quarta-feira, 30 de abril de 2008

BILAL HUSSEIN ESTÁ LIVRE

Bilal Hussein trabalha para Associated Press e já ganhou o Pulitzer
Pentágono vai processar fotojornalista iraquiano acusado de ter ligações aos separatistas

20.11.2007 - 17h30 Reuters
O Pentágono vai processar o fotojornalista iraquiano Bilal Hussein, da Associated Press, que, segundo a agência de segurança norte-americana, mantém ligações com os rebeldes separatistas.
O processo será apresentado ainda este mês ao Centro Criminal Iraquiano, revelou Geoff Morrell, assessor de imprensa do Pentágono que se recusou a debater as queixas contra Hussein.
Segundo a AFP, o fotógrafo teria na sua posse documentos dos rebeldes, tais como planos para uma bomba, panfletos de propaganda e uma foto de reconhecimento de uma instalação aliada.
A agência francesa refere ainda que o fotojornalista tinha “acesso constante a actividades rebeldes, aparentemente sem risco próprio”.
“Desde a sua detenção, surgiram novas provas que indicam que Hussein é um operacional de comunicações rebelde que se infiltrou na AP”, diz Morrell do fotógrafo que, em 2005, fez parte de uma equipa da agência americana galardoada com o prémio Pulitzer.
A AP pediu a libertação imediata de Bilal Hussein, considerando que os seus direitos estão a ser “ignorados”.
“O tratamento de Bilal representa uma deturpação da mesma justiça e lei que os Estados Unidos dizem estar a ajudar o Iraque a construir”, diz Tom Curley, presidente da AP.
Hussein, de 36 anos, é repórter da AP desde 2004 e fotografou várias zonas de perigo no Iraque.

Fallujah - Iraqi insurgents fire a mortar and small arms during the U.S.-led offensive against insurgents in the city.
(Photo by Bilal Hussein, November 8, 2004.)
©Associated Press

eduspaces.net/tanias/weblog/218403.html
BILAL HUSSEIN IS FREE!





News just came in that our dear colleague Bilal Hussein is free at last!!




Hemos recibido la noticia que nuestro querido colega Bilal Hussein esta libre al fin!!



Congrats to all who helped/made it happen!!!!!!
Pzdrv & Sayonara,
Ndljko@
45.247° N19.875° E

Published on Monday, November 15, 2004 by the Associated Press
AP Photographer Flees FallujahWitnesses US Helicopter Kill Fleeing Family of 5
by Katarina Kratovac

BAGHDAD, Iraq - In the weeks before the crushing military assault on his hometown, Bilal Hussein sent his parents and brother away from Fallujah to stay with relatives.
The 33-year-old Associated Press photographer stayed behind to capture insider images during the siege of the former insurgent stronghold.
"Everyone in Fallujah knew it was coming. I had been taking pictures for days," he said.
"I thought I could go on doing it."

In the hours and days that followed, heavy bombing raids and thunderous artillery shelling turned Hussein's northern Jolan neighborhood into a zone of rubble and death.
The walls of his house were pockmarked by coalition fire.

"Destruction was everywhere. I saw people lying dead in the streets, wounded were bleeding and there was no one to come and help them. Even the civilians who stayed in Fallujah were too afraid to go out," he said.

"There was no medicine, water, no electricity nor food for days."

By Tuesday afternoon, as U.S. forces and Iraqi rebels engaged in fierce clashes in the heart of his neighborhood, Hussein snapped.

"U.S. soldiers began to open fire on the houses, so I decided that it was very dangerous to stay in my house," he said.

Hussein said he panicked, seizing on a plan to escape across the Euphrates River, which flows on the western side of the city.

"I wasn't really thinking," he said. "Suddenly, I just had to get out. I didn't think there was any other choice."

In the rush, Hussein left behind his camera lens and a satellite telephone for transmitting his images.
His lens, marked with the distinctive AP logo, was discovered two days later by U.S. Marines next to a dead man's body in a house in Jolan.

AP colleagues in the Baghdad bureau, who by then had not heard from Hussein in 48 hours, became even more worried.

Hussein moved from house to house — dodging gunfire — and reached the river.

"I decided to swim ... but I changed my mind after seeing U.S. helicopters firing on and killing people who tried to cross the river."

He watched horrified as a family of five was shot dead as they tried to cross.
Then, he "helped bury a man by the river bank, with my own hands."

"I kept walking along the river for two hours and I could still see some U.S. snipers ready to shoot anyone who might swim. I quit the idea of crossing the river and walked for about five hours through orchards."

He met a peasant family, who gave him refuge in their house for two days. Hussein knew a driver in the region and sent a message to another AP colleague, Ali Ahmed, in nearby Ramadi.

Ahmed relayed the news that Hussein was alive to AP's Baghdad bureau.
He sent a second message back to Hussein that a fisherman in nearby Habaniyah would ferry the photographer to safety by boat.

"At the end of the boat ride, Ali was waiting for me. He took me to Baghdad, to my office."

Sitting safely in the AP's offices, a haggard-looking Hussein offered a tired smile of relief.

"It was a terrible experience in which I learned that life is precious," he said.
"I am happy that I am still alive after being close to death during these past days."
© 2004 AP







Bilal Hussein, a photographer for The Associated Press based in Fallujah, Iraq, visits with his brother Dr. Abdul Hadi, left, and Hadi's daughters Ban, 14, and Batool, 7, in Baghdad, Iraq, Sunday Nov. 14, 2004.


