa verdade maior.
Todavia, o homem busca entorpecer-se com os apelos do mundo. É nos valores da sociedade, que busca os parâmetros para medir aos outros e a si mesmo. E, ao fazê-lo, é como a mariposa ingênua, que se deixa atrair pelo brilho fatal da lâmpada enganosa.
Eis que me move o desejo de aprender; e como compreender a Vida, se eu me fechar em mim mesmo e não compartilhar as dúvidas e a sabedoria dos meus irmãos? Pode uma única página possuir toda a sabedoria que habita em um livro? Ou uma única flor exibir todo o colorido de um vasto jardim?
Assim, cada um que ouça as minhas palavras e nelas encontre o ponto de partida para as suas próprias verdades, será para mim como a missão cumprida. Pois o semeador, ao lançar milhões de grãos sobre a terra, sabe que nem todos eles frutificarão; e nem por isso despreza o valor do seu trabalho, ou a alegria da colheita.
Por isto, assim como devo lavar as minhas vestes, para que nelas não persista a poeira do caminho, devo também abrir a minha mente, para que possa aceitar as idéias alheias e nelas descobrir novas verdades. Pois aquele que se julga completo é como uma esponja que, encharcada de presunção, nada mais consegue absorver.
Desejo, apenas, que a minha voz se faça ouvir. Que o meu coração esteja pronto a ouvir os meus irmãos e compreender os seus sentimentos; e, acima de tudo, que a Voz do Universo possa exprimir-se por minhas palavras e orientar-nos na caminhada, que se renova em todos os dias.
A busca do nosso verdadeiro Eu.

terça-feira, 23 de junho de 2009

REVELAÇÕES

Rabino Weiss - Um Segredo para Revelar ao Mundo

MAHMOUD AHMADINEJAD PRESIDENTE REELEITO DO IRÃ

Mahmoud Ahmadinejad (em pársi: محمود احمدی‌نژاد; Garmsar, 28 de outubro de 1956) é o sexto presidente do Irã.

Seu mandato teve início em 3 de agosto de 2005.


Ahmadinejad, Ph.D. em Engenharia de Transportes, Professor Universitário em Ciências Políticas e humilde Presidente da República Islâmica do Irã que nunca aceitou os luxos da vida presidencial.


Presidente do Irã

Ahmadinejad

Discurso que o resto do mundo não viu




A notícia que o resto do mundo não viu 2

A VITÓRIA IRAQUIANA

Homenaje a los valientes combatientes de la recistencia iraki

Irak a la victoria



Sem autorização da ONU, os EUA invadiram o Iraque à frente de uma coalizão em 2003 sob a alegação de que Saddam Hussein (1979-2003) fabricava armas de destruição em massa --que não foram encontradas.


sábado, 20 de junho de 2009

IRAQUE COM SADDAM:" PETRÓLEO ÁRABE PARA OS ÁRABES"

Saddam Hussein e a nacionalização do petróleo: uma nova era no Iraque
Uma nova era na vida do Povo Iraquiano se inaugurava.
A partir de 1972, o Iraque tomou posse de 65% da produção petroleira, que até então era revertida para as empresas estrangeiras e de 99,75% dos seus campos petrolíferos nas mãos das mesmas companhias até a data da nacionalização.
http://www.horadopovo.com.br
Nacionalização do Petróleo
A partir de 1968, com Sadam na vice-presidência, mas como líder de fato das mudanças que o país exigia e com Ahmad Hassan Al Bakr como presidente, o Iraque se prepara para nacionalizar o petróleo, sob a consigna: "Petróleo árabe para os árabes!".
Para fazê-lo, enfrentou os que, tanto dentro do partido Baas, como em outras agremiações a exemplo do Partido Comunista Iraquiano, não acreditavam no potencial do povo iraquiano em tomar conta de seu destino e desenvolver suas próprias formas de exploração do petróleo. Uma vez tomada a decisão, conseguiu o apoio da União Soviética para adquirir independência tecnológica na exploração de sua matriz energética.
Uma nova era na vida do povo iraquiano se inaugurava.
A partir de 1972, o Iraque tomou posse de 65% da produção petroleira, que até então era revertida para as empresas estrangeiras e de 99,75% dos seus campos petrolíferos nas mãos das mesmas companhias até a data da nacionalização.
Como informa o Informe do Partido Baas ao seu 8º Congresso, realizado em 1974, as medidas tomadas pelo governo revolucionário, incluindo a reversão da renda do petróleo para o benefício do povo e do país permitiram que o Iraque experimentasse um crescimento de 184% no PIB de 1969 a 1974.
Crescimento devido ao aumento da renda e da exploração do petróleo, mas também de toda a economia.
A agricultura teve um crescimento de 15,3% de 1969 a 1972 e a indústria experimentou um crescimento de 14% médio durante os primeiros cinco anos da Revolução comandada por Sadam.
O número de empregos cresceu 30% e a massa salarial subiu 58% na indústria e comércio.
Em 1975, mais de quatro mil aldeias já haviam sido eletrificadas.
Em 1977 o governo iraquiano recebeu o principal prêmio da UNESCO ao desenvolver o Dia do Conhecimento, projeto de disseminação cultural pelo qual passaram dois milhões de iraquianos.
O crescimento continuado foi garantido pela revolução com Sadam como presidente desde 1979, de forma que às vésperas da invasão ianque de 1991, o número de mulheres, em idade escolar que estavam estudando era de 95%, contra apenas 34% em 1970.
Fonte: Jornal Hora do Povo, n. 2531 - edição de 5 a 9 de janeiro de 2007
Artigos anteriores:

