PERIGO NA AMAZÔNIA
Artigo publicado no jornal Monitor Mercantil em 27.03.2003.
Prof. Marcos Coimbra
Professor Titular de Economia junto à Universidade Candido Mendes, Professor na UERJ e Conselheiro da ESG.
Com o pretexto de combate ao narcotráfico, os americanos já estão na parte colombiana da floresta amazônica.
Artigo publicado no jornal Monitor Mercantil em 27.03.2003.
Prof. Marcos Coimbra
Professor Titular de Economia junto à Universidade Candido Mendes, Professor na UERJ e Conselheiro da ESG.
Com o pretexto de combate ao narcotráfico, os americanos já estão na parte colombiana da floresta amazônica.
Não é de hoje que a rica região amazônica brasileira é alvo da cobiça internacional.
A estratégia atualmente adotada pelos "donos do mundo" para conquistar a Amazônia não é pelo confronto direto e sim por via indireta, como, por exemplo, através da demarcação de terras indígenas.
Já existem precedentes bem conhecidos por todos nós, brasileiros.
Já existem precedentes bem conhecidos por todos nós, brasileiros.
Em 1850, os EUA já pregavam a ocupação internacional da região.
Em 1930, o Japão defendeu a tese de abrigar naquela área excedentes populacionais. Em 1949, a UNESCO sugeriu a criação do Instituto Nacional da Hiléia Amazônica, com funções executivas.
Em 1960, o Instituto Hudson defendeu a tese da criação de sete lagos na região.
Em 1992, a chamada ECO-92 (Conferência Internacional), realizada no Rio de Janeiro, avançou o processo.
A seguir, constatamos a realização, em maio de 1993, de manobras das Forças Armadas dos EUA, a menos de 100 km de nosso território, sob a desculpa de combate ao narcotráfico, ao mesmo tempo em que construíram gigantesca base aérea no Paraguai e adestraram uma divisão especial para combate na selva.
Em novembro de 1993, a ONU proclamou a Declaração Universal dos Direitos dos Índios, já preparando a criação da chamada "nação yanomami", a ser transformada posteriormente num "estado soberano".
Em novembro de 1993, a ONU proclamou a Declaração Universal dos Direitos dos Índios, já preparando a criação da chamada "nação yanomami", a ser transformada posteriormente num "estado soberano".
O Conselho Mundial das Igrejas, em seu documento "Diretrizes para a Amazônia", prescreve a internacionalização da área.
O ex-presidente François Mitterand declarou que "alguns países deveriam abrir mão de sua soberania em favor dos interesses globais".
O ex-presidente Gorbachev afirmou "O Brasil deve delegar parte de seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais".
O ex-vice-presidente dos EUA, Sr. Al Gore, bradou: "a Amazônia é um patrimônio da humanidade e não dos países que a ocupam".
E o homem da guerra do Vietnã, Sr. Henry Kissinger, enfatiza: "não devemos permitir que surja, ao sul do Equador, mais um tigre asiático".
Todos na linha da defesa da extinção do Estado Nacional Soberano brasileiro, da restrição da soberania, da reunião das nações indígenas, do desmonte das Forças Armadas brasileiras, da prevalência das questões ecológicas.
Qualquer semelhança não é mera coincidência.
E há "brasileiros" que estão de acordo com isto. Por muito menos Joaquim Silvério dos Reis passou à História como traidor.
Na atual conjuntura, o Brasil não tem nem poder nuclear, nem mais indústria bélica própria, enquanto os EUA e a Grã-Bretanha massacram um país soberano, sem o aval da ONU, contra a vontade dos seus aliados, de um grande número de norte-americanos e até do Papa.
Na atual conjuntura, o Brasil não tem nem poder nuclear, nem mais indústria bélica própria, enquanto os EUA e a Grã-Bretanha massacram um país soberano, sem o aval da ONU, contra a vontade dos seus aliados, de um grande número de norte-americanos e até do Papa.
No passado recente, a OTAN aniquilou um país soberano.
E amanhã?
Sabemos que numa guerra convencional não temos chance, só restando a guerrilha na selva, pois aos invasores não interessa a destruição das riquezas existentes através de bombardeios.