Hussein went missing for several days when forced to flee Fallujah during the U.S. incursion earlier this week. (AP Photo/Karim Kadim)


www.commondreams.org/headlines04/1115-04.htm

ENVOLVIMENTO DE ISRAEL NA INVASÃO DO IRAQUE




O envolvimento de Israel na
invasão do Iraque
Revelados os planos que a mídia ocidental ignorará


Pelo menos 655 mil civis iraquianos morreram em conseqüência da
invasão estadunidense ao Iraque e a violenta ocupação do país que
se seguiu desde março de 2003.

Isso está claro, mas pouco se sabe
sobre o envolvimento direto de Israel na invasão.

Até o momento,
segundo as fontes estadunidenses, 4052 de seus soldados foram
mortos, e mais de 29 mil feridos, desde 2003, início da invasão
promovida pelos Estados Unidos.

Do lado iraquiano, estudos
apontam que entre 655 mil e 1 milhão de pessoas morreram em
conseqüência da ocupação no país.

Contudo, os números podem
ser muito mais altos em ambos os lados. 


O envolvimento de Israel na invasão
do Iraque
Pelo menos 655 mil civis iraquianos morreram em conseqüência da
invasão estadunidense ao Iraque e a violenta ocupação do país que
se seguiu desde março de 2003.

Mais de 4 mil soldados das forças
de ocupação foram mortos, e cerca de 500 bilhões de dólares
gastos pelos Estados Unidos.

Estes números são fidedignos e
incontestáveis.

Mas pouco se sabe sobre o envolvimento de Israel
na invasão, agindo como importante peça dos planos ocidentais no
Oriente Médio.
Abertamente se sabe que os principais mentores da invasão ao
Iraque foram Paul Wolfowitz, Richard Perle, Dick Cheney, Donald
Rumsfeld, Lewis Libby e George W. Bush.

Estes nomes não são
novos, mas um novo motivo para a invasão se tornou conhecido
recentemente: o sonho de um Iraque democrático que reconheça o
Estado de Israel.

O fato foi revelado por Richard Armitage, então
subsecretário de Estado de George W. Bush.

Em recente entrevista
ao programa de televisão estadunidense PBS Frontline, Armitage
revelou esse motivo ao questionar suas suspeitas quanto a Ahmed
Chalabi
, o político exilado iraquiano que havia sido escolhido pelos
Estados Unidos para governar o Iraque pós-invasão.



Armitage
confessou: “eu não recolhia recibos de gastos dele, e ele não
gostava da cobrança, por isso deixamos de financiá-lo”;
e depois:
“ele havia convencido a todos, pelo menos até o escritório do vicepresidente
(Dick Cheney)”.


Portanto, até o momento descobriu-se que o Departamento de
Estado dos Estados Unidos estava financiando o Congresso
Nacional do Iraque, o partido político exilado de Chalabi,
preparando-o para assumir o poder pós-Saddam Hussein.



Mas a
grande revelação veio a seguir, quando Armitage foi questionado
sobre de que maneira Chalabi havia “convencido a todos”.



Nas
palavras do subsecretário de Estado: “Quando você fala às pessoas
o que elas querem ouvir, que você irá reconhecer Israel, que
aceitarão bases estadunidenses no Iraque e que existirá uma nação
democrática no Oriente Médio, que pode mudar toda a estrutura da
região, a história se torna como um encanto de uma sereia”,
disse
Armitage.

Dessa forma, a promessa era de que o novo Iraque,
liderado por Ahmed Chalabi, reconheceria Israel e se tornaria o
segundo grande aliado estadunidense no Oriente Médio. Ao fazer o
enorme favor de colocar um político exilado no poder, pode-se
imaginar que tipo de negócio teria a Casa Branca com a “nova
democracia” em relação às reservas de petróleo.
Compreendendo dessa maneira, torna-se mais fácil entender certas
declarações de políticos estadunidenses, como o senador Ernest
Hollings, que ainda em 2004 afirmou:

“nós invadimos o Iraque para
dar segurança a Israel”, e que “todos nós sabemos disso”.


Ele ainda
identificou três peças vitais do governo estadunidense para colocar
em prática o plano: os judeus Richard Perle, presidente do conselho
de política do Pentágono, e Paul Wolfowitz, vice-secretário da
Defesa.



Hollings sofreu pressões no senado estadunidense para
calar-se, e deixou isso claro ao assegurar que “ninguém quer falar o
que acontece, devido às pressões políticas que recebemos”.
Obviamente, Hollings se referia aos lobbys sionistas internos,
responsáveis por adequar a política estadunidense aos interesses
do “lar nacional judaico”.

Os planos sionistas para atacar
o Iraque não eram recentes –
assim como o papel de Ahmed
Chalabi.



Em 1996, o Instituto
Judaico para Assuntos de
Segurança Nacional (conhecido
como Jinsa), que declara como

seu interesse “garantir uma efetiva política de segurança para os
Estados Unidos”,
admitia: “O Jinsa tem trabalhado em estreito
contato com o líder do Congresso Nacional do Iraque, Dr. Ahmed
Chalabi, a fim de promover a remoção de Saddam Hussein”.



Antes
da invasão ao país, um grupo de sionistas mantinha o seu próprio
serviço de inteligência dentro do Pentágono.



Conhecido como
Escritório de Planos Especiais, era administrado por Douglas Feith,
subsecretário da Defesa, oponente a qualquer paz negociada com
os palestinos.