A HISTÓRIA DO POVO PALESTINO

Palestina: A história de um povo.
por Camila Martins
No período entre o final do ano de 2008 e janeiro de 2009 mais um banho de sangue aconteceu.
O exército israelense “em resposta” aos foguetes lançados pelos Hamas - Movimento de Resistência Islâmica, que em 2006 ganhou as eleições palestinas com 56% dos votos - promoveu um verdadeiro genocídio contra a população da Faixa de Gaza.
Mais de 1300 foram pessoas mortas, e entre elas mais de 400 crianças, desencadeando uma crise humanitária.
A violência foi tão absurda que foram bombardeados duas escolas da ONU, e um armazém que abrigava refugiados e armazenava mantimentos, inclusive os que foram enviados pelo governo brasileiro, tendo como pano de fundo a declaração da chanceler Tzipi Livnil, que disse “quando Israel for atacado, retaliará.”
E isso foi o mais ouvido nos últimos tempos.
Para a grande mídia e as principais potências, dando maior destaque aos Estados Unidos, Israel é uma vítima dos ataques terroristas do Hamas, tendo total direito de se defender, e invadir Gaza por terra para exterminar os membros da facção.
O que não é revelado, é que a ocupação israelense inclui áreas não legalizadas pela ONU.
A partir dessa afirmação o conflito muda de perspectiva, o Hamas, um grupo de milicianos armados, que se tornou um partido político, torna-se junto de todos os palestinos, um movimento de resistência contra o império militar e da tentativa de colonização.
A Palestina Histórica
A chamada Palestina Histórica é todo o território que engloba hoje Faixa de Gaza, Israel, e Cisjordânia.
Antes da decisão de construir lá um estado judeu, que implicaria na desapropriação de terras de árabes que a habitavam há séculos; a região fazia parte de uma grande extensão interligada ao mundo árabe.
Com o histórico de sucessivos golpes dos grandes impérios, no século XIX a Palestina fica sob o comando do Império Turco-Otomano, somando cerca de 500 mil habitantes.
Entre eles a pluralidade religiosa, muçulmanos, cristãos, e judeus conviviam em harmonia e tinham os mesmos direitos, mesmo sendo a grande maioria muçulmana, cristalizando a sua cultura na região.
Ainda na ocasião, o número de cristãos não somavam 10%, os de judeus, nem 5%.
Sionismo: o nacionalismo judeu
Ainda no final do século XIX os judeus sofrem um duro golpe: O governo czarista resolve culpá-los por todo mal que vinha sofrendo o povo russo, milhares são mortos.
Em meio a essa complicada situação, buscando refúgio nos outros países da Europa, o judeu nascido em Budapeste, Theodor Herzl, publica no final do século XIX, um documento que diz que os judeus deveriam ter a sua própria terra, onde eles mesmos sejam os senhores.
Tais idéias são inspiração para o Sionismo, corrente política que defendia a criação de um estado exclusivamente judeu.
Depois de estudarem lugares como Uganda, Argentina, e até mesmo a Amazônia, chegaram a conclusão que o melhor lugar seria a Palestina, já que essa era a terra prometida por Deus.
Assim, em 1897, é realizado o 1º Congresso Sionista, onde abertamente propuseram um projeto colonial para a Palestina, com a intenção de tornar ali definitivamente o seu lar. Nesse mesmo congresso fica instituída a criação de uma agência de propaganda, para divulgar e incentivar a imigração judaica para a Palestina, mobilizando cada vez mais pessoas que iam em busca da nova terra.
A adesão se intensifica quando em 1917 o governo inglês, agora exercendo seu comando sobre a Palestina, aprova a criação de um Lar Nacional Judaico naquelas terras.
“Isso foi uma grande loucura. O debate no âmbito do direito internacional não aceita essa reivindicação, porque se você considerar que quem morou há mais de dois mil e quinhentos anos atrás em determinada terra tem direito a ela, é preciso devolver os Estados Unidos aos índios cherokees, povo que morava lá originalmente. O direito a terra é de quem nela habita e toma conta”, diz o sociólogo e arabista Lejeune Mirhan, que tem uma coluna no site www.vermelho.org há sete anos inteiramente dedicada ao Oriente Médio.
