terça-feira, 1 de julho de 2008

CINCO ANOS DE GENOCÍDIO NO IRAQUE



CINCO ANOS DE GENOCÍDIO NO IRAQUE
atualizado e Publicado em 22 de março de 2008 às 10:34
por ALTAMIRO BORGES
Às 23h35 de 19 de março de 2003, no horário de Brasília – ou 5h35 da madrugada 20 de março, no horário de Bagdá –, os EUA iniciaram o brutal bombardeio aéreo ao Iraque com o objetivo de invadir esta nação soberana.

Ao completar cinco anos desta tragédia, crescem as analises sobre os seus efeitos na geopolítica mundial.

Num discurso mentiroso, o presidente-terrorista George Bush defendeu a ação militar e a permanência no país por tempo indefinido.
“Remover Saddam Hussein do poder foi uma decisão correta. Esta é uma luta que a América pode e deve vencer. Os homens e mulheres que entraram no Iraque há cinco anos removeram um tirano, libertaram um país e resgataram inúmeras pessoas de horrores inomináveis”, vociferou o sádico “imperador”.

Esta visão doentia, difundida por boa parte da mídia venal até recentemente – agora, diante do desastre, ela muda o enfoque, mas não faz autocrítica –, felizmente hoje não corresponde mais à leitura da maioria dos estadunidenses e das pessoas amantes da paz e com maior senso crítico no planeta.

Cerca de 850 manifestações contra o bárbaro genocídio ocorreram nestes dias nos EUA, inclusive diante da Casa Branca – “para lembrar os sacrifícios de famílias e os bilhões de dólares gastos no Iraque, que podiam ser investidos no país”, informa a ONG Moveon.

Fruto da tragédia, Bush está totalmente isolado e caminha para uma humilhante derrota na eleição do final do ano.
Números horripilantes da invasão

Os números da bárbara invasão são horripilantes e reforçam a revolta frente ao “império do mal”.

Eles ajudam a entender a grave crise da economia ianque e a insatisfação do seu povo.

Nos cinco anos de ocupação, os custos militares chegaram a US$ 3 trilhões e já superam os gastos na guerra do Vietnã, segundo cálculo de Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia.
O plano criminoso de Bush de invadir o Iraque e rapidamente controlar suas riquezas petrolíferas revelou-se um fiasco.

Os 157 mil soldados da tropa regular, além dos 130 mil mercenários, não conseguiram dobrar a resistência da guerrilha iraquiana.

Até a semana passada, 3.983 militares estadunidenses tinham sido mortos e enviados em sacos pretos aos EUA – o que reforça a trágica lembrança do Vietnã.






Já as mortes, torturas e destruições no Iraque causam maior repulsa dos povos do mundo inteiro contra o imperialismo.

Estudos indicam que o número de mortes varia de 800 mil a 1 milhão de inocentes.

“Nós não fazemos a contagem de corpos”, disse, arrogante, o general Tommy Frank, que comandou a invasão.

Segundo a Cruz Vermelha, a situação humanitária no país é “uma das mais críticas do mundo”.
Milhões de iraquianos vegetam sem acesso à água tratada, saneamento básico ou atendimento à saúde. Mais de 4 milhões de pessoas, o equivalente a 16% da população do Iraque, vivem refugiadas em outros países da região, sem lares, sem presente ou futuro.

O imperialismo não é invencível
O saldo da invasão imperialista é devastador.

Mesmo assim, George Bush insiste em manter as tropas ianques por “tempo indefinido” e o candidato do seu partido, John McCain, promete mais “cem anos de ocupação”.

Já os democratas procuram “reciclar” a desgastada imagem do império, mas não ousam propor a imediata retirada.

Hillary Clinton inclusive votou a favor da invasão; Barack Obama promete deixar o Iraque, mas “após vencer a guerra”.

Como afirma Frei Betto, os EUA se afundam num novo Vietnã.

“Se ficar o bicho come, se correr o bicho pega”.

O fim da ocupação dependerá exclusivamente do aumento da pressão interna e internacional e da força da Resistência Iraquiana.

A guerra do Vietnã durou de 1958 a 1975; esta pode ser ainda mais longa.

É possível derrotar os planos expansionistas dos EUA.

O desastre no Iraque comprova que o imperialismo não é invencível.

O crescente desgaste dos senhores da guerra, dos neocons de Bush, e a grave recessão neste país revelam que o império está em declínio.

Para acelerar este processo, indispensável à paz no mundo e ao bem-estar da humanidade, é preciso reforçar as denúncias do genocídio e a solidariedade aos povos vítimas da ação imperial.

Ao lembrar os cinco anos da bárbara invasão, urge fortalecer o internacionalismo ativo no mundo – incluindo o Brasil.








O imperialismo não cairá de maduro; depende da ação enérgica e militante dos povos.

Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB e autor do livro “Venezuela: originalidade e ousadia” (Editora Anita Garibaldi, 3ª edição).





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