Foi esse braço do Pentágono que incitou muitos dos
boatos sobre as “armas de destruição em massa” do Iraque.
Freqüentemente, a fonte original era o Estado de Israel.
Por muitos anos, presidentes estadunidenses de ambos os partidos
estiveram firmemente empenhados pela “segurança de Israel”.



Essa
política representa uma expressão do poder sionista israelense na
cultura política dos Estados Unidos.



Foi esse fervoroso apoio a
Israel – partilhado não só por George W. Bush, mas pelo alto
escalão da Casa Banca e por quase todo o Congresso – que se
revelou crucial na decisão de invadir o Iraque e submeter um dos
maiores inimigos regionais do estado sionista. 


Rabinos incitam discriminação e
assassinatos
Bombardeios contra áreas civis, anexação de terras privadas
palestinas e assassinatos de inocentes se tornaram eventos
costumeiros nos territórios ocupados da Palestina.

Entretanto,
quando rabinos influentes convocam abertamente a total
aniquilação dos palestinos, a comunidade internacional poderia dar
uma atenção mais expressiva à conduta do “lar nacional judaico”.
“Todos os palestinos deveriam ser mortos: homens, mulheres,
crianças e até mesmo os seus animais”.


Essa foi a opinião emitida
em meados de abril, durante a semana religiosa judaica, pelo rabino
Yisrael Rosen, diretor do Instituto Tsomet, uma entidade religiosa há
muito tempo estabelecida nas colônias judaicas da Cisjordânia, freqüentada por soldados e estudantes.


Ao mesmo tempo, Dov Lior,
principal rabino de Kiryat Arba e presidente do conselho de rabinos
Yesha, que operam nas terras invadidas por Israel após a guerra de
1967, emitiu uma lei proibindo que judeus empreguem árabes ou
aluguem a eles imóveis na Palestina.

Recentemente, diversos
rabinos emitiram resoluções semelhantes para que se apliquem tais
leis em Israel.

Segundo eles, “há provas evidentes na Torá que
justificam a posição”.

Em uma entrevista publicada no
jornal israelense Haaretz, em
26 de março, o rabino Dov Lior
explicou que “como se trata de
uma questão de colocar almas
judaicas em perigo, é
completamente proibido

empregá-los [os árabes] e alugar casas a eles em Israel, não
somente em yeshivás [instituições judaicas para estudo da Torá e
do Talmud], mas também em fábricas, hotéis e qualquer outro
lugar”
.



O outro rabino, Yisrael Rosen, uma autoridade capaz de
emitir decretos para a comunidade judaica, explicou que “o povo
palestino é como a nação dos Amaleques, que atacaram tribos
israelitas a caminho de Jerusalém”
.

Interpreta ainda que Deus
haveria enviado na Torá (que constitui o texto central do judaísmo)
“leis que permitiam aos judeus matar os Amaleques”, e que “essas
leis são reconhecidas na jurisprudência judaica”.

Citando
diretamente da tradição judaica: “Assim diz o Senhor dos Exércitos:
Castigarei a Amaleque pelo que fez a Israel. Vai, pois, agora e fere
a Amaleque, destrói totalmente a tudo o que tiver; nada lhe poupes;
matarás homem e mulher, meninos e crianças” (I Samuel
15:2,3,7,8).
A perseguição ao povo palestino é justificada por escrituras
religiosas pelo Estado de Israel.

Nos últimos tempos, tornou-se
comum a intensificação de certos decretos religiosos extremistas
quando as instituições oficiais políticas se encontram em crise.

Um
conhecido exemplo foram as leis do rabino Meir Kahane, na década
de 1980, para justificar a expulsão de civis palestinos das terras
invadidas por Israel.

Na prática, Israel encoraja qualquer movimento
que agrida palestinos.

Porém, o que sustenta e torna influente essa
retórica racista, acima de tudo, é o completo silêncio do povo
israelense – e o pior, da comunidade internacional.



sábado, 26 de abril de 2008

SANGUE POR PETRÓLEO DO IRAQUE

















Na “Nova Cruzada” de George W. Bush, pouco se comenta sobre as
vítimas dos ataques estadunidenses.

Tal realidade não representa
simplesmente um “dano colateral” da frustrada “Guerra Contra o
Terrorismo”, como a mídia ocidental insiste em explicar.



As vítimas da “Nova Cruzada”


Enquanto bombas continuam a cair sobre os territórios marcados
pela “Nova Cruzada” de George W. Bush, pouco se comenta sobre
as vítimas civis dos ataques estadunidenses.

Fato é que o número
delas é incalculavelmente maior do que de supostos “terroristas”.
Tal realidade não representa um “dano colateral” da frustrada
“Guerra Contra o Terrorismo”, como a mídia ocidental insiste em
explicar, mas sim a sua verdadeira natureza.
Não é mais novidade que a maioria dos invasores, militares ou não,
são destituídos de qualquer noção sobre inimigos e aliados.

Isso se
torna ainda mais evidente e perigoso quando “pilotos” de veículos
aéreos não tripulados em uma base em Las Vegas (nos Estados
Unidos) são escalados a conduzir missões pelo Iraque, Afeganistão,
Somália e áreas tribais do Paquistão, derrubando mísseis sobre
residências de “homens suspeitos”.

Um exemplo evidente
aconteceu em 23 de março desse ano, em Baquba, no norte do
Iraque, em que 16 pessoas de uma mesma família (homens,
mulheres e crianças) foram mortas por um veículo aéreo não
tripulado estadunidense.