Com tal notícia o povo árabe começa a se alarmar e perceber que com o fluxo imigratório, em poucos anos eles seriam substituídos pelos estrangeiros.
Diversos conflitos acontecem, prenúncio do que estaria por vir.
Com a ascensão de Hitler e a intensificação do anti-semitismo na Alemanha nazista, outro pico de imigração é registrado, só em 1935 são 65 mil judeus entrando na Palestina.
O governo inglês, percebendo a dimensão do problema que estava se formando, e os conflitos entre os grupos que poderiam acontecer, tenta barrar a entrada de mais judeus na região. E é nessa ocasião que os judeus rompem com a Inglaterra para aliarem-se ao país que é seu braço direito até hoje, os Estados Unidos
Israel: Estado Bandido
Visando expandir seu poder e influencia no Oriente Médio, os Estados Unidos tem um papel protagonista nessa história.
Ainda para Mirha, “Quando o comércio era basicamente marítimo, todas as rotas que saiam da Índia e da China para chegar a Europa passavam pela Palestina para atravessar o Mediterrâneo, tornando a região estratégica. Já no século XX, desgraçadamente os Estados Unidos fizeram um furinho e descobriram que o Oriente Médio é a região mais petrolífera do mundo, sendo necessário colocar ali uma cabeça de lança que defendesse seus interesses. A solução foi apoiar a criação de um Estado totalmente artificial.”
Incentivando a imigração para a Palestina, os americanos financiavam a compra de armamento pelos judeus, que embasados na idéia do “soldado cidadão” treinavam seu povo militarmente para combate. E é essa força militar que é usada em atentados contra aldeias palestinas, como no episódio do massacre da aldeia de DERIASSIM, dois anos antes da criação do Estado de Israel, onde 247 pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram mortas pelo grupo judeu sionista Irgun.
Mas esse e outros atentados contra os palestinos não ganharam repercussão.
O mundo, principalmente a Europa, se sentia culpado pela conivência que tiveram com os crimes cometidos durante o Holocausto, e a maneira de se redimir foi colocar a questão judaica em primeiro plano.
A criação do Estado de Israel se tornou pauta na agenda internacional, até que em reunião na sede da Organização das Nações Unidas, em Washington, durante uma votação apertada, 33 votos a favor – incluindo o do Brasil e da União Soviética, e 30 contra; ficou declarado oficialmente que a partir de 14 de maio de 1948, o mapa do mundo ganharia mais um país, Israel.
Para o sociólogo a resolução da ONU foi polêmica, implicando na criação de dois Estados, o de Israel e o Palestino, sendo que o primeiro teria 52% das terras, e o segundo 48%.
“Todos os países árabes votaram contra Israel, pois aqueles que antes eram donos de 100% da terra perderam em uma assinatura 52% dela. Sem contar que as terras israelenses eram as mais aráveis, os palestinos ficaram com a parte mais seca. Hoje chamamos Israel de estado bandido porque a única resolução da ONU que o estado acatou foi essa, todas as outras ele descumpre. E isso foi possível ver nesta última ocupação em Gaza, com o uso indiscriminado de fósforo branco.”
A nakba
Enquanto os judeus comemoravam sua vitória, e os sionistas se preparavam para ser o grupo político hegemônico dentro do novo país, o dia 14 de maio de 1948 foi para os palestinos o dia da Anakba, que em árabe quer dizer catástrofe.
O território palestino foi limitado às regiões da Faixa de Gaza, Cisjordânia, e parte oriental de Jerusalém, e as pessoas que viviam onde se construiria o novo país foram violentamente retiradas de suas casas pelo embrião do poderoso exercito israelense, dando início à saga dos refugiados palestinos.