O senador republicano Paul Coverdell, presidente do subcomitê de relações exteriores do Senado norte-americano para assuntos do hemisfério ocidental, pregou, no dia 25.02.99, em Washington-EUA, a intervenção direta, de maneira unilateral, na América Latina, a pretexto de "proteger" a democracia.
O senador republicano Paul Coverdell, presidente do subcomitê de relações exteriores do Senado norte-americano para assuntos do hemisfério ocidental, pregou, no dia 25.02.99, em Washington-EUA, a intervenção direta, de maneira unilateral, na América Latina, a pretexto de "proteger" a democracia.
O senador afirmou que as ações da OEA (Organização dos Estados Americanos) na região têm sido insuficientes e chegou a afirmar que a América Latina atingiu um estágio em que golpes militares já não são aceitos.
De acordo com ele, os EUA "devem ir mais fundo no combate a golpes em câmara lenta, em que um líder eleito livremente esmaga a democracia em seu país".
Como exemplo, o senador citou Peru e Venezuela, onde, segundo ele, os presidentes Alberto Fujimori e Hugo Chávez teriam adotado medidas para concentrar o poder em suas mãos, passando por cima de controles constitucionais. As idéias de Coverdell serão difundidas no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, de tendência conservadora.
A história mostra que, ao longo do tempo, os EUA já realizaram diversas intervenções diretas militares, como no Panamá e Granada, mas a maior parte é feita através de ações indiretas, como, recentemente, no Paraguai e no Equador, quando ameaçaram impor sanções econômicas, chegando até a perspectiva de um bloqueio de comércio, a exemplo do ocorrido em Cuba, além de empregar na coação administrações caudatárias, como a do Brasil.
A história mostra que, ao longo do tempo, os EUA já realizaram diversas intervenções diretas militares, como no Panamá e Granada, mas a maior parte é feita através de ações indiretas, como, recentemente, no Paraguai e no Equador, quando ameaçaram impor sanções econômicas, chegando até a perspectiva de um bloqueio de comércio, a exemplo do ocorrido em Cuba, além de empregar na coação administrações caudatárias, como a do Brasil.
No Paraguai, o objetivo explícito era esmagar o general nacionalista Lino Oviedo, próximo de empalmar o poder, pois elegeu, com seu apoio, o candidato vencedor, obrigado a renunciar.
No Equador, chegaram a derrubar, em questão de horas, a junta constituída após a renúncia formal do presidente deposto, depois de "dolarizar" a economia, para mantê-la.
Contam com a cumplicidade, a subserviência, a vassalagem de grande parte das elites dos países periféricos.
Contam com a cumplicidade, a subserviência, a vassalagem de grande parte das elites dos países periféricos.
Por intermédio dos "neoentreguistas", bem como dos velhos entreguistas, dominam a economia, controlam os centros de irradiação de prestígio cultural (meios de comunicação de massa, universidades, teatro, cinema), financiam os seus servos em campanhas a cargos eletivos, de vereador a presidente, elegendo os mais dóceis ao seu comando.
Basta o leitor olhar para as administrações de vários países integrantes da América Latina, para constatar a realidade.
E, não satisfeitos, chegam ao acinte de empregar seu aparato de inteligência, braço do complexo militar-industrial norte-americano, para, em cooperação com países cúmplices (anglo-saxões), praticar espionagem industrial de seus próprios "aliados", inclusive na Europa, por meio da NSA (Agência Nacional de Segurança), capaz de interceptar as comunicações de qualquer natureza, seja qual for o meio utilizado.
É a rede Echelon.
Até o Projeto SIVAM foi alvo destas ações, beneficiando a Raytheon e afastando a concorrente francesa.
Querem roubar-nos a Amazônia para usar suas incomensuráveis riquezas (solo, subsolo, água, biogenética) como reserva técnica do primeiro mundo.
Querem roubar-nos a Amazônia para usar suas incomensuráveis riquezas (solo, subsolo, água, biogenética) como reserva técnica do primeiro mundo.
Nós, brasileiros, não permitiremos que tal crime seja perpetrado, A Amazônia brasileira é nossa e continuará sendo, a qualquer preço!
Afinal "nossos peitos, nossos braços são muralhas do Brasil".
Nenhum comentário:
Postar um comentário