Segundo a história oficial, produzida pelos
militares, “homens suspeitos armados abriram fogo”.

Na realidade,
tratava-se do fim de uma festa de casamento, enquanto a família
comemorava o que poderia ser um dia de paz em tantos anos de
injustiças e incertezas.

Fato é que, não importa o quão “preciso” as
“armas inteligentes” possam ser, guerras aéreas sempre foram – e
continuam a ser – o meio mais duvidoso e devastador de se
conduzir uma guerra.
No terreno montanhoso do Afeganistão, e mais recentemente no
Iraque, além de escassas incursões ilegais em áreas tribais do
Paquistão, o uso desse “poder aéreo” tem aumentado.

Desde os
últimos meses de 2007, o número de vítimas civis também voltou a
crescer, simultaneamente às operações militares estadunidenses
sem o uso da força aérea, que se tornaram inexistentes.

Isso
significa mais “erros de precisão”, e mais “investigações” sobre as
mortes de “insurgentes” e “militantes” que, em solo, parecem se
transformam em crianças, mulheres e idosos tentando levar uma
“vida normal” em meio ao caos criado pela invasão do país.
Um dos resultados naturais dessa violência alheia é que uma força
gera uma resistência.

O uso desnecessário de força, especialmente
a imprecisão dos bombardeios aéreos, é um gerador de inimigos.
Toda vez que um bombardeio é ordenado, sabe-se que em
decorrência existirão maridos, esposas, irmãos e irmãs de luto,
atrás de vingança

– uma verdadeira união de potenciais candidatos
consumidos pela fúria de uma genuína injustiça.

De acordo com o
estudo do conceituado jornal médico britânico The Lancet, a única
análise científica realizada sobre o número de civis mortos no
Iraque, desde a invasão do país, conta com
“pelo menos 655 mil
civis iraquianos mortos como resultado direto da invasão e
ocupação do país”, desde 2003.

Outro estudo com credibilidade,
mais atualizado em termos de data, realizado pela
organização
britânica Opinion Research Business
, anunciou em setembro de
2007 que
“cerca de 1,2 milhões de pessoas foram mortas como
resultado da guerra”.

Considerando isso, é difícil de imaginar todas
as conseqüências dessa devastação.

Isso constitui algo implacável:
inocentes foram mortos e talvez
não tenham estado nos planos,
talvez não foram assassinados
com intenção, mas os
criminosos são responsáveis de
qualquer maneira – isso é

incontornável.

Mesmo se os culpados se recusarem a reconhecer
isso (e é o que acontece com os militares estadunidenses),
aqueles
que sofrem as conseqüências nunca esquecerão o que realmente
aconteceu.

E essas vítimas sem rostos, sem nomes, são
simplesmente esquecidas em meio às centenas de notícias e
propagandas militares disseminadas pela mídia ocidental – mais
uma vez abandonados pelos causadores de toda a tortura.
Afinal, o que não sabemos, ou não nos importamos de saber, outros
podem saber e se preocupar intensamente.


Quem esquece quando
um ente querido é inesperadamente morto?

Certamente muitos
estão contando cada corpo deixado para trás pela máquina de
destruição em massa que é o exército dos Estados Unidos.

É
intrigante que as vítimas do 11 de setembro se consideram
especiais, mas eles não são os únicos que perderam suas vidas por
um ataque aéreo.

Portanto, as famílias e conhecidos daqueles
classificados como “dano colateral”, os mais de 650 mil deles,
sabem muito bem o que e porque aconteceu.

E toda ação tem uma
reação. 




As vítimas da “Nova
Cruzada”
Sangue por petróleo resume a ocupação do Iraque

quinta-feira, 24 de abril de 2008

A HONRA DO LÍBANO

Norman Finkelstein - Hezbollah, the Honour of Lebanon
Norman Finkelstein, a Jewish American political scientist and author, specializing in Jewish-related issues and the Israeli-Palestinian conflict in particular talks about the Lebanese militia Hezbollah and openly supports and praises their resistance:
"They (Hezbollah) show courage, they show discipline, I respect that "On Israeli defeat and consequential withdrawal from Lebanon in 2000, Finkelstein says:
"But the reality was -- and everyone understood it -- that the Israeli attitude was:
We are going to knock out Hizbullah.
They began planning for a new war right after they were forced to leave in 2000.
They found their excuse, their pretext, in July 2006, but there is no question among rational people that Israel was never going to let the Hizbullah victory go by."
"There is no way that the United States and Israel are going to tolerate any resistance (to their hegemony) in the Arab world."
On the damage caused to Lebanon as a result of the resistance:
"It's better to die on your feet than to walk crawling on your knees....how can I not respect those (Hezbollah) who say they would rather die on their feet?
How can I not respect that?"
Finkelstein then goes on to slam the stances taken by some sell out Arabs who continue to admire George Bush like 'Servants' despite Bush being the man behind the carpet bombing of Lebanon and says that Bush should be classified as 'persona non grata':
"Who (would) roll out the red carpet less than two years after your whole country was destroyed by them (the US)? "
"You (sell out-arabs) have NO self respect"---------------------------------------------------
How Hezbollah achieved victory over Israel
Part 1: The Intelligence War
Part 2: The Ground War
Part 3: The Political War
Duração: 09:46

A RESISTÊNCIA DO POVO IRAQUIANO

“A resistência é cem por cento iraquiana”

`Al-Quds al-Arabi`- CSAweb (www.nodo50.org/csca)
A resistência parte da idéia de libertação nacional, não da lealdade a uma determinada figura

A resistência é uma realidade sobre a qual todos estamos curiosos, mas muitos querem saber quem são vocês.