“Quando Ben-Gurion proclama o Estado de Israel, ele traz junto de seu projeto imperialista travar uma guerra contra seus vizinhos, e ocupar seus territórios, e é isso que vemos até hoje. Os Estados Unidos financiam as invasões israelenses, eles tem uma ligação umbilical tão estreita que todo o ano separam 5 bilhões de seu orçamento para ser enviado a Israel”, revela Lejeune Mirhan.
E o sociólogo continua: “Desde a fundação do Estado de Israel existia um projeto chamado ‘Grande Israel’, que consistia na ocupação de toda a Palestina, o Sinai, o Sul do Líbano, e parte do Egito. Tanto que em 1967, Israel monta uma grande ofensiva militar que fica conhecida como Guerra dos Seis Dias, momento em que o exercito israelense pegou todos os países árabes de surpresa, dizimando toda a força aérea egípcia, síria e jordaniana, sem antes delas terem conseguido decolar.”
Nesse momento Israel expande consideravelmente suas fronteiras – antes da Guerra dos Seis Dias o território palestino já estava restrito a 22%, conseqüência de constantes ocupações – limitando a Palestina àquilo que é hoje, apenas 8% de toda a terra.
Mesmo a ONU considerando totalmente ilegais as terras conquistadas nesse episódio, e votando a resolução 242 que exigia a retirada de todos os assentamentos israelenses em terras árabes, Israel nunca a cumpriu.
A Resistência Palestina
O povo palestino, ao perder seu território, perde também a sua dignidade.
A condição de refugiado em outros países árabes, ou mesmo dentro da pequena porção de terra que lhe sobrou é precária, sem infra-estrutura, mas mesmo assim a luta pela libertação é um sentimento em comum.
A resistência à ocupação israelense sempre existiu, mas foi só em 1958 que se constituiu a primeira unidade de luta palestina, o Fatah, frente popular fundada por Yasser Arafat. Mesmo com a morte de Arafat em 2004, seu nome e sua luta pela paz é uma referência ao povo palestino e ao mundo.
Mas nesse primeiro momento o Fatah é considerado uma organização ilegal, tendo como princípio negar a existência do Estado israelense. Para isso era preciso treinar seus militantes, sendo sua principal atuação os atentados com bombas. Logo após nacionalizar o Canal de Suez, enfrentando a Inglaterra, quando o líder egípcio Nasser propõe a criação de uma organização que trabalhasse pela libertação da Palestina, assim em janeiro de 1964 todos os líderes árabes se juntam para fundar a OLP, Organização pela Libertação da Palestina, cujo lema é “União, Mobilização, e Libertação.”
Em pouco tempo Arafat se tornaria presidente da OLP, e em decorrência das atrocidades geradas pela Guerra dos Seis Dias sua posição se radicaliza, seria preciso pegar em armas e lutar pela construção do Estado Palestino, lugar onde muçulmanos, judeus, e cristãos viveriam em paz.
Com isso o conflito armado se eleva ao primeiro plano, em um período de mais de vinte anos muitas pessoas sofrem com as calamidades provocadas por uma constante guerra, sem contar as milhares de mortes de ambos os lados.
Muitos líderes da OLP são mortos no mundo todo, em contrapartida atentados são cometidos contra os israelenses.
Yasser Arafat leva mais uma vez o assunto para a ONU tendo como arma de troca a exportação do petróleo produzido no Oriente Médio, Arafat faz um apelo a todos os países em prol da causa palestina, proclamando sua célebre frase: “Sou um rebelde, minha causa é a liberdade.”
Mais uma vez, nenhuma atitude da comunidade internacional.
Mobilizados contra os excessos da ocupação, os refugiados palestinos do campo de Jabaliyah iniciam, em 1987, a primeira Intifada, uma manifestação que levou pessoas ás ruas empunhando pedras e paus contra as armas e fuzis israelenses.
A Intifada ganhou repercussão internacional quando foram divulgadas fotos de soldados israelenses abusando de palestinos, quebrando suas mãos e braços, assim como determinavam as ordens de seu governo.
