sábado, 26 de abril de 2008

SANGUE POR PETRÓLEO DO IRAQUE

















Na “Nova Cruzada” de George W. Bush, pouco se comenta sobre as
vítimas dos ataques estadunidenses.

Tal realidade não representa
simplesmente um “dano colateral” da frustrada “Guerra Contra o
Terrorismo”, como a mídia ocidental insiste em explicar.



As vítimas da “Nova Cruzada”


Enquanto bombas continuam a cair sobre os territórios marcados
pela “Nova Cruzada” de George W. Bush, pouco se comenta sobre
as vítimas civis dos ataques estadunidenses.

Fato é que o número
delas é incalculavelmente maior do que de supostos “terroristas”.
Tal realidade não representa um “dano colateral” da frustrada
“Guerra Contra o Terrorismo”, como a mídia ocidental insiste em
explicar, mas sim a sua verdadeira natureza.
Não é mais novidade que a maioria dos invasores, militares ou não,
são destituídos de qualquer noção sobre inimigos e aliados.

Isso se
torna ainda mais evidente e perigoso quando “pilotos” de veículos
aéreos não tripulados em uma base em Las Vegas (nos Estados
Unidos) são escalados a conduzir missões pelo Iraque, Afeganistão,
Somália e áreas tribais do Paquistão, derrubando mísseis sobre
residências de “homens suspeitos”.

Um exemplo evidente
aconteceu em 23 de março desse ano, em Baquba, no norte do
Iraque, em que 16 pessoas de uma mesma família (homens,
mulheres e crianças) foram mortas por um veículo aéreo não
tripulado estadunidense.

Segundo a história oficial, produzida pelos
militares, “homens suspeitos armados abriram fogo”.

Na realidade,
tratava-se do fim de uma festa de casamento, enquanto a família
comemorava o que poderia ser um dia de paz em tantos anos de
injustiças e incertezas.

Fato é que, não importa o quão “preciso” as
“armas inteligentes” possam ser, guerras aéreas sempre foram – e
continuam a ser – o meio mais duvidoso e devastador de se
conduzir uma guerra.
No terreno montanhoso do Afeganistão, e mais recentemente no
Iraque, além de escassas incursões ilegais em áreas tribais do
Paquistão, o uso desse “poder aéreo” tem aumentado.

Desde os
últimos meses de 2007, o número de vítimas civis também voltou a
crescer, simultaneamente às operações militares estadunidenses
sem o uso da força aérea, que se tornaram inexistentes.

Isso
significa mais “erros de precisão”, e mais “investigações” sobre as
mortes de “insurgentes” e “militantes” que, em solo, parecem se
transformam em crianças, mulheres e idosos tentando levar uma
“vida normal” em meio ao caos criado pela invasão do país.
Um dos resultados naturais dessa violência alheia é que uma força
gera uma resistência.

O uso desnecessário de força, especialmente
a imprecisão dos bombardeios aéreos, é um gerador de inimigos.
Toda vez que um bombardeio é ordenado, sabe-se que em
decorrência existirão maridos, esposas, irmãos e irmãs de luto,
atrás de vingança

– uma verdadeira união de potenciais candidatos
consumidos pela fúria de uma genuína injustiça.

De acordo com o
estudo do conceituado jornal médico britânico The Lancet, a única
análise científica realizada sobre o número de civis mortos no
Iraque, desde a invasão do país, conta com
“pelo menos 655 mil
civis iraquianos mortos como resultado direto da invasão e
ocupação do país”, desde 2003.

Outro estudo com credibilidade,
mais atualizado em termos de data, realizado pela
organização
britânica Opinion Research Business
, anunciou em setembro de
2007 que
“cerca de 1,2 milhões de pessoas foram mortas como
resultado da guerra”.

Considerando isso, é difícil de imaginar todas
as conseqüências dessa devastação.

Isso constitui algo implacável:
inocentes foram mortos e talvez
não tenham estado nos planos,
talvez não foram assassinados
com intenção, mas os
criminosos são responsáveis de
qualquer maneira – isso é

incontornável.

Mesmo se os culpados se recusarem a reconhecer
isso (e é o que acontece com os militares estadunidenses),
aqueles
que sofrem as conseqüências nunca esquecerão o que realmente
aconteceu.

E essas vítimas sem rostos, sem nomes, são
simplesmente esquecidas em meio às centenas de notícias e
propagandas militares disseminadas pela mídia ocidental – mais
uma vez abandonados pelos causadores de toda a tortura.
Afinal, o que não sabemos, ou não nos importamos de saber, outros
podem saber e se preocupar intensamente.


Quem esquece quando
um ente querido é inesperadamente morto?

Certamente muitos
estão contando cada corpo deixado para trás pela máquina de
destruição em massa que é o exército dos Estados Unidos.

É
intrigante que as vítimas do 11 de setembro se consideram
especiais, mas eles não são os únicos que perderam suas vidas por
um ataque aéreo.

Portanto, as famílias e conhecidos daqueles
classificados como “dano colateral”, os mais de 650 mil deles,
sabem muito bem o que e porque aconteceu.

E toda ação tem uma
reação. 




As vítimas da “Nova
Cruzada”
Sangue por petróleo resume a ocupação do Iraque

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