A resistência é 100% iraquiana.

Abarca diferentes correntes e pessoas de distintas profissões: intervêm nela o Partido do Movimento Islâmico, o Partido Ba'az, nasseristas, setores do exército e da polícia, médicos, engenheiros, docentes, artistas, desportistas, estudantes e camponeses, inclusive, há um amplo apoio de iraquianos sunitas, xiitas, árabes e curdos.

Portanto, não é correto que se falem de Bin Laden ou de qualquer outro sem que isto signifique questionar sua Jihad (Guerra Santa).

Nós iraquianos temos capacidade e possibilidade de lutar e não necessitamos de forças que, além disso, estão cercadas no Afeganistão.

Nosso desejo é que os ianques e os britânicos sejam derrotados em todas as partes.


Mas isto não afetará o movimento (da resistência)?


Quando dissemos que o povo está conosco, não quer dizer conosco dentro da organização.Está conosco no sentido de que nos facilita o passo, o movimento. Porém a organização encontra-se estruturada de tal maneira que uma célula (ou um grupo) está a salvo caso sejam detidos membros de outra (ou de outro grupo).


Quantos resistentes foram detidos?


Nenhum.Todos os detidos (pelas forças de ocupação) são do povo, mas nenhum deles está vinculado à resistência.


Alguns civis caíram vítimas em algumas operações. Como isso pode ser explicado?

Só temos atuado contra as forças criminosas de ocupação, e não temos atacado a nenhum civil.


Que papel desempenham Saddam Hussein e Izzat Ibrahim al-Duri1?


A direção da resistência aprecia o papel militante de ambos, mas a resistência parte da idéia de libertação nacional, não da lealdade a uma determinada figura.


Enfrentamentos no campo xiita


Qual é a sua opinião sobre o assassinato de Baker al-Hakim2?

Há uma luta interna recaldada entre os clérigos xiitas pelo controle da al-Hawza3 e por ganhar influência, que foi o que conduziu ao assassinato de al-Hakim, dias depois que retornara ao Iraque com as forças de ocupação.

Al-Hakim era um colaboracionista dos ocupantes e trabalhava para os serviços secretos ianques e britânicos desde muito tempo. Segundo a informação de que dispomos, foi um grupo vinculado ao Irã que o matou. Não é o momento adequado para revelar o nome do grupo.


O Conselho Governativo faz parte de seus objetivos militares?


Todos os que colaboram com a ocupação são traidores e, portanto, objetivos legítimos de nossa luta, tal como estipulou o editor religioso, fatwa (sentença de morte proferida contra um inimigo do islamismo).


Além de vocês há alguma outra parte implicada na resistência?


Sim há. Porém, 95% das operações foram levadas a cabo por nós mesmos: entre 32 e 40, diárias, que deixam uma média de 12 soldados ianques e britânicos mortos.


Por que a impressão de que somente há resistência na zona sunita?


O Iraque é um só país e temos nossa maneira de eleger o momento e o lugar adequados para realizar nossas operações.



O Iraque é para todos: árabes, curdos e turcomanos; sunitas e xiitas.

Nos próximos dias vamos ampliar nossas ações a cidades como as-Sulaymania, Arbil, Dahuk, Anajaf, Amara e a as-Samwa.


Existe uma direção central da resistência?


Sim. Existe e tem um plano elaborado com minúcias e realismo para dirigir as operações militares em todo Iraque.


Que opinião tem sobre as últimas declarações de Mohamed Said as-Sahaf4 sobre os dias da guerra e do que ocorria então?


Se supõe que há determinados segredos que não se podem revelar antes que passe certo tempo, e o irmão as-Sahaf o sabe muito bem, mas desconheço seu ponto de vista ao decidir revelá-los em público. Eu pessoalmente não estou contra ele, porém alguns membros da direção (da resistência) pensam que deveria ter guardado silêncio sobre determinados assuntos, sobretudo porque a cadeia árabe de TV que emitiu suas declarações está a serviço das forças de ocupação.


Qual é a sua avaliação da postura da Síria e do Irã?


A Síria não ganhou nada depois de haver guardado estes traidores e espiões5, e de ter financiado, do mesmo modo que o fizeram Kuwait, Arábia Saudita, Irã e Jordânia, além do Reino Unido. O Irã não se enfrentará nem com USA nem com Israel6. O Irã conspirou contra os taleban e contra o Iraque, dando resposta às demandas ianques. A denúncia ianque sobre o desenvolvimento de armas de destruição em massa no Iraque é uma mera encenação. Não há nenhum regime árabe ou não-árabe vizinho ao Iraque que apóie a resistência iraquiana.


E sobre a posição da Jordânia?


Não vale a pena mencionar o esquálido regime jordaniano: esteve distraindo o Iraque nos primeiros dias da agressão ao permitir a entrada de unidades do exército ianque através de suas fronteiras. Este regime entregou militantes da Arábia Saudita ao USA para que se enfrentem até a morte, e agora se dedica a interrogar iraquianos (exilados) para obter informação sobre a resistência e entregá-la aos ianques.


E sobre os países do Golfo?


Sempre apoiaram o ocupante. São os que estão alimentando as forças de ocupação. Nestes países há forças patrióticas, nacionalistas e islamitas, mas estão reprimidas.(...)


E com que apoio conta a resistência, então?