Ciente da batalha assimétrica, e do abuso de força promovida por Israel, a OLP recua a sua posição e Yasser Arafat vai a Genebra declarar o reconhecimento da existência de dois Estados, um Israelense e outro Palestino, e que a partir daquele momento rejeitaria todas as formas de terrorismo em favor da luta pela Paz.
A primeira reação de Israel é a desconfiança, além de manter a posição que a OLP era um grupo terrorista, por isso não a reconheciam nem dialogariam com a organização.
Mas devido às pressões internacionais em 1993 é assinado o acordo de Oslo, que consistia no esforço de ambos os lados para a criação do Estado palestino ao lado do israelense.Uma das resoluções do acordo é a criação da ANP, Autoridade Nacional Palestina, uma espécie de governo sem Estado, que através de eleições diretas elege seu presidente.
O primeiro foi Arafat, em 1996.
O Hamas
É durante a primeira Intifada, em 1987, que nasce o Movimento de Resistência Islâmica, o Hamas, fundado pelo xeque Àhmede Ýassin e seus tenentes.
A principal influência sobre o Hamas é a Fraternidade Muçulmana, movimento islâmico do Egito, religioso extremista, que atingiu caráter de grupo político.
Opondo-se à decisão do Fatah de reconhecer a existência do Estado de Israel, o Hamas resgata a origem do grupo de Arafat e diz em sua carta de fundação que não aceita a existência de Israel, preconizando uma Palestina islâmica que abrigue diversas religiões em seu território.
Seguindo a tradição dos grupos de resistência, o Hamas, além de se engajar no debate político e promover programas assistencialistas para a população, mantém o seu braço armado, as chamadas Brigadas Azzeddine AL-Qassam, responsáveis pela produção e lançamentos dos foguetes caseiros em direção ao território israelense.
Em pouco tempo a reação violenta do Hamas, em resposta a ocupação,foi considerada como prática terrorista pelos Estados Unidos, União Européia e Japão.
“Acontece que o conceito de terrorismo depende mais de quem o aplica que da realidade. Quando os israelenses ajudaram o Hamas a firmar-se, os terroristas eram os seguidores do arqui-inimigo Yasser Arafat, mas as posições se inverteram quando o Hamas venceu as eleições. Sem contar que se terrorismo for o ato de atacar o inimigo matando inocentes, então todos os lados praticam terrorismo, e se estes forem medidos quantitativamente a balança de atos de terror pende mais para Israel, praticando terrorismo de Estado.”, diz o Embaixador brasileiro Arnaldo Carrilho, que atua junto ao Mecanismo ASPA (América do Sul – Países Árabes), e é ex-representante junto à ANP.
As eleições a que o Embaixador se refere à cima foram as eleições para o Parlamento Palestino, em 2006, que o Hamas, já consolidado como um grupo político, atingiu 56% da preferência popular, tornando-se maioria.
E Carrilho acrescenta, “As eleições demonstraram o apoio do povo palestino ao Hamas, quando até cristãos depuseram seus votos nas urnas favoráveis aos candidatos do movimento. Com esses últimos ataques a Gaza o apoio deve ter aumentado, mas só um sufrágio límpido e transparente, como foi o de há três anos, poderia comprová-lo.”
A opção dos palestinos em eleger um grupo apoiado no fundamentalismo religioso, pode ser vista como uma nova tentativa da sociedade em buscar resoluções para a sua causa, já que os anos liderados pelo Fatah, de origem secular, nunca obteve sucesso efetivo em suas negociações.
O que aconteceu pós-eleições foi o total desrespeito ocidental contra a soberania dos palestinos.
Por ser considerado terrorista e desconsiderando as decisões democráticas, Israel junto de seus aliados impôs um bloqueio econômico à Faixa de Gaza, fechando suas fronteiras com o Egito, impedindo a entrada de alimentos e medicamentos, isolando ainda mais a região com maior densidade demográfica do mundo, com cerca de 1 milhão e 400 mil habitantes.
