segunda-feira, 8 de setembro de 2008

LAYLA ANWAR EM A VERDADE DO IRAQUE



Uma mulher de Bagdade responde aos médias dominantes



No tempo da ex-"Ditadura"
21 de Março de 2008
Layla Anwar
Fonte: blogue An Arab Woman Blues, via uruknet
Ilustração: obra da pintora iraquiana
Sundus Abdel Hadi intitulado "A batalha da Suméria" (2004)

A quem não o saiba lembramos que, sob a ex-ditadura, nós estávamos vivos e que, agora, somos apenas cadáveres...


Sob a ex-ditadura e durante e apesar de 13 anos de sanções desumanas, náo havia aqui guetos nem queríamos saber da seita religiosa de uns ou de outros, havia casamentos misturados, vizinhanças misturadas...
Podíamos sair à rua sem sermos crivados de balas pela milícia iraniana ou por alguma patrulha do exército,
não tínhamos barreiras de controlo, nem carros armadilhados, nem psicopatas da al-Qaeda, nem sadristas xiitas sectários de turbante e uniforme negro, não tínhamos de nos vestir à ninja, nem éramos violadas e ninguém nos atirava ácido à cara...
Éramos livres de ir rezar numa igreja ou numa mesquita, tínhamos os nossos empregos, as nossas casas, comida para os nossos filhos, os nossos hospitais funcionavam apesar das vossas sanções tirânicas (agora, 90% dos hospitais iraquianos têm uma falta absoluta de pessoal qualificado)...
As nossas estradas não estavam destruídas, as nossas pontes ofereciam travessias seguras, não tínhamos mulheres e crianças a pedir e a dormir pelas ruas, não tínhamos os 4,5 milhões de refugiados que temos agora, apinhados nas fronteiras ou a apodrecer nas tendas, tínhamos electricidade e água para beber, onde nunca encontrávamos vermes a flutuar...

Os nossos rios não eram vazadoiros de cadáveres nem os nossos jardins estavam transformados em cemitérios. As nossas crianças não eram vendidas nem traficadas. Os nossos professores universitários e investigadores (mais de 450 assassinados), médicos (500 assassinados) e outros técnicos (às centenas) não se exilavam nem eram mortos.
As nossas universidades ainda conseguiam produzir licenciados e as nossas escolas não eram atacadas com morteiros.
As nossas mulheres podiam conduzir, trabalhar, casar-se e divorciar-se à vontade...
No tempo da ex-ditadura, não tínhamos cerca de 100.000 presos sem julgamento, nem crianças sodomizadas nas cadeias, nem mulheres violadas por gangues em troca da libertação dos seus entes queridos...
No tempo da ex-ditadura, os nossos artistas, poetas, escritores, cantores e jornalistas (233 mortos desde 2003) não eram raptados nem assassinados...

"Under the former dictatorship, we were not rejects.

We still earned the respect of others.

Under the former dictatorship we had no mass corruption, no public thieves, no fraud...

Under the former dictatorship we had no Israelis, no Iranians and no Americans...

And sell out, treacherous Iraqis with foreign political agendas, were silenced, for the greater good.

Under the former dictatorship we had no 2 million widows, 5 million orphans, 4 million wounded, an X number of disappeared, we had no mass graves of a million plus murdered by Democracy.

Under the former dictatorship we were not considered the second most corrupt country in the world and the FIRST most dangerous country on earth...

Under the former dictatorship, we had a country called Iraq.

Under the former dictatorship we had a Life.

Under the former dictatorship, we were Free".


Texto integral (em inglês) em: http://arabwomanblues.blogspot.com/2008/03/under-former-dictatorship.html

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