Contamos com ajuda de Deus, com o apoio do povo iraquiano e esperamos que com a do povo árabe e de suas forças, com as do mundo muçulmano e com as de todos aqueles povos livres do mundo que estão ao lado da luta do povo do Iraque. Só necessitamos de gestos como o boicote aos produtos do USA, Reino Unido, Israel e dos países que participam na ocupação de nosso país, como Espanha, Polônia e Itália, ou o Japão, se chegar (finalmente) a mandar tropas. Também pedimos que se boicote aos traidores.




21 de novembro de 2003


1 Izzat Ibrahim ad-Duri, vice-presidente do Conselho da Revolução do Iraque no momento da ocupação do país, e ainda não detido, recentemente foi apresentado pelo Pentágono como coordenador das ações da resistência iraquiana. Doente de leucemia (o que limita a credibilidade de que possa ser um eficaz coordenador da resistência), o Pentágono oferece 10 milhões de dólares por sua captura. No dia 26 de novembro as tropas de ocupação detiveram em Sumarra sua mulher e uma de suas filhas.

2 Baker al-Hakim, dirigente do Conselho da revolução Islâmica no Iraque, estabelecido no Irã até seu regresso ao Iraque, representava os setores convictos xiitas favoráveis à invasão do Iraque, havendo participado nas reuniões mantidas no transcurso do ano anterior com representantes da administração Bush. Al-Hakim morreu num atentado em Najaf em 29 de agosto, junto a mais de 100 pessoas.

3 Máxima instituição religiosa xiita.

4 Mohamed Said as-Sahaf – ministro da Informação no momento da invasão do Iraque (antes o foi de Exteriores) –, reiterou as considerações vertidas depois da ocupação por alguns meios árabes de que certos altos mandos militares (da Guarda Republicana, concretamente) e dos serviços de informação iraquianos haviam feito pacto com o USA, não opondo resistência militar a invasão, concretamente em Bagdá.

5 Parte da oposição iraquiana ao deposto regime estava assentada na Síria.

6 O presidente iraniano Jatamí recebeu no dia 10 de novembro a Jalal Talabani, presidente de turno do Conselho Governativo iraquiano, e a outros nove membros desta instância designada por Bremer, no que supõe um reconhecimento oficial por parte do Irã (Europa Press, 24/11/ 2003).

http://www.anovademocracia.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=942&Itemid=62

quarta-feira, 23 de abril de 2008

ANOS DE HERÓICA RESISTÊNCIA IRAQUIANA

“Que todos vocês protejam a terra natal e se engajem na resistência”
“Não os deixem tomar seu petróleo e sua riqueza.”

“Eu os convoco, filhos do Iraque, a transformar as mesquitas em centros de resistência e a garantir o triunfo da religião, do Islã e da pátria, e a fazer o inimigo sentir que vocês o odeiam por meio de palavras e de ato”




«Tiraram-nos tudo, já não temos nada a perder!»


Cinco anos de resistência antiimperialista
Iraque: Cinco anos de resistência antiimperialista



Em março de 2003, o Iraque foi invadido pelo USA.
Os ianques afirmaram que a guerra seria rápida e que a democracia voltaria a reinar no Iraque.
Armas de destruição em massa e terroristas seriam encontrados e o país voltaria à normalidade.
Cinco anos depois, nem armas nem terroristas foram encontrados.
A resistência segue, dia após dia, golpeando as forças invasoras de Bush e sua corja de assassinos já não têm de onde tirar mentiras para justificar o fracasso da ocupação.


Após dois anos de intensa contrapropaganda, em 20 de março de 2003, forças de uma "coalizão", formada pelo USA e pela Inglaterra — que segundo eles, tinha 49 países
1 —, invadiram o Iraque, a partir do Kuwait.
Os invasores levariam a paz, a democracia e a independência ao Iraque, pelo menos na teoria deles.

A campanha difamatória começou após o "11 de setembro de 2001".
As organizações estadunidenses sem fins lucrativos, Centro da Integridade Pública e Fundo para a Independência do Jornalismo, realizaram um estudo sobre essa campanha, divulgado em janeiro deste ano.
Segundo as organizações, Bush e autoridades de seu governo emitiram 935 declarações falsas sobre a ameaça do Iraque à segurança do USA.
Para as organizações, tudo fazia parte de uma campanha para direcionar a opinião pública a aceitar a invasão do Iraque.

Diante da iminência do ataque ao povo iraquiano, milhares de pessoas, em todo o mundo saíram às ruas.
Bagdá, Londres, Istambul, Madrid, Islamabad (Paquistão), Roma, dentre outras cidades, reuniram cerca de 10 milhões de pessoas nas ruas, em fevereiro de 2003.
No final de março e início de abril, logo após a invasão, grandes manifestações sucederam-se no Brasil, Espanha, Alemanha, Líbia, Paraguai, Argentina, USA, Grécia, etc.
Em abril de 2003, as forças invasoras chegaram a Bagdá.
A estátua do presidente Saddam Hussein foi derrubada e os ianques declararam o controle sobre o país.
Em maio do mesmo ano, Bush declarou o fim da guerra, apesar de manter cerca de 150 mil soldados ianques e um conselho — escolhido a dedo pelos ianques, em junho — para gerir a situação no país.

A farsa do julgamento de Saddam

No dia 13 de dezembro de 2003, com grande pompa, os ianques anunciaram a prisão de Saddam Hussein.
Era o início de uma das maiores farsas já vistas na história.