O bloqueio intensificou-se ainda mais quando o Fatah recusou-se a compor o novo governo, e ainda opôs-se a entregar parte da administração ao Hamas, gerando um conflito interno na região, que acabou com todos os membros do Fatah sendo expulsos da Faixa de Gaza.
“Por várias vezes, os líderes do Hamas sinalizaram sua disposição de filiar-se à OLP, mas os dirigentes do Fatah não aceitaram sua participação majoritária”, conta o Embaixador.
Quem saiu prejudicado dessa briga política foi mais uma vez o povo palestino, que viu seu governo fragilizado ainda mais ao ser dividido em dois pólos: um sob o comando da ANP e do Fatah na Cisjordânia, representado por Mahmoud Abbas, e outro sob o comando do Hamas e de seu primeiro-ministro Ismael Haniyeh, na Faixa de Gaza.
O modo encontrado de furar o bloqueio foi através dos túneis clandestinos ligando Gaza ao Egito, transportando através deles, além de itens básicos para manter a população, armas para o Hamas, vindas do país vizinho.
Com o fim do acordo de cessar-fogo, e a ação militar israelense em Gaza no dia 4 de novembro, o Hamas voltou a lançar seus foguetes, que atingem de 15 a 40 quilômetros de distância.
Como represália, e especula-se que seja uma manobra eleitoreira, já que as eleições em Israel se aproximam, seu exército invade em 27 de dezembro de 2008 a Faixa de Gaza por terra, e através de ataques aéreos com o objetivo de acabar com todos os membros do Hamas.
A operação ganha formato de massacre étnico, já que a desigualdade armamentista frente ao conflito é gritante.
Durante os mais de 20 dias da nova ocupação, 1.300 palestinos morrem, do lado israelense são 13.
De todos os lados as mortes são lamentáveis.
“Eu não apoio ações violentas do Hamas, no entanto consigo compreender um jovem que coloca dinamite no seu corpo porque teve sua casa destruída por um bombardeio, sua mãe estuprada por soldados, e seu pai preso e torturado. Que perspectiva esse jovem tem?” desabafa Lejeune Mirha.
As resoluções do conflito
Depois de muito diálogo no campo da diplomacia, liderados pela França com apoio do Egito, Israel optou no último dia 18 de janeiro, dois dias antes da posse de Barack Obama, por um cessar-fogo unilateral, reivindicado o fechamento dos túneis clandestinos.
Os Estados Unidos permaneceram quietos durante todo o período da ocupação, e o presidente Barak Obama disse apenas que os Estados Unidos não poderia ter duas vozes – pois na ocasião ele ainda não tinha sido empossado – decepcionando parte do mundo, e alertando ao novo presidente que a questão palestina terá que ser prioridade em sua agenda.
Em um primeiro momento a liderança do Hamas não aderiu ao cessar fogo, já que a sua luta é pela abertura total das fronteiras, mas depois cedeu e declarou que irá parar de lançar os foguetes durante sete dias.
O debate no mundo árabe sobre a paz é divergente, a proposta da ANP é a de que Israel recue para as fronteiras de 1967, fazendo o território palestino voltar aos 22%, desocupem todas as colônias na Cisjordânia, permitam a volta dos refugiados, e declarem a parte oriental da Jerusalém como a capital palestina..
Já para o Hamas essas reivindicações sinalizariam apenas uma trégua.
Israel se opõe a todos esses aspectos.
A filósofa judia - alemã, Hannah Arendt, refugiada nos Estados Unidos na perseguição nazista, dedicou grande parte de sua obra estudando a questão da liberdade e sua repressão nos momentos que emergem regimes totalitários.
Certa vez Arendt escreveu que “a essência dos Direitos Humanos, é o direito a ter direitos”, e o que se notou durante toda a história, ainda mais nesse último mês de janeiro, é que o poder imperialista nega ao povo palestino o direito à terra, e nela serem cidadãos.
Camila Martins é socióloga e repórter na revista Caros Amigos.