Saddam, delatado por uma pessoa próxima a sua família, foi encontrado em Tikrit, sua cidade natal.
Ele estava dentro de um buraco, em um depósito.
O administrador ianque no Iraque, Paul Bremer, afirmou que a prisão de Saddam representaria o início de um novo Iraque.
Bremer acreditava que, com a prisão de Saddam, a resistência acabaria.
Grande engano.

No dia 19 de outubro de 2005 teve início a farsa montada para julgar Saddam.
Diante da alegação da defesa de que não pôde se reunir com os acusados, o julgamento foi adiado para 28 de novembro.

O julgamento foi cercado de terror.
No final de outubro de 2005, um dos advogados de defesa de Saddam foi assassinado.
Na primeira semana de novembro ocorreu o segundo assassinato.
O terceiro assassinato ocorreu em junho de 2006, o corpo foi encontrado com sinais de tortura.
No reinício do julgamento, em dezembro de 2005, Saddam se negou a comparecer, classificando o julgamento de "farsa inventada pelo USA".
No final de dezembro, Saddam compareceu ao julgamento e denunciou torturas sofridas na cadeia, além de afirmar em alto e bom som que ainda era presidente do Iraque.

Em janeiro, o juiz responsável pelo caso foi afastado por ser considerado condescendente com Saddam.
No mês seguinte, como protesto, a defesa não compareceu às audiências.
Ainda em fevereiro, Saddam iniciou uma greve de fome, em protesto ao julgamento.

Todas as vezes nas quais compareceu ao julgamento, Saddam chamou a atenção por sua postura firme e decidida.
Ele afirmou veementemente que, mesmo com a invasão, ele ainda era o Presidente do Iraque e conclamou todos os iraquianos a resistir de forma armada à ocupação ianque.

Em 05 de novembro de 2006, o tribunal ilegal e ilegítimo que foi instituído para julgar Saddam o condenou à morte na forca.
Quase 13 meses depois, terminava o circo montado na tentativa de minar a resistência iraquiana.
Saddam comportou-se como um legítimo representante das forças progressistas que lutam no Iraque.
Ao receber a sentença, bradou:
"Vida longa ao povo! Vida longa à nação árabe! Morte a nossos inimigos".

Ao contrário do que esperavam os ianques, a resistência não deixou de agir um só dia, durante e após o julgamento e execução de Saddam.

Crimes de guerra

Além de ocupar ilegalmente o Iraque, os invasores seguem cometendo crimes contra a população civil e contra o país.
Após a ocupação, milhares de pessoas, incluindo jovens, idosos e mulheres foram e continuam sendo presos, torturados e executados.
É prática habitual nas prisões mantidas pelos invasores vendar os olhos e amarrar as mãos nas costas dos detidos, para juntá-las com os pés durante dias e colocar a pessoa em um cubículo de madeira, dentro de um pequeno buraco escuro.
As vendas não são retiradas dos olhos nem para que os presos comam, o que só podem fazer por dez minutos.
A comida é pouca e de má qualidade.

Várias pessoas foram torturadas até a morte, principalmente antigas lideranças políticas e membros do governo anterior à invasão.
A tortura é cotidiana nos centros de detenção ou cadeias clandestina dos novos corpos de segurança iraquianos.
Também não são raras as detenções e torturas em massa.
Estima-se que mais de 250 mil iraquianos foram presos sem motivo.
O número de mortos, segundo a organização Opinion Research Business, com sede em Londres, é de mais de um milhão de iraquianos.

Milhares de pessoas têm procurado, com muita dificuldade, refugiar-se em outros países.
O número de refugiados é desconhecido, mas organizações de direitos humanos iraquianas estimam que este número ultrapasse a cifra dos 500 mil.
Com o estabelecimento dos novos "corpos de segurança" iraquianos se formaram os esquadrões da morte.
Eles têm escolhido seletivamente seus alvos, tentando minar a base de apoio da resistência pelo medo.
Seus alvos são personalidades civis, professores e, principalmente, profissionais da saúde.
Mas também assassinam simples cidadãos e atuam pilhando e destruindo o patrimônio cultural iraquiano.

Mercenários

Mercenários são soldados que lutam junto a um exército regular mediante pagamento.
Hoje, estima-se que 10% de todo o efetivo militar que atua no Iraque seja composto por mercenários.
Os mercenários são contratados por empresas ianques que ganham rios de dinheiro com este serviço, que não passa por qualquer tipo de licitação.
As empresas escolhem países pobres como destino do recrutamento.
Brasil, Chile, El Salvador, Colômbia, Turquia, Nepal, Indonésia estão entre os países preferidos pelos recrutadores.
A promessa é sempre a mesma: ganhar cerca de sete mil dólares por mês.
A tarefa, vigiar instalações militares, campos de treinamento e fazer a segurança do exército ianque (para quê um exército precisa de seguranças?).
Os recrutadores atuam ilegalmente em todos os países.
No Brasil, em 2005, foi descoberta uma rede ilegal de contratação.
Eles atuavam sem os registros exigidos.
Até mesmo no USA, os recrutadores atuam buscando imigrantes ilegais e a parcela pobre da população, prometendo aos primeiros a legalização no país e aos segundos a chance de uma carreira universitária.
A questão é que o grande número de soldados que têm voltado para o USA em sacos plásticos fez aumentar a repulsa da população à guerra.
Famílias inteiras se viram desintegradas por uma guerra injusta.
Além do fato de metade do efetivo treinado para atuar no Iraque acabar desertando ou servindo à resistência.

Das empresas alistadoras, destaca-se a Hallyburton — empresa ligada à exploração petrolífera — que é umas das que mais têm lucrado com a guerra no Iraque.
As ianques Caci e TitanCorp são outras que atuam no Iraque, fazendo os trabalhos sujos da prisão de Abu Graib.

A resistência

A resistência dos iraquianos à invasão começou muito antes da invasão propriamente dita.
Após a Guerra do Golfo, em 1990, o Presidente Saddam Hussein, certo de que o país poderia ser alvo de uma nova investida imperialista, realizava treinamentos militares três meses por ano, destinados a toda a população.
Com a iminência da ocupação, milhares de iraquianos contrários ao governo de Saddam retornaram ao país para ajudar na resistência, certos de que não seriam impedidos de lutar pelo presidente.
O regime iraquiano relaxou a pena de todos os prisioneiros, exceto àqueles que cometeram crime de sangue.
Meses antes da ocupação, o governo abriu todos os depósitos de armas e as distribuiu à população.

A resistência iraquiana, que combate cotidianamente os invasores, é composta e financiada pelos próprios iraquianos.
Sami Alaa, da Aliança Patriótica Iraquiana, em entrevista ao AND (edição 24, abril de 2005), explicou que a Resistência dividia-se em três grupos:
1) aqueles ligados a algum partido político: militantes baathistas, pan-árabes, socialistas, comunistas patrióticos;
2) Oficiais e soldados do antigo exército e polícia iraquianos, que não depuseram as armas e continuaram combatendo. Segundo ele, este grupo é o que realiza as ações mais planejadas e com mais recursos;
3) o terceiro grupo é formado por militantes sunitas, xiitas e até cristãos, mas não passam de 10% de toda a resistência, são organizados local ou regionalmente e não são leais a uma pessoa ou partido.

O certo é que a resistência utiliza habilmente todas as armas das quais dispõe.
Utiliza a tática de guerra de guerrilhas, fustigando o inimigo e se abastecendo de armas e munições do oponente.
Além de atacar pontos estratégicos para os ocupantes, criando um clima de instabilidade permanente.
Os alvos preferidos da resistência são redes de oleodutos — para evitar a pilhagem do petróleo iraquiano —, estradas, postos militares, bases e todos os locais de concentração das forças de coalizão.
De acordo com dados do Pentágono, de 2005, as ações da resistência aumentaram 30% em relação ao ano anterior.
São cerca de mil ações diárias, sendo que apenas 1% são ataques suicidas ou carros-bomba, que a resistência não reconhece como próprios.

Faluja

Faluja, a 60 km de Bagdá tem sido um bastião da luta contra a ocupação ianque.
Uma parte considerável da resistência se concentrava em Faluja e os ocupantes e seus governos fantoches não conseguiam manter instituições na cidade.
Os invasores consideravam-na como o centro do "terrorismo" e garantiam que ali estavam entrincheirados membros da resistência.
Em 2003, a cidade foi palco das maiores manifestações e combates contra a ocupação.
Em abril, a população da cidade tomou as ruas para lutar contra a ocupação.
Após o domínio de Bagdá, outras grandes manifestações e combates foram reprimidos pelos invasores.
Faluja sofreu intensos bombardeios em abril e novembro de 2004.
Os ataques destruíram cerca de 80% da cidade e deixaram mais de cinco mil mortos.
Em 2004 os ocupantes ameaçaram destruir toda a cidade se os moradores não denunciassem os militantes da resistência.
Mas, pelo que tudo indica, ninguém foi delatado.
Mesmo após os ataques, a resistência continuou ativa e os ianques não conseguiram dominar por completo a cidade.

Em 2005, o Pentágono afirmou ter usado fósforo branco nos combates de 2004.
Ainda hoje mais da metade dos habitantes de Faluja enfrenta problemas com água poluída, falta de eletricidade, fome, frio e desemprego.
Os invasores seguem utilizando fortes medidas de segurança.
Por mais que sigam prendendo coletivamente, assassinando, decretando toque de recolher e cortando a água e luz em Faluja, seus moradores não se entregam e seguem como um grande exemplo da heróica resistência iraquiana.

O que todos se perguntam é até quando durará a guerra no Iraque.
Pela capacidade de renovação da resistência, pelo desgaste das tropas ianques e pela repulsa mundial à invasão, é certo que a guerra durará até que os ianques retirem suas tropas, suas instituições e todos que chegaram com a ocupação — terroristas, milícias, mercenários, etc — do Iraque.
A resistência jamais entregará as armas e desistirá de defender seu povo e seu país dos invasores.

Os números da invasão

Mais de um milhão de iraquianos mortos pela ocupação
2,5 milhões de refugiados internos
2,2 milhões de refugiados no exterior, principalmente na Síria
24 mil iraquianos presos sob controle ianque
400 mil iraquianos presos sob controle dos colaboracionistas
43% da população vivendo em extrema pobreza (menos de 1 dólar por dia)
70% dos adultos estão desempregados
metade das crianças com menos de 5 anos sofre de algum tipo de subnutrição
70% da população não tem acesso a água potável
80% da população não é servido por sistema de esgoto
800 mil estudantes sem escola primária
220 mil crianças em idade escolar refugiadas e sem escola
300 professores universitários assassinados
2 mil médicos assassinados e outros 17 mil abandonaram o país
2 horas por dia é o período de fornecimento de energia elétrica, incluindo Bagdá
1. Informações do Global Policy Forum — www.globalpolicy.org